Especialistas são unânimes: camisinha deve ser usada também por pessoas casadas
Rio - A maioria dos brasileiros acha que camisinha é a melhor forma de evitar Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Entre casados, porém, só 13% usam preservativo. Consequências podem ser complicadas. Estudo da Escola de Enfermagem da UFRJ, por exemplo, revela que a contaminação por HPV, vírus que pode levar ao câncer de colo de útero, é maior entre casadas do que solteiras: de 120 pacientes com princípio de lesão causada por HPV, 65% tinham marido.
Vergonha e medo de prejudicar a relação são os principais motivos que levam o casal a negligenciar o preservativo. Conversar sobre o assunto é delicado, mas especialistas são unânimes: é melhor ser transparente do que se arriscar.
POR CLARISSA MELLO
Vergonha e medo de prejudicar a relação são os principais motivos que levam o casal a negligenciar o preservativo. Conversar sobre o assunto é delicado, mas especialistas são unânimes: é melhor ser transparente do que se arriscar.
Arte: O Dia
Sem medo e com prazer
“É melhor usar o preservativo e não ter medo depois de abrir um exame. Quando o sexo éseguro, a pessoa lembra da relação com prazer”, diz a assessora técnica do Departamento de DST e Aids do Ministério de Saúde, Juny Kraiczyk.
Segundo Carmita Abdo, coordenadora do Projeto de Sexualidade da USP, o mais complicado é pedir a camisinha sem “parecer” que há suspeitas de infidelidade. “Se o casal não está acostumado a usar e, de repente, vem o pedido, é claro que a pessoa está admitindo ter ou desconfiar de relação extraconjugal. Homens e mulheres traem. Mas estamos falando de risco de vida”.
Mas para a sexóloga e psicóloga Sueli Abud, do Projeto Ambsex, pode-se usar preservativo no casamento sem suspeitas. “Se houver maturidade e o casal for capaz de conversar, ambos conseguem entender que é uma questão de respeito”.
A enfermeira Maria Cristina Carvalho e a professora Ana Beatriz Queiroz, autoras do estudo da UFRJ, também ponderam: a DST pode ser fruto de um relacionamento antigo. “O vírus pode permanecer anos adormecido antes de se manifestar”, ensina Ana Beatriz.
A enfermeira Maria Cristina Carvalho e a professora Ana Beatriz Queiroz, autoras do estudo da UFRJ, também ponderam: a DST pode ser fruto de um relacionamento antigo. “O vírus pode permanecer anos adormecido antes de se manifestar”, ensina Ana Beatriz.
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