terça-feira, 19 de abril de 2011

A reinvenção do sexo

A reinvenção do sexo
As alternativas para quem quer exercer - ou não - a sexualidade em plena maturidade

Por Maria Fernanda Schardong
27/04/2010

Existem muitas coisas sem as quais não poderíamos viver. O sexo seria uma delas? Há controvérsias. No embate de opiniões, a falta que o sexo faz pode ser tão relativa quanto as razões que levam algumas mulheres a dispensar – ou não - a relação sexual na maturidade.

Para a especialista em Sexualidade Humana Sandra Baptista, a abstinência pode ser um fato para muita gente. E a escolha do que fazer entre quatro paredes é totalmente individual. “É mais do que compreensível que algumas mulheres vivam felizes e realizadas, independentemente do fato de fazerem sexo ou não. Assim como do ritmo sexual que elas levam, pois a necessidade sexual tem que ser uma questão percebida de maneira individual, respeitando as singularidades de cada uma. Dessa forma, há mulheres que deixam de fazer sexo por inúmeras razões, entre elas o fato de nunca terem gostado. O que pode ser uma dificuldade para umas, não é para outras”, explica ela.

Segundo a psicóloga e estudiosa do tema, Teresa Creusa Negreiros, se existem mulheres que vivem bem sem sexo, ainda há outras tantas que sofrem com a falta dele. “Muitas optam pela masturbação para alívio e prazer; outras mulheres, com determinação e boa capacidade de sublimação, optam pela exclusão definitiva da atividade sexual; e algumas se tornam ansiosas e com tendência à angústia e depressão. Mas, em geral, são pessoas que não atingem, nesta fase madura, uma elaboração de conflitos ao longo da vida. E estas, podem se sentir rejeitadas, carentes, percebendo a solidão, não como uma etapa de reflexão e integração, e sim como o abandono”, afirma a psicóloga.

As mulheres já ultrapassaram a barreira do preconceito sobre a continuidade da vida sexual. Vieram outros impasses. “Nenhuma mulher deve se sentir obrigada e/ou pressionada a ter mais relações sexuais do que deseja porque "alguém" disse que isso é que o normal, que isto é o esperado. Provavelmente, se assim fizer, poderá por acabar de se distanciando do que é realmente primordial, que é o prazer dela mesma. Para se ter uma boa relação sexual é preciso se entregar, se sentir à vontade e estar com vontade de ter a relação. Pois nada é mais distante da satisfação, do prazer, do que a obrigatoriedade”, explica Baptista.

Se o sexo não pode ser mais o mesmo, é preciso reinventá-lo, na maturidade, defende Negreiros. Com uma boa dose de carícias e calor humano é possível ter uma vida sexual prazerosa, ainda que sem o sexo propriamente dito. “A vida erótica pode continuar prazerosa para os mais velhos, como em outras etapas da vida, reaprendendo-se a arte das carícias, o brinquedo dos aconchegos e dos contatos corporais, sem criar expectativas para desempenhar as chamadas “relações completas”, visando o orgasmo como finalidade última. E nem para obter a mesma quantidade de relações da juventude, pois o ciclo erótico, com o avançar da idade, pode até aumentar na duração e profundidade, mas diminui em sua frequência”, finaliza a psicóloga.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7839

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