Sabe aquela questão que há tempos você quer tirar a limpo com seu amor, mas falta gancho, tempo ou coragem? Com os conselhos do nosso time de especialistas você a soluciona e de quebra, ganha cumplicidade sexual.
P. Meu marido não quer tanto sexo quanto eu. Fico até achando que tem outra na jogada… Como descubro o que se passa com ele?
R. Pergunte. Ao lançar a questão, abrirá três possibilidades: saber a verdade, ouvir uma mentira ou, se seu marido não souber a resposta, você ao menos jogará a sementinha e fará com que ele comece a pensar a respeito. Mas não perca mais tempo tentando adivinhar e criando fantasmas. “Com isso, só vai gastar energia mental”, afirma o terapeuta sexual Oswaldo Martins Rodrigues Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex). Para Rodrigues, uma razão que costuma diminuir a motivação sexual do homem é o descompasso de preferências entre quatro paredes. Para ajustar essa questão, mostre interesse pelas fantasias e os desejos atuais dele. Sim, discutir as diferenças na cama nem sempre é fácil. Muitas vezes produz uma desilusão sobre o que um imaginava a respeito das vontades do outro, mas superar essa fase permitirá descobrirem novos caminhos de prazer.
P. Sou casada há dois anos e nunca tive coragem de experimentar o sexo anal. Meu marido vive insistindo, mas tenho medo de sentir dor.
R. “A ansiedade é a grande responsável pela dor. Por isso, quanto mais relaxada estiver, menor será o incômodo”, ressalta a terapeuta sexual Cristina Romualdo, do Instituto Kaplan, de São Paulo. Diga a seu marido que, se deseja realizar essa fantasia, ele deve caprichar nas preliminares e respeitar seu ritmo. Também é recomendável tomar medidas de ordem prática. Como o ânus não tem a capacidade de dilatação da vagina, adotem um lubrificante à base de óleo, para facilitar a penetração, e usem camisinha, por mais intimidade que tenham.
P. Há anos ele segue a mesma (e previsível) sequência de preliminares. Como peço que mude sem ofender?
R. Faça isso da forma mais honesta, simples e direta. “Lembre-se de que os homens adoram que mulher converse sobre sexo, pois isso indica que ela se interessa pelo assunto”, garante a terapeuta sexual Carla Cecarello, de São Paulo. Carla sugere propor ideias e oferecer uma mudança de cada vez para não assustá-lo. Prefira falar sobre o assunto fora da cama, num jantar a dois, por exemplo.
P. Depois de casada, num papo informal, soube que meu marido nunca fez o teste de HIV. Desde então, morro de medo só de pensar no que ele pode ter aprontado quando era solteiro… Minha vontade de transar está abaixo de zero.
R. Muita gente nunca se submeteu ao teste de HIV. O medo, racional ou irracional, de contrair a doença acaba fazendo parte do pacote, principalmente quando não se transa com camisinha. Para que isso não acabe com o seu desejo sexual, proponha a seu marido irem juntos fazer o exame.
P. Meu namorado vive insinuando que quer transar com duas mulheres ao mesmo tempo. Será que a minha companhia na cama já não basta?
R. “Muitos homens acreditam que, se tiverem duas mulheres ao mesmo tempo, o prazer será maior. A ideia faz com que se sintam mais poderosos e viris”, comenta Amaury Mendes Jr., terapeuta sexual e de casal, do Rio de Janeiro. Já para as mulheres, o sexo com a pessoa amada, apenas, é mais prazeroso. Avalie: o que lhe vem à cabeça quando pensa em um ménage à trois? Como se sente? Se não acha a proposta sedutora, diga a ele. “A transparência na relação é importante. Além disso, se ele tiver abertura para verbalizar os desejos, não verá tantos motivos para realizá-los às escondidas, colocando a saúde e a relação em risco”, afirma a terapeuta sexual Valéria Walfrido, de Recife.
P. Tive bebê e minha vontade de transar caiu. Agora, o sexo é eventual. Meu marido diz que entende e não me cobra. Somos normais?
R. Baixar a disponibilidade para o sexo logo após o nascimento de um filho é comum. Porém, é importante não deixar o desejo acabar. Que tal voltarem a priorizar os momentos a dois? “Na verdade, a vontade sumiu porque vocês estão focados no bebê”, analisa Oswaldo Rodrigues. Para ele, é fundamental retomarem a rotina sexual, mesmo que não tenham tanto interesse. O filho continuará sendo bem cuidado e vocês se sentirão mais completos.
P. Meu marido adora filmes pornográficos e eu detesto. Como conciliar essa diferença?
R. Simplesmente não assista. Mas não proíba seu marido de ver. “Negar a ele o direito de apreciar os filmes de que gosta provavelmente conduzirá a uma briga de casal, e apenas um dos dois poderá ganhar… Quando apenas um ganha, o casal perde, comprometendo o sexo”, avisa Oswaldo Rodrigues. Em vez disso, tente administrar os sentimentos negativos que surgem quando você pensa em filmes pornográficos. Vale procurar descobrir o porquê da sua aversão e explicar a seu marido.
