sábado, 30 de julho de 2011

A Sexualidade no Ciberespaço

A Sexualidade no Ciberespaço
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
17-06-2011
Diferentes formas de viver
Por Erika Morbeck*

O ciberespaço tem proporcionado aos seus utilizadores o conhecer e/ou vivenciar a sexualidade de diversas formas e com diferentes tipos de atitudes e comportamentos. Autores defendem que a sexualidade no ciberespaço foi a última revolução sexual obtida pelo Homem nos últimos tempos.



Na década de 90 tiveram início vários estudos para tentar perceber qual o impacto real da Internet sobre o comportamento sexual. Desde esta época os estudos variaram entre a descrição da Internet como meio que propicia o comportamento desviante e/ou aditivo, o uso da pornografia, o incentivo ao assédio sexual, pedofilia e tráfico de mulheres e crianças. No entanto, actualmente, classificam-se diferentes tipos de utilizadores, tais como recreativos (e. g. Apropriate e Inapropriate) e problemáticos (e. g. Discovery, Predisposed ou Lifelong Sexually Compulsive Group).

Ainda na década de 90 começou-se a olhar para a interacção via Internet como sendo benéfica, relativamente à promoção de contactos sociais, desenvolvimento de competências de comunicação, redução do isolamento social, promoção de comunidades virtuais e acesso fácil a informação sobre a sexualidade.

O ciberespaço passou de revolução a uma característica cultural dos tempos actuais. «A Internet, não tendo fronteiras geográficas, é um mundo livre e de fácil acesso, com custos reduzidos, que permite a existência de todas as formas de actividade sexual», nomeadamente de actividades sexuais online (ASO).

Na Internet, os indivíduos podem fazer o seu perfil fidedigno ou optar por adoptar o nome, o género, a etnia, a personalidade que pretendem, conseguindo disfarçar ou incrementar o que são na realidade. Trata-se de um ambiente privado, de fácil acesso, seguro, sem contacto e com forte probabilidade de manter o anonimato.

Estudos demonstram que cerca de 12 por cento dos estudantes universitários homens e 10 por cento das mulheres já participaram em cibersexo. Algumas actividades sexuais online são mais visualmente orientadas (e.g. filmes e imagens de adultos) enquanto outras são mais interactivas e/ou comunicativas (e.g. chatting, fóruns de discussão). A ASO pode existir no contexto de uma relação íntima real (ex: entre namorados geograficamente separados) ou entre indivíduos desconhecidos que se encontram no ciberespaço.

São reconhecidas algumas vantagens e desvantagens da utilização do ciberespaço. Como vantagens considera-se que a Internet contribui para a informação adequada sobre a sexualidade, possibilitando uma educação sexual com mais qualidade, permite satisfazer alguns desejos sexuais sem o risco de contrair infecções sexualmente transmissíveis ou de engravidar, é fisicamente seguro para os jovens experimentarem as suas ideias sobre sexo e emoções, é também útil para pessoas doentes (SIDA) ou infectadas (incluindo HIV) ou sem parceiro/a sexual obterem gratificação sexual de uma forma segura, não pondo em risco eventuais parceiros. Permite ainda a parceiros (reais) fisicamente separados manterem a intimidade sexual, pode ser útil para fornecer conteúdos a escritores que necessitem de cenas realistas de sexo, permite o acting out de fantasias «proibidas» ou irrealistas, bem como proporcionar o encontro e/ou formação de grupos, facilitando as relações entre as populações minoritárias eróticas. Algumas desvantagens ou perigos associados às ASO são que, apesar de não envolver contacto físico, as emoções envolvidas podem causar stress conjugal, especialmente quando a experiência culmina num romance cibernético, podendo resultar em divórcio. Por outro lado, existem cada vez mais pessoas com comportamentos aditivos, o anonimato relativo pode encorajar a busca de parceiros menores de idade, pois no decurso destas «conversas» estes indivíduos enviam pornografia infantil a outros ou arranjam encontros reais com menores. Daí que a transferência do cibersexo para a vida real possa ter consequências perigosas (e.g. rapto, violação…), consumir muito tempo e disponibilidade (isolamento e negligência no trabalho e outras responsabilidades). Além disso, como na Internet não é possível efectuar uma verificação fidedigna de idades, os menores poderão, facilmente, envolver-se em situações sexuais inapropriadas.

