terça-feira, 12 de abril de 2011

Sexualidade feminina: um prazer conquistado

- Sexualidade feminina: um prazer conquistado
A sexualidade feminina perpassa por todo um processo histórico, cultural e social de repressão. Somos educadas por mulheres, numa sociedade onde a virilidade e o prestígio do "macho" estão longe de serem apagados. Ainda, infelizmente, somos educadas para agirmos como filhas e mães sem passar pelo estágio de mulher.
A mulher brasileira desde que nasce é educada "para dentro". Quando criança deve ter bons modos e controle sobre sua vontade. Na adolescência, não é preparada para a vida, mas sim para negar o prazer, cheio de culpa, censura e medo. Nesta fase, as questões sobre sexo geram constrangimentos e são respondidas de maneira incompleta. Se ela deseja algo mais, lhe vem inconsciente ou consciente a ideia de que não é certo, algo proibido e que não atingirá o prazer sexual necessário.
Assim, a mulher acaba buscando a imposição do sim, a do que é permitido e deve ser feito (sexualmente falando), e se assim não for a pessoa estará infeliz. Para exemplificar, citamos alguns valores considerados aceitos atualmente: a beleza corpórea feminina, que se destaca por altura, juventude, cor de pele, cabelos diferenciados, tamanho dos seios e principalmente a massa corporal, e também o desempenho sexual.
Caso não siga esses padrões (e outros mais) poderá se sentir indesejada sexualmente e, assim, infeliz. A aparente ausência de repressão sexual foi substituída pelo "dever do orgasmo", padronizando a forma de satisfação dos desejos.
Finalizo dizendo que a sexualidade humana é um elaborado cultural, tanto quanto os hábitos alimentares e corporais. Nascemos machos e fêmeas e a sociedade nos faz homens e mulheres, e isso é uma questão de gênero. Mais ainda: O ser masculino e o ser feminino variam enormemente de cultura para cultura, modificando-se substantivamente ao longo das gerações dentro de uma mesma sociedade. Portanto, o que devemos e podemos buscar é a saúde física e emocional.
Um equilíbrio necessário para todas as ações humanas e, em se falando de sexualidade feminina, importantíssimo para a autoestima e a elaboração dos mitos e repressões, pelo fato de sermos mulheres, que precisamos e necessitamos ser felizes! Sexualmente falando, também!
Eliane Rose Maio, psicóloga, sexóloga, doutora em educação escolar e professora da Universidade Estadual de Maringá. Contato: (44) 3025-5848 - elianerosemaio@yahoo.com.br
http://www.revistapenseleve.com.br/exibe.php?id=1674

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