Psiquiatras pretendem redefinir a disfunção sexual feminina
As definições de disfunção sexual feminina e seus transtornos de desejo, excitação, orgasmo e dor estão passando por uma grande mudança, como parte da revisão atual do influente Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM)
Um grupo de trabalho da Associação Psiquiátrica Americana, que produz o manual, propôs novas definições que dão maior reconhecimento ao contexto dos relacionamentos em que ocorrem as dificuldades sexuais femininas e novos critérios que aumentam o limiar para diagnóstico.
Sobre a descrição dos critérios atuais para “transtorno do desejo sexual hipoativo” como “altamente problemático”, Lori Brotto, que é membro do grupo, além de psicóloga e professora assistente na Universidade da Colúmbia Britânica, escreveu que a falta de desejo sexual de uma mulher pode ser, às vezes, uma “reação normal a um contexto problemático e, portanto, não deve ser considerada patológica” (Archives of Sexual Behavior, doi:10.1007/s10508-009-9543-1).
No mesmo periódico, outro membro do grupo, Cynthia Graham, do Isis Education Centre, Warneford Hospital, Oxford, declarou que, para evitar que se considere como patológica a variação normal nas experiências sexuais femininas, os problemas sexuais pequenos e passageiros das mulheres não devem ser considerados sintomas de uma disfunção clínica (doi:10.1007/s10508-009-9535-1).
O grupo propôs abandonar os dois transtornos existentes de desejo e excitação e uni-los em uma nova entidade, potencialmente chamada “transtorno da excitabilidade sexual”. De acordo com essa proposta, os sintomas têm de apresentar uma certa gravidade e estar presentes por mais de seis meses antes que uma mulher possa receber o diagnóstico.
Não está claro como a proposta de abandonar o rótulo “transtorno do desejo sexual hipoativo” afetará algumas companhias farmacêuticas – incluindo a Boehringer Ingelheim – que atualmente testam produtos para tratar essa condição. A Boehringer Ingelheim recentemente liberou resumos que sugerem que seu medicamento flibanserina poderia oferecer à mulher “0,7 eventos sexuais satisfatórios” extras por mês, o que está bem acima dos efeitos de um placebo.
Durante mais de uma década, alguns pesquisadores alegaram que a chamada disfunção sexual feminina afeta 43% das mulheres, embora outros acreditem que a verdadeira prevalência seja muito menor.
Fonte: O que eu tenho?/Uol
http://www.expressomt.com.br/noticiaBusca.asp?cod=131515&codDep=3
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