O uso do ciberespaço é volúvel, cabendo a cada utilizador fazer uma análise do tipo de uso que dá a esta ferramenta. Tente perceber a que grupo pertence e caso considere que é um utilizador de risco tente mudar o comportamento sozinho ou com ajuda especializada.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga

www.erikamorbeck.info
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3287&w=a_sexualidade_no_ciberespaco

Fantasias Sexuais

Fantasias Sexuais
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
24-06-2011
Momentos de descanso sem regras nem limites
Por Erika Morbeck*

Algumas experiências sexuais só ocorrem na mente de um indivíduo, ou seja, em fantasia. Sejam elas quais forem, correspondem ao mundo subjectivo. Trata-se de uma propriedade privada, onde não há regras nem limites. As fantasias pertencem à dimensão do imaginário, ocorrendo num universo individual da mesma forma que os sonhos.



As fantasias sexuais nem sempre são lineares como uma história, com princípio, meio e fim. Por vezes, a fantasia é fragmentada ou focada em apenas uma cena específica. Geralmente as fantasias sexuais acompanham a masturbação e/ou as relações sexuais, aumentando a sensação de prazer.

Noventa e cinco por cento dos homens e das mulheres descrevem ter fantasias sexuais. No entanto, nem todas as pessoas fantasiam, umas têm a mesma fantasia repetidamente e outras possuem uma imaginação muito diversificada. Estudos referem que as pessoas que mencionam fantasiar mais possuem uma maior frequência de relações sexuais, bem como um maior grau de satisfação sexual.

Estudos demonstram que ambos os géneros, feminino e masculino, fantasiam da mesma forma, mudando apenas os conteúdos das fantasias. Os homens, geralmente, assumem um papel mais activo e/ou dominante e as mulheres um papel mais submisso e/ou romântico. Os conteúdos das fantasias podem ser variados, podendo ser estimulados por filmes, livros, fotos ou pela própria imaginação.

A fantasia não corresponde propriamente ao desejo de realizar. É comum existirem fantasias com colegas, celebridades, pessoas de uniforme, a fazer sexo em grupo, ménage a trois, com pessoas do mesmo sexo entre outras. Trata-se de fantasias e não de actuação.

Embora fantasiar seja saudável para a sexualidade e para a mente, 20 por cento das pessoas que fantasiam referem sentir culpa. Desta forma, a presença de fantasias pode ser potencialmente perturbadora, não apenas pela presença da culpa como também pela ausência de proveito no que concerne a intensificação do prazer.

Investigações demonstram que pessoas que tiveram uma educação rígida e/ou religiosa de forma bastante marcada e as que sofreram algum tipo de agressão sexual (trauma) tendem a fantasiar menos, possuindo uma percepção negativa e perturbadora em relação à fantasia sexual.

Um inquérito desenvolvido sobre este tema concluiu que pessoas que possuem fantasias sexuais sem experimentar angústia podem usufruir das fantasias sexuais como uma experiência que culmina no prazer do indivíduo e/ou do casal. Trata-se de experiências vivenciadas pela imaginação que podem estimular o desejo, a excitação, como também intensificar o orgasmo durante a masturbação e/ou durante as relações sexuais.

As fantasias ajudam em vários aspectos: na estimulação do desejo, da excitação e do orgasmo, sendo que o orgasmo pode ser precipitado e/ou intensificado devido à fantasia. Por vezes, pode ser um contributo muito elevado, chegando a ajudar na ansiedade de performance. Em suma, quando utilizada como um recurso de forma saudável, pode contribuir para o prazer físico e emocional.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga

www.erikamorbeck.info

http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3323&w=fantasias_sexuais

Violência no Namoro

Violência no Namoro
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
01-07-2011

Um gesto que tende sempre a repetir-se

Por Erika Morbeck*

A violência doméstica tem sido um assunto cada vez mais abordado e o número de mulheres que procura auxílio tem aumentado. Actualmente existem Associações de Apoio à Vítima, como a APAV, e a violência doméstica passou a ser um crime público, podendo qualquer cidadão fazer denúncia diante de episódios de violência doméstica.



A violência no namoro, por lei, também se integra na violência doméstica. No entanto, por vezes, este assunto é negligenciado. A violência não acontece apenas com adulto e/ou nos casamentos/união de facto e, na fase do namoro, pode ser precursora de um caso de violência entre casais, constituindo um factor de risco para violência marital.

