terça-feira, 15 de maio de 2012

A arte de beijar


Especialista fala sobre a importância do beijo e ensina alguns bastante inusitados
Por Ilana Ramos

Beijo de selinho, de língua, esquimó, de bom dia e de saudade são beijos comuns. Mas ainda existem beijos técnicos, de peixinho, de mola, grampo, touro. É mais do que a gente sequer se dá conta. Tanto que um especialista no tema reuniu – e descreveu – 484 formas diferentes de beijar. Pois é, um beijo nunca é igual ao outro e nem deveria ser. O beijo faz parte de uma relação amorosa e é através dele que conseguimos medir a "temperatura" da relação. Não importa a idade do casal, beijar é uma arte que deve ser explorada em todas as suas vertentes.

Em um relacionamento amoroso, o beijo é fundamental. De acordo com Pedro Paulo Carneiro, jornalista, diretor de TV e cinema e autor do livro "Dossiê do Beijo: 484 formas de beijar", da editora Catedral das Letras, "sem beijo não existe relação amorosa verdadeira, não existe a cumplicidade. O beijo é muito mais do que a união de duas bocas, é a junção de almas, texturas, cheiros, gostos, sentimentos, energias e vontades. Através do beijo, o casal mantém uma relação de reciprocidade amorosa, sendo ele, também, um termômetro infalível do nível de afetividade do casal".

"O beijo é o termômetro do sexo". Quem nunca ouviu esse dito popular? O beijo sempre precede o sexo e é uma excelente maneira de medir o nível de entrosamento do casal. "Esse dito é 90% verdade. O beijo é a conexão mais íntima entre dois corpos, maior até que a relação sexual. Nossas bocas, língua, palato têm terminações nervosas semelhantes a do nosso órgão sexual. Através do beijo conseguimos transmitir mais de 60 tipos diferentes de sensações, que vão desde o odor da saliva, passando pela textura dos lábios, dos movimentos da língua, pela intensidade, vontades, pupilas dilatadas até chegar aos feromônios liberados. Tudo isto e muito mais enviam para nosso cérebro informações preciosas sobre o tipo de pessoa que estamos beijando, sexualmente falando", diz Pedro.

Beijar é bom em todas as épocas da vida, mas, na maturidade, esse gesto adquire um nível diferente. Pedro explica dizendo que " o beijo não muda ao longo da vida, o que muda é o sentimento envolvido nele. Uma pessoa com mais de 50 anos pode vir a beijar outra de uma forma mais quente e decisiva do que um adolescente. O que importa na verdade são os sentimentos envolvidos. Gosto de contar a história do surgimento do selinho (forma mais tradicional de se beijar), para que possamos entender esta relação. O selinho 'nasceu' na Idade Média quando senhores donos de terras trocavam seus bens e 'selavam' o acordo através de um beijo frontal, com duas testemunhas que presenciavam a cena. Ou seja, este beijo significa compromisso, não afetividade. Com o advento da peste, este costume foi substituído pelo sinete do anel no papel, e, posteriormente, pela assinatura".

Casais que estão juntos há muito tempo tendem a perder a intensidade e o "fogo" do relacionamento – dando muito mais selinhos do que outros tipos de beijos para demonstrar afetividade. Acontece que, como já vimos, o selinho não é o tipo de beijo ideal para isso. "Muitos casais ao longo dos anos vão perdendo 'o calor' do beijo, restando apenas o selinho. E selo, como vimos, significa compromisso, e não paixão, afetividade. Costumo dar uma sugestão para manter a chama acesa: dê dez beijos diferentes por dia", recomenda Pedro. "Beijar é um tipo diferente de arte porque você pode executá-la de diferentes formas e evoluir na 'arte' de conceder prazer. O beijo nada mais é do que proporcionar a liberação da serotonina, o elemento neurotransmissor de prazer", conclui.

Ao longo de mais de dez anos, Pedro Paulo Carneiro viajou para mais de 40 países para estudar o beijo. "O que me motivou a fazer isso foi, definitivamente, a sensação deliciosa que senti no meu primeiro beijo. Isto me fez querer aprender o porquê deste ato me proporcionar tanto prazer. Após ter me tornado jornalista, resolvi fazer uma pesquisa séria e objetiva sobre o assunto. Descobri muitos tipos de beijos e, após a edição do meu livro 'Dossiê do Beijo: 484 Formas de Beijar', eu descobri ainda mais, chegando a 600 formas diferentes”.
Beijo Japão:
Posicione-se atrás do seu parceiro (a), enlace a cintura com o braço direito estreitando (grudando) o corpo no dele(a). Com a mão esquerda, segure o cabelo e desnuda a nuca. Com a boca levemente entreaberta, beije a nuca (fortemente), vá girando pelo pescoço com a mesma forma de beijar. Quando chegar no canto da boca, com uma leve torção, gire a boca do(a) parceiro(a) em direção à sua e aplique um beijo “em cruz invertido” com a língua profundamente introduzida na boca do(a) parceiro(a). Todos estes movimentos fazem com que o sangue flua mais livremente para os lábios, deixando-os mais sensíveis. Esse era o beijo que os japoneses davam em suas gueixas.

Beijo “Blade Runner" (dei este nome, pois no filme Blade Runner, Harrison Ford aplica o beijo na atriz Sean Young):
Encoste seu parceiro na parede. Cole seu corpo de forma que ele(a) não consiga movimentar para frente. Cole sua boca e dê um selo forte, quase violento, até que os dentes do(a) parceiro(a) venham a ferir levemente os lábios internamente. Ao sentir que isto aconteceu, introduza sua língua lentamente entre os dentes e os lábios, passando lentamente. Isto fará a dor sumir e restará o prazer de sentir a boca pulsando durante uns sete dias. Era a forma que os indianos faziam para que suas mulheres não se esquecessem deles.

Orgásmico (China):

Este beijo é um facilitador do orgasmo (feminino ou masculino), sendo que ele depende de muita técnica e prática. Quando um casal está copulando, muitas vezes acontece uma dificuldade de se chegar ao orgasmo. Este beijo apressa esta chegada. Consiste em passar a língua no céu da boca da outra pessoa, vindo de trás para frente. Independentemente da intensidade do sexo que se está pratincando, deve-se ser feito isso lentamente. Estes movimentos do céu da boca liberarão a serotonina. A liberação dessa substância ajudará bastante e apressará o orgasmo.

Fruta com mordida:
A boca deve pegar um pedaço de fruta. Comece a brincar com ela entre os lábios e passe-a para outra boca, e pegue a de volta. Num determinado momento, morda a fruta e mastigue-a. Misture a fruta na boca de ambos. Acredita-se que com este ato, você estejam compartilhando a mesma vida, nessa caso, representada pela fruta. 

...E o vento levou
com Clark Gable e Viven Leigh:

Este beijo é um espelho clássico da época em que foi produzido. O homem (Clark Gable) se aproxima da mulher (Scarlet), a imobiliza e a beija de cima para baixo, inclinando sua cabeça fortemente para baixo. Este é um gesto de opressão, de imobilidade, este beijo não dá chance da outra pessoa participar plenamente da ação. O ato de inclinar a cabeça para trás diminui sensivelmente o fluxo de sangue para o cérebro, deixando a pessoa beijada um pouco tonta com isso.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2_t2.asp?conteudo_id=8746

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