terça-feira, 19 de abril de 2011

Performance, nada. Especialistas dizem onde estão os erros que geram insatisfação na cama

E o sexo, hein?
Performance, nada. Especialistas dizem onde estão os erros que geram insatisfação na cama

Por Simone Muniz
29/05/2009

Quem se engajou nos movimentos pró-liberação sexual não imaginava que, em pouco tempo, o prazer geraria ansiedade. Fruto de uma sociedade que estimula as sensações, cresce o rol dos escravos do bom desempenho na cama, aqueles para quem o orgasmo vale mais que a cumplicidade e o carinho. Sem se dar conta das verdadeiras causas, eles fazem fila nos consultórios em busca de soluções milagrosas para problemas que vão da falta de ereção à diminuição do prazer.

Ao partir dos 50 anos, essa preocupação pode ser ainda maior, pois soma-se ao medo do envelhecimento", lembra a sexóloga Regina Moura, coordenadora do Ambulatório de Sexologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que recebe clientes queixosos que alegam impotência porque não se sentem mais excitados ao olhar uma mulher muito bonita. E ouve mulheres que se dizem anorgásmicas porque perderam a vontade de transar com os maridos.

No que os especialistas insistem é que as falhas de ereção, a ausência de orgasmos ou a diminuição do prazer podem ser passageiras. Ou se prolongarem como resultados de possíveis crises no casamento, problemas emocionais mais complexos ou mesmo questões orgânicas, como doenças ou alterações hormonais. Ou uma combinação de alguns desses fatores.

"Essas pessoas podem não ter nenhuma doença ou sintoma, mas apenas estar passando por um momento de transição na vida, como a necessidade de rever o casamento ou o que deseja dos relacionamentos amorosos. As buscas e desejos influenciam demais na vida sexual", opina Regina.

Não raro homens tomam remédio contra impotência mesmo sem avaliar as possíveis causas da diminuição do desejo ou da potência. "Todo mundo sabe que falhar na cama é normal e que pode estar associada a causas momentâneas. Porém, a obsessão com a performance muitas vezes é tanta que os homens não se permitem falhar. E ficam muitos ansiosos. É capaz de tentarem várias vezes e não conseguirem ter ereção porque lembrarão dos momentos frustrados anteriores", lembra Regina.

Para a sexóloga Vera Filgueiras, da UERJ, a impotência é um monstro que assombra tanto que algumas pessoas fazem um alarde mental pela falta de desejo, maior do que o necessário. "Alguns sentem-se bem com sexo a cada semana e, se ficarem duas semanas sem desejo, acharão normal, associarão ao estresse do momento. Outros precisam transar diariamente e se ficarem quinze dias, pensarão que existe algo de errado na relação que deve ser discutido. Cada um possui suas necessidades, assim como casal tem sua medida, que devem ser respeitadas".

Passar da ansiedade a uma relação mais tranquila e baseada na troca e no afeto não é um caminho tão difícil de ser percorrido. O alívio pode estar numa conversa franca com o parceiro ou, se for o caso, procurar um médico ou terapeuta.

A disposição para o diálogo, no entanto, é um entrave. "Conheço homens que, por longo tempo, fizeram da potência sexual o principal componente de sua virilidade, não admitiram falhas e se fecharam nos momentos de vacilo. Em alguns desses casos, os relacionamentos entraram em decadência porque o marido não admitia as dificuldades e a esposa achava que estava sendo traída", lembra Regina.

Há casos de pessoas que deixam de conversar com o médico por vergonha e acabam descobrindo tarde que a dificuldade sexual estava relacionada com o remédio que se tomava. "A vergonha de conversar com o médico acaba prolongando as dificuldades e pode gerar ansiedade na cama ou dificuldades de relacionamento", alerta.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7194

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