Há uma tendência em descurar os sinais de agressões nas relações de namoro, pois ainda está associado a alguns mitos, tais como a violência no namoro não é uma situação comum nem séria; as adolescentes gostam dessas relações ou não continuariam com o namoro; um rapaz grita ou bate porque gosta da namorada, caso contrário não tinha ciúme; de alguma forma, o outro provocou a agressão, pois são imaturos; quando alguém conta sobre a agressão, é exagero ou mentira, é uma chamada de atenção.

Trata-se de um assunto sério, um problema social e de saúde que deve ser tratado com todo o cuidado e apoio. Estima-se que entre 20 e 30 por cento dos adolescentes já tenham vivido situações de violência em relacionamentos de namoro. Entre os jovens adultos, esta percentagem sobe para os 50 por cento.

A violência não conhece fronteiras de estratos sociais, faixas etárias, géneros, religiões, etnias e ocorre em todos os casais (heterossexuais e homossexuais). Existe violência quando, numa relação amorosa, um exerce poder e controlo sobre o outro, com o objectivo de obter o que deseja. Esta pode-se manifestar de várias formas: física: acção ou omissão que coloque em risco ou cause dano à integridade física de uma pessoa; psicológica: ameaça directa ou indirecta, humilhação, isolamento, ou qualquer outra conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal e/ou; sexual: acção que obriga uma pessoa a manter contacto sexual, físico ou verbal, ou participar de outras relações sexuais com o uso da força, intimidação, manipulação, ameaça ou qualquer outro mecanismo que anule ou limite a vontade pessoal.

Geralmente existem sinais específicos que configuram a violência no namoro. Os pais, amigos e familiares devem ficar atentos a sinais como beliscões, empurrões, arranhões…, ordens ou tomadas de decisões sozinho/a, sem valorizar ou ouvir a do/a namorado/a, não valorização das opiniões do/a namorado/a, ciúme exagerado, sentimento e comportamento de posse e de controlo, humilhação (insultos, diz que nada seria sem ele/ela, etc.), culpabilização do outro pelos seus comportamentos violentos, ameaças ao ponto do outro ter medo da reacção mediante o que diz ou faz, pressão para ter relações sexuais (às vezes sem protecção ou práticas sexuais não desejadas pelo outro), pressão para consumir álcool ou outras drogas que poderão desinibir sexualmente, intimidação e não-aceitação que o outro ponha termo à relação, oferta de prendas em excesso, especialmente após um comportamento violento.

Por vezes, os episódios de violência estão associados ao consumo e/ou abuso de substâncias e psicopatologias. Regra geral, a violência não é uma constante na relação, acontece ocasionalmente, e após o episódio de violência existe a chamada fase de calma. Nesta fase o agressor procura desculpabilizar-se e desresponsabilizar-se, pedindo desculpa, oferecendo presentes e prometendo que não voltará a acontecer.

As vítimas não estão com o namorado/a por gostarem de sofrer ou ser agredido/a. Costumam achar que gostam realmente do namorado/a, acreditam que a violência vai acabar e que poderá mudá-lo/a. Por vezes, sofrem a pressão do grupo, no que se refere aquilo que os/as amigos/as pensam e por querer sentir-se aceite, sentem vergonha (de contar à família e amigas/os o que se está a passar) e medo (das represálias, perseguições, ameaças…).

Conhecer os sinais e ficar atento são bons princípios para ajudar as vítimas. Caso conheça algum caso, pode denunciar à polícia, indicar a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV – 707 2000 77) e incentivar a vítima e o agressor a procurarem apoio psicológico.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga

www.erikamorbeck.info

http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3450&w=sexualidade_na_gravidez

Sexualidade na Gravidez

Sexualidade na Gravidez
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
22-07-2011
Aumento do físico pode diminuir prazer

Por Erika Morbeck*

A Gravidez é uma experiência única que acarreta mudanças significativas, tanto na mulher, como no homem. O processo de gravidez é considerado uma crise não patológica, na medida em que constitui uma fase de mudança do «ciclo de vida do casal». Esta nova fase requer uma adaptação da forma de estar, dos papéis, da sexualidade, do compromisso, da cumplicidade, do amor, transformando não só o conceito de família, mas também a relação.



