19 de abril de 2011. | N° 1104
OPINIÃO
Saúde do homem
Há cerca de dois anos, o Ministério da Saúde lançou uma Política Nacional de Saúde, com enfoque na saúde masculina. Isso porque, em média, os homens vivem sete anos a menos que as mulheres. Além disso, em cada três mortes de pessoas adultas, duas serão do sexo masculino.
A maior incidência de complicações graves se deve às doenças do coração, diabetes, hipertensão e câncer. Uma pesquisa feita em parceria entre o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Urologia, com mais de mil homens de diferentes capitais brasileiras, chegou a dados alarmantes, como o que mostra que na faixa etária de 40 a 70 anos, somente 32% realizaram o exame de toque retal. Apesar disso, entre os entrevistados, 76% declararam saber que este exame é utilizado para detectar câncer de próstata.
Entre as principais doenças urológicas estão o câncer de próstata, a disfunção sexual e o declínio hormonal. A evolução do câncer de próstata é insidiosa e as manifestações clínicas (sangramento e dor, por exemplo) refletem doença em estágio avançado. A detecção precoce, realizada em exames a partir dos 40/45 anos, aumenta as chances de cura. A investigação é realizada por meio do exame de sangue e do toque retal. Na suspeita de doença, uma biópsia da próstata deve ser indicada.
A disfunção sexual envolve principalmente a disfunção erétil (DE), a ejaculação precoce (EP) e a perda de libido. A DE ou impotência sexual se manifesta em diferentes graus e acomete de jovens a idosos, geralmente relacionada a causas psicogênicas, como depressão e ansiedade, ou causas orgânicas, como disfunção hormonal. Já a EP acomete diferentes faixas etárias, e o tratamento com psicoterapia e antidepressivos costuma trazer bons resultados.
Com o envelhecimento, há queda gradativa na produção de testosterona, cuja manifestação clínica pode ser variável e resultar no declínio hormonal. Os sintomas mais comuns são: diminuição da libido, perda na qualidade de ereção, diminuição da massa muscular, perda de massa óssea, diminuição da atividade intelectual e raciocínio, irritabilidade, etc. O tratamento é feito com reposição de testosterona, mas deve ser prudente, pois pode ocasionar problemas hepáticos, cardíacos e aumentar a velocidade de crescimento de um câncer de próstata “oculto”. Se feito corretamente, traz melhora na qualidade de vida, da sensação de bem-estar e melhora na função sexual.
FÁBIO LEPPER, MÉDICO UROLOGISTA, INTEGRANTE DO CORPO CLÍNICO DO HOSPITAL DONA HELENA
http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a3279677.xml&template=4187.dwt&edition=16928§ion=892
Nenhum comentário:
Postar um comentário