terça-feira, 19 de abril de 2011

Afrodisíacos naturais

Afrodisíacos naturais
Especialistas dizem o que pode deixar as mulheres mais à vontade na hora do sexo

Por Maria Fernanda Schardong
08/04/2010

O Ginseng indiano combate os sintomas da menopausa, o Ginkgo biloba aumenta a circulação sanguínea genital, exercícios localizados ajudam a fortalecer a musculatura. As promessas são muitas e as alternativas parecem fáceis. Mas, quando o assunto é sexualidade, os especialistas advertem que a solução pode passar longe da farmácia. É na cabeça que as mulheres devem resolver a maioria das queixas que levam para a cama.

A disfunção sexual nas mulheres pode ir desde aspectos físicos, como a diminuição do desejo, até psicológicos como a depressão e a baixa autoestima. Na maioria das vezes, achar a solução para o grande quebra-cabeça é tarefa das mais complicadas. Para o terapeuta sexual e membro da Sociedade Brasileira de Estudos da Sexualidade Humana (SBRASH), Marcelo Toniette, o bom sexo depende de um equilíbrio entre o corpo e a mente.

“Para ter um desempenho sexual satisfatório é preciso estar em bom estado de saúde física e emocional. Assim, a vida sexual de uma pessoa pode ser entendida como um termômetro de como anda a vida como um todo. Dentre as alternativas naturais para melhorar a qualidade de vida, não só a sexual, as melhores são a adoção de uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas. Quem se aceita e tem uma vida social ativa, certamente terá sua vida sexual favorecida”, esclarece ele.

Quando se fala em disfunção sexual feminina a culpa sempre recai sobre eles, os hormônios. Porém, para a sexóloga e professora da Faculdade de Medicina da UERJ Regina Moura, o bom funcionamento sexual depende mais da própria mulher do que dos hormônios. “Além da diminuição do desejo sexual, há a ausência de orgasmo, a dispareunia (dor à penetração) e o vaginismo (contração involuntária e dolorosa à qualquer tentativa de penetração). Todas essas disfunções podem ser de caráter permanente ou transitório. Uma mulher pode ter desejo por um companheiro e não ter por outro. Ou ter orgasmo com um e não com outro. Não estou dizendo que hormônios não têm importância, apenas afirmo que os hormônios ajudam, mas não determinam”, explica ela.

Se o problema está no desequilíbrio hormonal, produtos e ervas naturais prometem substituir e tentar solucionar o quebra-cabeça. “Por exemplo, na menopausa a baixa de hormônios estrógenos está associada à diminuição dos estrógenos. As células têm receptores para esses hormônios, e as isoflavonas têm uma estrutura molecular semelhante aos estrógenos. Daí, ocupando esses receptores, passam a ter a mesma função dos hormônios. É assim que esses produtos naturais dizem agir, porém, fica uma pergunta: do que adianta recorrer a eles se a própria mulher não está disposta ao sexo?”, questiona Moura.

No final das contas, fazer do sexo um prazer e não uma obrigação depende muito mais da cumplicidade, intimidade e do desejo de amar e ser amado do que soluções naturais e milagrosas que estão disponíveis no mercado. “A resposta para o bom desempenho sexual está em como a pessoa lida com seus próprios sentimentos e valores, de como partilha sua intimidade com o outro. Esses produtos podem até ajudar, mas nunca determinar se o sexo será bom ou não. O bom sexo não está relacionado somente ao desempenho sexual, mas à qualidade do encontro sexual como um todo, e aí fazem parte o grau de intimidade, a cumplicidade, a capacidade de dar e receber afeto, e à disponibilidade do casal em descobrir possibilidades gratificantes e prazerosas nesse encontro”, finaliza Toniette.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7817

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