Cada mulher tem reacções físicas e emocionais diferentes durante o processo de gravidez. Alguns factores relacionados com as alterações e reacções emocionais são os motivos que levaram a mulher a decidir engravidar, as mudanças eminentes no estilo de vida, a sua relação com os outros, os seus recursos financeiros, a sua imagem e alterações hormonais, entre outros.

Durante os trimestres da gravidez ocorrem algumas mudanças naturais a nível físico, tais como, engordar, alterações hormonais, dificuldade na mobilidade; a nível social, o impacto sobre o trabalho, a forma e disponibilidade de estar com os amigos, os pais passam a ter mais acesso à casa e interferem directamente sobre as rotinas; e ao nível psicológico com inseguranças, ansiedade, expectativas, mudanças e adaptação a novos papéis, crenças associadas à gravidez e até, em alguns casos, depressão.

Embora numa gravidez saudável não existam motivos que impeçam o processo normal de uma vida sexual gratificante, também seria incorrecto e irrealista afirmar veemente que a sexualidade do casal continua, como se nada houvesse de diferente. Não existe ausência da sexualidade, mas sim uma mudança da dinâmica sexual.

Durante o período de gestação, a relação do casal atravessa diferentes estados emocionais, que podem contribuir para a diminuição do desejo sexual, e que ocorrem por insegurança, desconforto, ausência de reciprocidade sentimental e falta de amor. Quando a mulher está absorvida com a gravidez, é natural que a sua mente fique preocupada com a sua nova identidade e que sinta alguma ansiedade em relação ao bem-estar do bebé e do parto. Estas alterações irão afectar, em maior ou menor grau, cada casal, em função da informação que possui sobre o processo de gravidez, das experiências e expectativas prévias, da personalidade e estado psicológico e do nível de stress.

Em termos físicos e emocionais, cada trimestre é diferente. No primeiro trimestre, os três primeiros meses da gestação, há um acréscimo dos níveis hormonais de estrogénio e progesterona que provocam alguns efeitos físicos, como mudanças nas mamas e nos órgãos genitais, que podem afectar a sexualidade feminina. Todas essas modificações são súbitas e evidentes, podem provocar um estado de labilidade emocional (também causada pelo medo de abortar), razão pela qual a mulher necessitará de maior atenção e demonstração de amor por parte do seu parceiro. As alterações hormonais da gravidez podem também reduzir consideravelmente o desejo sexual da mulher, sobretudo, se sentir náuseas ou vómitos, obstipação, fadiga ou sonolência. É possível observar, a nível genital, um aumento da lubrificação vaginal, que se irá manter durante toda a gravidez e que facilitará o coito; por outro lado, o intumescimento dos tecidos da região pélvica, devido ao aumento do volume sanguíneo, pode ser o responsável pelo aparecimento de irritação e desconforto vaginal na penetração. O aumento da sensibilidade mamária, que é o sintoma mais característico deste trimestre, faz com que normalmente seja desagradável a estimulação, que antes era fonte de prazer.

O segundo trimestre é, para a grande maioria das mulheres, a fase mais agradável da gravidez. Já não há medo de perder o feto, aumenta o sentimento de felicidade e há maior adaptação ao processo de mudança. O bem-estar e o aumento da congestão pélvica podem aumentar o desejo sexual da mulher. O maior afluxo de sangue conduzido para a região pélvica, provocado pelas alterações hormonais da gravidez, é responsável pelo aumento da sensação de excitação sexual, facilitando o orgasmo, sendo que algumas mulheres experimentam orgasmos múltiplos pela primeira vez. A leucorreia, comum na gravidez, aumenta a lubrificação vaginal e facilita a penetração. Por outro lado, com o aumento do volume abdominal, próprio do segundo trimestre, algumas mulheres sentem-se preocupadas com o seu aspecto físico e, portanto, com a sua capacidade de despertar o interesse sexual do parceiro, o que pode afectar a auto-estima.

No terceiro trimestre, o aumento das queixas somáticas e o aumento do volume físico podem provocar uma diminuição de prazer e do interesse sexual. A mulher começa a preocupar-se com a preparação da chegada do bebé, com o parto e com o aspecto. Nesta fase, o orgasmo pode não ser pleno, devido à resposta fisiológica da sexualidade. O sexo é incómodo, pois a barriga atrapalha algumas posições sexuais.

