terça-feira, 19 de abril de 2011

O sexo depois dos 50

O sexo depois dos 50
Estudos mostram o quanto a ansiedade e cobranças sociais atrapalham a vida sexual na maturidade

Por Maria Fernanda Schardong
29/06/2010
Dizem por aí que a grama do vizinho é sempre mais verde. A vida sexual dos outros, então, é sempre mais perfeita, mais satisfatória, mais frequente, os parceiros são sempre mais vigorosos. O casal ao lado, no entanto, pode não dar sinais, mas estar tão insatisfeito quanto muita gente que diz que faz sexo bem. Pesquisas aqui e nos Estados Unidos revelam o quanto a insatisfação sexual é queixa cada vez mais frequente nas relações. E quem os casais apontam como os causadores de tamanha ansiedade.

A American Association of Retired Persons (AARP), uma organização sem fins lucrativos, entrevistou 1.670 americanos com mais de 45 anos a respeito de seus relacionamentos e, claro, vida sexual. Os resultados mostram que os americanos não estão muito muito felizes na cama. Desde a última pesquisa realizada pela associação até a atual, houve uma queda de 10% no percentual de pessoas maduras que fazem sexo pelo menos uma vez por semana. E somente 43% disseram estar satisfeitos com suas vidas sexuais.

O caso dos brasileiros também não é muito diferente. Segundo a pesquisa mais recente do Projeto AmbSex (Ambulatório de Sexualidade), 68% dos adultos com mais de 18 anos estão insatisfeitos na cama. Para a sexóloga e coordenadora da pesquisa, as razões dessa insatisfação vão muito além da cama. “O sexo ruim está ligado a uma série de fatores. A vida estressante, a situação econômica, a rotina e o desgaste da relação fazem com que a qualidade e a frequência do sexo diminuam. Além disso, principalmente o homem que passa dos 50, sofre uma série de mudanças. O pênis já não é tão rígido, o sono diminui, aumenta a gordura abdominal e diminui a disposição física. Diante de tudo isso, o homem se culpa tanto que acaba não rendendo na cama como gostaria, ficando insatisfeito sexualmente”, explica ela.

Que a idade traz algumas limitações na hora do sexo, isso todo mundo sabe. Entretanto, a pressão em torno do tema pode influenciar muito mais do que a própria idade. E os americanos sabem bem disso. Segundo a pesquisa da AARP, os entrevistados que dizem fazer pouco sexo consideram a pressão da mídia a grande vilã. “A mídia, de fato, faz uma pressão muito grande, pois a indústria do sexo gera milhões. O apelo sexual está em toda parte, nas revistas, na televisão, nos jornais. E isso são formas de pressionar o indivíduo a ter um corpo perfeito e uma frequência sexual exemplar. Quem já está na maturidade acaba desencorajado a fazer sexo”, diz Cecarello.

Se o sexo não vai bem, há quem recorra a ajudas extras. Tanto nos EUA. quanto no Brasil, o número de pessoas que se masturbam, inclusive na maturidade, é maior do que muita gente imagina. Dentre os americanos, 42% dos homens e 15% das mulheres se masturbam. E por aqui, 38% o fazem com frequência. “A masturbação ainda é um grande tabu, principalmente para os casados que a consideram uma traição com o parceiro(a). Mas, na intimidade, felizmente, isso é muito mais comum. Ela ajuda a pessoa a conhecer melhor o próprio corpo, reconhecer suas sensações e, com isso, pode influenciar a melhoria do sexo”, aconselha a sexóloga.

O mais importante, segundo ela, é que cada um encontre seu próprio caminho em busca do prazer. “De acordo com a OMS, uma boa qualidade de vida implica num conjunto de quatro fatores: família, trabalho, lazer e sexo. É esse conjunto que vai determinar o quão boa será a vida sexual, independentemente de cor, sexo, religião ou nacionalidade. Procure se informar, saber suas limitações, comer bem, se exercitar, realizar atividades em grupo. Tudo isso contribui para autoestima e resulta numa vida sexual sadia”, finaliza Cecarello.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7898

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