JUSCELINO COSTA
Para melhor entender o problema contactámos o urologista Juscelino Costa, que começou por esclarecer que disfunção eréctil “é a incapacidade que um indivíduo tem de manter o pénis erecto, por tempo suficiente, que lhe permita satisfazer-se a si e a parceira”. Outro problema frequente é o da ejaculação precoce, em que a relação sexual dura apenas escassos minutos.
Quanto às causas da impotência sexual, o urologista lembrou que nas décadas 70 e 80 em 90% dos casos a causa do problema era psicológica, mas que nos últimos tempos a maior parte dos casos tem origem mista: psicológica e orgânica.
Nos casos em que a origem é um problema psicológico, o médico esclarece que o indivíduo tem erecções ao acordar, mas não consegue manter relações sexuais, o que não acontece quando a causa é física.
Dentre os casos que trata, com origem orgânica, segundo Juscelino Costa, no topo estão a hipertensão e a diabetes, pois muitos dos doentes com este problema não seguem a prescrição médica, têm uma alimentação com muito sal e gordura, e não fazem exercícios físicos, o que leva à complicação do seu quadro, o que, nos casos mais dramáticos, pode provocar impotência sexual.
Outra das preocupações é o consumo excessivo de álcool. “Esta é a primeira causa de disfunção eréctil entre os casos que atendo”, afirmou o urologista, que chamou também a atenção para as consequências do uso de anabolizantes, muito consumido entre jovens que querem tornar-se mais fortes. Ao mesmo tempo, desaconselha o consumo de estimulantes sexuais sem receita médica, especialmente o “famoso” Viagra, que, por ser muito potente, pode causar a morte.
Consumir drogas também é um risco. “Atendo muitas pessoas que consumiram liamba ou cocaína durante muito tempo e acabaram com problemas de disfunção eréctil”, realçou.
“Verificamos, também, que em muitos casos as pessoas têm uma vida sexual sem regras. O aconselhável é ter relações sexuais apenas três vezes por semana, mas sem pressa e em que as duas partes saiam satisfeitas. Tudo o que é em exagero tem consequências más”, alertou.
Nos dias em que atende pacientes, segundo o médico, dentre 20 casos, 17 são de impotência sexual, sendo que tem aumentado o número de jovens que buscam apoio. Entretanto, para se evitar que o problema se agrave o ideal é procurar um médico assim que surgirem os primeiros sintomas.
Para os casos em que se conclua que não é possível inverter a situação, o médico explica que a solução passa por colocar uma “prótese”, colocada através de cirurgia, cuja erecção é provocada mecanicamente. “Mas, para tal, é preciso que o indivíduo ainda tenha desejo sexual, para que possa ter prazer no acto sexual”, frisou Juscelino Costa, que lamentou o facto de este tipo de operação não ser feita em Angola.
29 de Fevereiro de 2012
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