Embora a mulher e o casal passem por estes processos em cada trimestre, a gravidez não impede a vivência e expressão da sexualidade. Fazer sexo não prejudica o bebé em nenhuma fase da gravidez, pois ele encontra-se protegido no interior do útero, mergulhado no líquido amniótico. Em alguns casos, de facto, poderá ser aconselhada a não ter relações sexuais pelo médico quando surgem algumas complicações, como hemorragia vaginal ou ameaça de parto prematuro. A gravidez é um momento único e um processo de transição no ciclo de vida do casal e na sua vida sexual.

Desde o teste positivo a indicar Gravidez até ao parto e o pós-parto, o casal sofre um processo de mudança e adaptação inerente à nova fase que deverá ser acompanhada por informações adequadas, científicas e promotoras de adaptação dos aspectos físicos, psicológicos, sociais, sexuais e relacionais. A informação e o apoio de profissionais, da família e do parceiro são importantes na vivência de uma gravidez e de uma sexualidade feliz e satisfatória.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga
www.erikamorbeck.info
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3450&w=sexualidade_na_gravidez

Impotência e Fumo

Impotência e Fumo
Estudos indicam que o cigarro provoca o enrijecimento das artérias que irrigam o pênis, o que acaba por provocar a impotência.
Os homens que fumam bastante possuem mais chances de desenvolver a doença.
Além da impotência sexual, o cigarro é um dos grandes responsáveis pela má utilização de vitaminas, o que pode acarretar uma séria de doenças carenciais. O cigarro é considerado ainda um grande causador de câncer, quer seja de pulmão tanto quanto o de boca.
Estudos mostraram que as pessoas que fumam têm duas vezes mais chances de perder os dentes do que as não fumantes.
O cigarro provocaria perda óssea nos maxilares o que consequentemente prejudicaria a sustentação dos dentes no osso.
Autor: Umberto Sampaio - SRTE-RO 1059
Fonte: www.NAHORAONLINE.com
http://nahoraonline.com.br/lendo.asp?id=6932

Sexualidades Atípicas ou Parafilias

Sexualidades Atípicas ou Parafilias
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Saúde e Bem-Estar - Psicologia
29-07-2011
Parafilias são fantasias, comportamentos ou impulsos sexuais recorrentes

Por Erika Morbeck*

Actualmente a normalidade é definida pela norma estatística. Desta
forma, o critério de normalidade baseia-se na frequência de dado
comportamento sexual, dos padrões culturais e do período histórico.

Durante muitos anos as condutas sexuais raras ou invulgares foram
consideradas «anormais», «aberrações» ou desviantes. O termo científico sexualidades atípicas ou parafilia veio substituir estas terminologias baseadas em julgamentos morais.



As parafilias são marcadas por fantasias recorrentes sexualmente excitantes,
impulsos sexuais ou comportamentos sexuais que implicam, geralmente,
excitação sexual como resposta a estímulos invulgares, tais como, objectos
não humanos, sofrimento ou humilhação do próprio e do seu parceiro, crianças ou outras pessoas sob coacção.

Os parafílicos normalmente possuem impulsos persistentes e recorrentes, que variam de intensidade, são compulsivos ou de difícil controlo, tal como os adictos de drogas. Em alguns casos, isto é explicado, devido a comorbilidade entre a parafilia e a Perturbação Obsessivo-compulsiva.

Para alguns parafílicos, o comportamento, os estímulos sexuais atípicos ou as fantasias parafílicas são o único meio de conseguir satisfação sexual ou excitação erótica. Tipicamente, a pessoa com parafilia reproduz o acto parafílico em fantasias sexuais para se estimular e excitar durante a masturbação ou nas relações sexuais. Noutros casos, as preferências parafílicas ocorrem apenas episodicamente, enquanto noutras ocasiões a pessoa é capaz de funcionar sexualmente sem as fantasias ou estímulos sexuais atípicos. Sendo que, depois de algum tempo, a pessoa sente necessidade de viver a realidade de outro acto parafílico, flutuando entre
diversos tipos de parafilia.

