Presidente do CRM diz que vai apurar o caso e informa que a entidade condena o uso de hormônios ou qualquer outra substância sem necessidade
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Da Reportagem
Em Cuiabá, o emprego dos hormônios sintéticos em tratamento antienvelhimento, proibido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2010, é uma prática relativamente comum. A entidade ainda proíbe qualquer modalidade de tratamento que garanta o rejuvenescimento ou retardo do envelhecimento.
O acesso facilitado foi comprovado pela reportagem do Diário, que encontrou um médico que oferece o produto no consultório e ainda dá orientação sobre uma dieta antienvelhecimento pela Internet. É na rede que ele consegue captar mais pacientes.
Em um blog, o profissional dá a opção de enviar a receita por telefone, email ou messenger (via celular), para aqueles que não podem comparecer ao seu consultório. Intitulando o tratamento de “Dieta do tipo metabólico avançado” em um trecho do texto, o médico antecipa um dos supostos benefícios: “Pareça e sinta mais jovem”.
Ele ainda grifa o termo “evite o envelhecimento precoce”. Finalizando ele observa que “a dieta pode ser orientada pelo telefone, email ou messenger”, disponibilizando telefone e endereços eletrônicos.
A presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Dalva Alves das Neves, disse que o órgão desconhece a existência de profissionais que oferecem tratamento hormonal ou qualquer outra modalidade prometendo retardar ou rejuvenescer.
Dalva assinala que essa prática é proibida pelo CFM, previsto na resolução 1938/2012, e assume o compromisso de apurar a oferta de serviços via internet. A presidente lembra que é de total responsabilidade do profissional a receita do uso de hormônios sem necessidade comprovada por meio de exames.
Prescrever terapia hormonal, no caso dos homens a testosterona, prometendo a recuperação da massa muscular perdida com a idade, ou para acelerar o ganho de músculos no caso dos jovens, são práticas condenadas pela medicina porque pode levar ao desenvolvimento de doenças como o diabetes, além de tumores cancerígenos, diz Dalva Alves.
“O médico que faz isso tem que ter consciência de que é responsável por seus atos e podem ser cobrados”, alerta. Dalva Alves lembra que o paciente que se sentir prejudicado pode formalizar denúncia no CRM contra o médico.
Ela, que tem a Endocrinologia como especialidade, diz que jamais receita a ingestão ou qualquer outra forma de emprego dos hormônios se não tiver a carência comprovada em exames específicos.
No mês passado, em decorrência de reportagens veiculadas na mídia mostrando médicos indicando terapia hormonal para retardar o envelhecimento e até melhorar a potência sexual, o CFM estabeleceu novas normas.
No parecer 29/12, o órgão apresenta resultados de uma série de pesquisas científicas nas quais não ficou comprovado que os hormônios retardam o envelhecimento. Em seguida, reforça que não se deve utilizar hormônios como terapia antienvelhecimento com o objetivo de retardar, modular ou prevenir o processo de envelhecimento, pela falta de evidências científicas quanto a benefícios e pela evidência de riscos e malefícios para a saúde.
“O envelhecimento é uma fase do ciclo normal da vida, não devendo ser considerado doença que necessita intervenção medicamentosa”, sentencia o CFM.
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=416140
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