P. Temos uma vida sexual ativa e prazerosa. Outro dia, porém, flagrei meu marido se masturbando no chuveiro. Fiquei arrasada. Será que ele não está mais satisfeito comigo?
R. Há décadas que as pesquisas sobre masturbação confirmam números que merecem nossa atenção: um terço dos homens que mantêm relacionamento sexual frequente obtém prazer sozinhos com assiduidade. O sexo solo é uma atividade saudável e, no entanto, distinta da relação sexual com uma mulher. O toque é importante e faz a diferença. “A pressão da pegada e o ritmo da mão são diferentes das sensações da penetração do pênis na vagina. Além disso, essa modalidade também é uma forma de relaxamento”, destaca Amaury Mendes Jr. “No meu consultório, ouço muitos homens contando que, além da relação sexual com a parceira, se masturbam, inclusive pensando nela mesma. Não se considere desprezada”, conclui Oswaldo Rodrigues.
P. Na hora H, tenho ejaculação. Me sinto envergonhada. Como descubro se meu namorado se incomoda?
R. Observando as reações dele. Se isso não atrapalha o desejo do seu parceiro, sinal de que ele não vê nada de errado com a sua maneira de sentir prazer. “Alguns homens até se excitam muito com tal situação. Não tenha vergonha. Você é uma mulher saudável que manifesta fisicamente dessa maneira o prazer”, explica a terapeuta sexual Cristina Romualdo. Um jeito de lidar com a situação é usar o bom humor e não se levar tão a sério.
P. Sou mãe, trabalho o dia todo e ainda administro a casa. À noite, estou cansada para fazer sexo. Será que meu marido me entende?
R. Para descobrir se ele percebe o seu esgotamento, lance o tema despretensiosamente no jantar ou enquanto assistem TV. Diga que adoraria ter mais momentos para namorar, mas vive cansada. É importante deixar claro que ainda se sente atraída por ele. Isso já vai ajudar a se reconectarem sexualmente. Também procure reorganizar seu tempo incluindo horas de descanso e de prazer. “O excesso de atividades não permite que o corpo se abra para o sexo, abolindo o desejo e produzindo emoções negativas para consigo e para com o outro. É bom rever prioridades e decidir se o relacionamento sexual merece menos atenção do que as tantas outras tarefas que executa”, diz Oswaldo Rodrigues.
P. Como proponho usarmos brinquedos eróticos?
R. Da forma mais direta possível: “Que tal usar algum brinquedo erótico?” O próximo passo é pesquisarem juntos quais os tipos mais estimulantes para os dois. Nas sex shops, há muita inspiração e opção de cremes com sabor e sensações de frio ou calor, aparelhos, cadeiras especiais, roupas… Fazer visitas frequentes esse tipo de loja estimula a imaginação e aumenta a intimidade. Além, é claro, de melhorar o repertório sexual.
P. Ele me propôs ir a uma casa de suingue e eu fiquei ofendida… Desde então, acho que o sexo ficou mais morno. O que eu faço?
R. “Em vez de encarar a proposta como ofensa, você poderia ter tentado entender o que, de fato, ele pretendia com o convite”, sugere Carla Cecarello. Afinal, ele tinha a intenção de viver essa nova experiência a seu lado. Talvez desejasse apenas conhecer o lugar para estimular a fantasia. Se acha que o sexo ficou morno depois do episódio, volte ao assunto do suingue para mostrar que se importa com os desejos dele.
P. Meu amor tem dado sinais de impotência. Como descubro o que está acontecendo sem chegar a questionar a virilidade dele?
R. Inicialmente, observe se ele está passando por um período de stress, depressão, ansiedade. Ou se passou a tomar algum medicamento controlado ou para combater calvície. Essas podem ser razões para a baixa no apetite sexual. Se nada disso estiver em jogo, dialogue carinhosamente com seu amado mostrando que está com ele nessa fase e que vai ajudálo. Vale sugerir consultar um médico para, além de realizar exames locais, solicitar dosagem hormonal.
P. Quando faço sexo, não gosto nem um pouco que mexam nos meus seios… Me dá aflição e irritação. Será que tenho algum problema?
R. Os seios são áreas erógenas que, quando estimuladas, podem dar muito prazer à mulher e também ao parceiro. No entanto, a percepção da sensação é subjetiva – pode ser registrada como excitante para algumas mulheres e desagradável para outras. Existe a possibilidade de a aflição e a irritação serem uma defesa ao prazer, fruto de nossa educação, ainda muito repressora. Para saber com certeza que significado tem para você, cogite submeter-se a uma avaliação psicológica. Enquanto isso, desvie os carinhos do seu parceiro para outras regiões, mostrando o que satisfaz você.
Cláudia. Abril
http://revistaaz.com.br/amor-e-sexo/experts-resolvem-suas-duvidas-de-sexo.html
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