As parafilias estão classificadas entre as predominantemente não agressivas, considerando que existe consentimento do outro, pouca ou nula agressividade, tais como vomerofilia, sinforofilia, gerontofilia, hibristofilia, autogonistofilia, infantilismo, fetichismo, travestismo, asfixia auto-erótica, manipulação uretral, sado-masoquismo, zoofilia, formicofilia, necrofilia, clismafilia, olfactofilia, misofilia, urofilia, coprofilia, vampirismo, escotofilia, narratofilia, crematistofilia e saliromania. Outras parafilias são consideradas predominantemente agressivas, quando não existe consentimento do outro, com presença de comportamento agressivo ou sentimento de agressividade pelo outro (desvios individuais patológicos), tais como, exibicionismo, telefonemas obscenos, voyerismo, frotteurismo, pedofilia e stalking.

Não é clara a percentagem de parafilias na população geral, sendo que, com
excepção do masoquismo sexual, todas as parafilias se manifestam quase
exclusivamente nos homens (20♂:1♀).

Os estudos sobre as causas da parafilia não são conclusivos. De acordo
com Abel (1995), o comportamento sexual atípico é desenvolvido em quatro
fases: quando a criança é exposta a estímulos sexuais directos (contacto
físico) ou indirectos (observar, ouvir), envolve um ensaio cognitivo do que foi experienciado com consequências imaginárias positivas ou negativas,
passagem ao acto do comportamento, experimentando as consequências

positivas e negativas e dependendo das consequências da experiência, o
comportamento será repetido e variado ou modificado sendo reforçado.

Janssen (1997) e Bancroft (1998) defendem que existem marcadores biológicos específicos, tais como, factores neurofisiológicos que diferenciam um parafílico de um comportamento sexual atípico, aceita-se a teoria de que os factores causais são biopsicossociais, comportamentos sexuais são auto reforçados pelo prazer nos pensamentos, rituais de antecipação, pela redução da ansiedade, diminuição dos sintomas depressivos e a gratificação e prazer na passagem ao acto.

Money (1989), desenvolveu um modelo teórico integrativo entre factores biológicos e psicossociais que envolve o conceito de Love Maps,
desenvolvido na infância e formuladas através de experiências sexuais
neste período, estas experiências são cravadas na memória da pessoa
(template), como também especula que os factores hormonais podem
influenciar a susceptibilidade da criança.

O comportamento atípico no que diz respeito a sexualidade deve ser
considerado uma cultura específica. Trata-se da forma como cada pessoa
vive a sua sexualidade. Desde que o mesmo respeite o outro e as
leis vigentes, não pode ser considerado um problema. Em alguns casos o
comportamento parafílico, principalmente o predominantemente agressivo
irrompe a lei, subjuga e causa sofrimento ao outro ou para si próprio. Nestes casos, convém fazer uma avaliação e consequente terapia.

* Psicóloga Clínica, Psicoterapeuta, Terapeuta Sexual e Sexóloga
www.erikamorbeck.info
http://sexoforte.net/mulher/artigos.php?id=3481

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Como renovar o seu casamento

Como renovar o seu casamento

Relação duradoura sem desgaste não existe. A vida a dois exige imaginação e renovação diária. Três mulheres revelam como refizeram o casamento depois daquele momento em que parecia que tudo iria acabar

Claudia Ramos

Renovar, investir, acreditar. Quem vive uma relação a dois sabe quanto essas palavras são fundamentais no dia a dia. A vida muda e o natural seria que o casamento seguisse o mesmo processo. Mas, de modo geral, as transformações só ocorrem sob a pressão de uma crise. “Toda relação afetiva passa por conflitos, uns maiores, outros menores. O jeito de encará-los define se haverá uma separação ou uma reinvenção”, diz a terapeuta de casais e palestrante Maria Luiza Cruvinel, de São Paulo. É verdade que o amor é o fiel da balança – quando existe um sentimento mais profundo, o casal se vê estimulado a renovar a união. No entanto, muitos se divorciam sem avaliar os próprios sentimentos. “A maioria prefere a separação porque não suporta a angústia da indefinição – aquele período difícil em que a crise foi deflagrada, mas ainda não se vislumbra a solução. Nessa hora, o afastamento imediato traz uma falsa sensação de melhora”, afirma Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicólogo do Instituto Paulista de Sexualidade.

