segunda-feira, 27 de junho de 2011

Durante debate em São Paulo, especialistas em sexualidade alertam que sem orientação adequada, lésbicas ignoram prevenção das DST/aids

Durante debate em São Paulo, especialistas em sexualidade alertam que sem orientação adequada, lésbicas ignoram prevenção das DST/aids

23/06/2011 - 16h20

Uma “Roda de Conversa sobre Saúde Lésbica” discutiu nesta quinta-feira no Conselho Regional de Psicologia, em São Paulo, o preconceito e o despreparo de profissionais da área da saúde para atender as demandas específicas de mulheres lésbicas. Sem orientação adequada, muitas delas desconsideram a necessidade de fazer exames como o papanicolau uma vez por ano e a prevenção das DSTs/aids.

Participaram do debate Ana Gabriela Sena, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde; Lurdinha Rodrigues, representante do Movimento LGBT no Conselho Nacional de Saúde e do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais; Ana Naiara Malavolta, pesquisadora na área de saúde lésbica; e Patrícia Porchat, psicanalista representante da Comissão de Sexualidade e Gênero.

Segundo Ana Naiara, “as faculdades de medicina precisam criar uma cadeira de “sexualidade”, preparando os futuros médicos para entender as demandas específicas de mulheres que fazem sexo com mulheres”.

“Lésbicas não vão ao médico por conta do tratamento discriminatório. Não queremos ambulatório diferenciado, porque a discriminação vai continuar no ambulatório normal, queremos médicos preparados para lidar com as nossas especificidades”, disse Lurdinha Rodrigues.

A psicanalista Patrícia acredita que “o sentimento de desvalorização da lésbica vítima do “estupro corretivo” faz com ela adote um comportamento auto-destrutivo, fazendo sexo sem o uso de preservativo e contraindo doenças sexualmente transmissíveis”.

Cartilha para Mulheres

Questionadas sobre a cartilha de prevenção ao HIV, que a OMS vai lançar direcionada ao público de homens gays, Lurdinha e Ana Naiara compartilham da mesma opinião. “No caso da aids eu acho um erro, pois devolve o foco de maior transmissão dentro do chamado “grupo de risco”. Seria mais correto tratar das pessoas que fazem sexo anal, devido ao maior risco de transmissão, homossexuais e héteros. Tem que se pensar na população em geral, mas com um trabalho voltado para as especificidades de cada grupo da população.”

Esta “Roda de Conversa” integra o ciclo de atividades e debates que antecedem a 15 Parada do Orgulho LGBT de São Paulo.

Maria Carolina Bastos
http://agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=17145

Nenhum comentário:

Postar um comentário