Depois dos 60
Reflexões sobre solidão, prazer e sexualidade
11/12/2009
Por Dina Frutuoso*
Se para muitas de nós, o assunto sempre foi tabu, é hora de reavaliarmos: sexo é perfeitamente saudável nessa idade.
Muitas vezes, homens ou mulheres se apaixonam por pessoas mais velhas e a família fica achando que só existem interesses materiais na relação. Mas nós temos exemplos históricos, como Chiquinha Gonzaga ou Edit Piaf. Ambas ficaram com pessoas mais jovens e viveram intensamente a vida. Se a pessoa não tiver consciência, independentemente da idade, pode dar bens materiais em qualquer tempo.
A sexualidade está ligada a todo o corpo, à sensualidade, ao toque, a ficar junto, a realizar coisas juntos. O atletismo sexual não está mais na moda. Quando as pessoas contam muita vantagem, na realidade têm medo de sua performance. É preciso esclarecer que a sexualidade é maravilhosa para sempre, está muito ligada à amizade, ao afeto; há prazer sexual a dois mesmo sem penetração. É preciso aprender novas formas e deixar de pensar sobre a sexualidade apenas como penetração.
Por uma vida mais harmônica. O cuidado com a saúde e a espiritualidade.
Para que não pensemos que o prolongamento da vida seja uma maldição e sim uma benção é preciso perceber que o envelhecimento é mais uma etapa da vida. Para vivê-la plenamente é necessário que todas as pessoas a entendam, respeitando suas características, potencialidades, expectativas, sonhos, desmotivações e motivações.
Em geral, as pessoas precisam de uma religiosidade, mas como exercê-la é uma escolha independente e pessoal. Em minha experiência como psicóloga e terapeuta transacional, aprendo com cada um de meus pacientes, pois ao amadurecer há a necessidade de pensar e agir com mais flexibilidade.
Pela minha experiência clínica, nas pesquisas e teses, é fato que pessoas mais resolvidas conseguem passar por qualquer coisa. Eu não tive o menor problema ao vivenciar a menopausa. O médico dizia: Isto é um problema de cabeça. Existem pessoas que sentem calores, passam mal. As pessoas que estão harmônicas consigo mesmas têm conseguido passar por qualquer coisa. Agora, a saúde é fundamental, o cuidado com ela é imprescindível, é preciso acompanhar e não esperar adoecer.
Solidão não é apenas estar só. E estar só não é viver na solidão. Por isso, é importante, em qualquer idade, que você faça novas amizades, e aprenda coisas novas. A solidão é uma construção, e estar só, muitas vezes, é uma escolha. É preciso aprender a envelhecer, e garantir sua qualidade de vida mantendo a auto-estima.
*Dina Frutuoso é doutora em Educação e tem mais de 60 anos
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7634
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