Para reinventar um casamento, é preciso se abrir para as adaptações e concessões. E preparar-se para encarar tanto os benefícios quanto os riscos embutidos no processo de mudança. “Viver junto é um aprendizado desde que você reconheça as próprias limitações e compreenda as do outro”, define Maria Luiza. Para Rodrigues Jr., os relacionamentos nascem de um contrato baseado na interação inicial da dupla. “É quando são colocados os limites, o que cada um suporta e de que necessita. A questão é que, na maioria das vezes, não há diálogos reais. Cada um tenta convencer o outro a satisfazer suas demandas”, alerta o especialista. “Então, quando surge um problema sério, o mais comum é acusar, jogar a responsabilidade e aguardar que o par se sinta culpado.” Ou seja, a expectativa é que o outro mude e nunca você.

Aprender a lidar com frustrações e transformações demora mesmo. Exige uma boa dose de maturidade dos parceiros e, às vezes, terapia pessoal ou de casal. Até para aceitar o fato de que a paixão não é eterna. “O casal pode ter a consciência de que não está mais apaixonado e de que enfrenta problemas, mas prefere resolvê-los e seguir juntos porque os aspectos positivos dessa relação são superiores aos negativos”, diz Maria Luiza. Segundo ela, quem parte para a renovação de uma antiga relação são os que ainda se amam, tornaram-se amigos, têm filhos ou projetos em comum. Seja como for, os motivos da crise e o modo como cada um vai reinventar a vida amorosa é sempre particular, como se pode notar nos depoimentos desta reportagem.

VEJA NESTA REPORTAGEM
Como renovar o seu casamento
Casas separadas
Vencendo a mágoa
Laços refeitos
Casas separadas


Patricia Norbin Pereira, 46 anos, pedagoga e empresária, casada há 16 anos com Gilberto Pereira Filho, 54 anos, engenheiro civil. O casal é de São Paulo

Depois de tanto tempo de casamento, eu ainda estremeço quando ele me pergunta: “Hoje você vai dormir aqui?” Sei que naquela noite vamos tomar um vinhozinho e caprichar na sedução. Temos ainda nosso dia sagrado, a quarta- feira, quando saímos para explorar a cidade e novos lugares. Desde cedo já fico na expectativa. Nem sempre foi assim. A decisão de morarmos em casas separadas nos trouxe mais leveza, mas foi o modo que encontrei para contornar uma crise. Tenho dois filhos do primeiro casamento, e a relação do Gilberto com o meu mais velho era ruim. Apesar de saber que meu marido sempre foi bem-intencionado, eu não concordava com a forma dura como ele educava. Isso provocava muitas discussões. Moramos dez anos na mesma casa, e nossa relação se desgastava por causa desses conflitos. Depois de uma briga mais séria, pelo motivo de sempre, quase nos separamos. Eu me via sem saída, como se tivesse de escolher entre meu filho e meu marido. Foi quando pensamos em casas separadas. Nós dois sofremos, cheios de dúvidas sobre se daria certo. Ele sentia que estava perdendo um pouco de mim. Procurei, então, mostrar como seria bacana voltar a ter uma vida de namorados. Usei a tática da meiguice, pois o Gilberto detesta ser intimado. Fui com meus filhos para um flat até amadurecer a ideia. Logo depois, compramos outro apartamento. Há seis anos, moramos perto. Eu almoço com meus filhos e janto com meu marido. Para dormir, revezamos. Tem seu lado cansativo, pois são duas empregadas, dois supermercados... Mas, cá para nós, a novidade apimentou o sexo. Aliás, eu não relaxo nesse quesito. Faço ginástica e invisto em lingeries provocantes. Nossa relação ganhou em qualidade. Gilberto continua me ajudando a cuidar dos meninos. A diferença é que agora ele não está na linha de frente como antes. As brigas acabaram. Ficamos com o melhor. Nosso casamento é um exercício diário de amor.
Vencendo a mágoa
Perdoar uma traição do marido não é fácil, mas o pior foi conviver com a mágoa. Eu já estava com o Fernando fazia muitos anos quando, em 2000, ele me contou da amante, poucos dias depois de saber da minha segunda gravidez. Tentei ser racional e esperar a empolgação terminar. Após dois meses, percebi que Fernando continuava perdido e dei um basta. Deixei Uberlândia, no interior de Minas Gerais, onde morávamos, e voltei para o Rio, cidade da minha família. Ele chorou na despedida. Nossa separação durou pouco. Dois dias depois, ele viajou para nos ver. Tinha terminado o caso e me pediu para voltar. Concordei, pois queria muito que minhas filhas pudessem conviver com ele. No entanto, eu ainda não o tinha perdoado nessa época. Quando a caçula completou 1 ano, pensei em me separar. Só que, a essa altura, Fernando era um paizão e um marido carinhoso. Ele havia mudado, eu é que ainda jogava a traição na cara dele. Em 2006, tive um câncer de mama. Depois de uma mastectomia radical, engordei e perdi todo o cabelo e os pelos do corpo por causa da quimioterapia. Fernando foi maravilhoso. Parecíamos namorados, sempre juntos, no maior carinho. Percebi ali o tamanho do nosso amor. No ano passado, descobri uma metástase no pulmão. Mais do que nunca, senti que tinha de deixar as tristezas para trás e seguir em frente. Precisei ficar mal para dar importância ao meu relacionamento e a mim mesma. Hoje, estou curada e ótima, segundo os médicos. Emagreci e passei a me cuidar. Fiz terapia individual e também de casal por dois anos. Aprendi a ouvir meu marido e a expressar o que me desagrada. Sei que posso viver bem sem o Fernando, mas vivo muito melhor com ele. Preferia ter feito meus aprendizados sem ter que conhecer a dor da traição, mas hoje só penso no presente. Nós dois cuidamos do casamento. Gostamos de tirar férias a sós, e eu também melhorei na parte sexual. Me envolvo mais, ando mais safada. Até quando não estou com tanta vontade, eu topo porque sei que vou gostar depois, a frequência aumentou. No dia a dia, cuido das pequenas coisas. Eu me arrumo, faço uma mesa bonita para jantarmos em casa. Não é preciso motivo especial, o que importa é trazer alegria para a relação.
Laços refeitos

Divanir Marquezi, fonoaudióloga, 51 anos, casada há 27 anos com Claudio Odri, empresário e jornalista, 52 anos. Moram em São

Casamos em 1983, completamente apaixonados. Em 1988, nasceram nossos filhos, um casal de gêmeos. Parei de trabalhar uns tempos para cuidar das crianças. Em 1990, meu pai morreu e eu me apeguei muito a minha mãe. Com tudo isso, meu papel de mulher ficou em último plano. Claudio trabalhava demais nessa época, e eu andava ocupada com a família. Às vezes, ele chegava tarde e eu já estava dormindo. Resultado: paramos de namorar. Ele reclamou, mas eu não me dei conta da gravidade da situação. Por isso, quando Claudio disse que não dava mais, foi um choque. Nós nos separamos em 1993 e, por três longos meses, morei com minha mãe. Chegamos até a consultar um advogado. O período difícil me obrigou a refletir. E, como tínhamos que nos encontrar para tomar decisões sobre o divórcio, voltamos a conversar. Aí ficou claro que nossa história não tinha terminado: nós nos amávamos demais. Às vezes, os preparativos da separação terminavam na cama. Depois de muitas ponderações, resolvemos voltar, mas o recomeço foi estranho. Eu pisava em ovos, sem saber bem o que fazer. Queríamos retomar nossa intimidade, só que filhos pequenos exigem atenção integral. Nesse momento, a família toda ajudou. Tios e avós se mobilizaram para ficar com as crianças – assim conseguíamos fugir para um cineminha, um motel, pequenas viagens. A crise nos ensinou a cuidar mais da nossa história. Até hoje somos muito carinhosos um com o outro e não deixamos o sexo esfriar. O tempo traz não só desgastes mas também vantagens: nós conhecemos bem as fantasias um do outro. Além disso, mantemos nossa independência, com programas e amigos diferentes, respeitando o espaço de cada um. Uma lição fundamental: nunca deixar os problemas se acumularem. Um casal precisa se renovar todos os dias. E isso você só faz quando sabe que, apesar de todas as dificuldades, vale a pena estar junto dele.

Fotos abertura, Chris Parente/Realização Noris Martinelli/Produção Juliana Monteiro/Cabelo e maquiagem Giuliano Rezende, First/Modelos Claudia Albertotti e Bruno Pacheco, ambos da L’Equipe/Vestido, Emannuelle Junqueira; acessórios, Marco Apollonio; terno, Ricardo Almeida; camisa e gravata, Black Tie/casais, Marta Santos/Produção Mônica Tagliapietra/Cabelo e maquiagem Paulo Renso
http://claudia.abril.com.br/materias/4536/?pagina1&sh=26&cnl=11&sc=