segunda-feira, 23 de maio de 2011

PEDOFILIA NO CABARET

Publicado em: 20/05/2011 00:52:41
PEDOFILIA NO CABARET

Diógenes Brayner

A pedofilia tomou proporções preocupantes, depois que o sexo se vulgarizou. A prática é antiga e a palavra vem do grego. Significa perversão caracterizada pela atração sexual de adulto por criança. É também a prática de atos sexuais de adulto com criança. Atração erótica por crianças. Ou, no seu significado mais pueril: amor por crianças. Ponha-se tudo isso no liquidificador e a mistura dará sempre um crime sem precedente. Ontem, a pedofilia foi discutida no Cabaret da quinta. Trata-se de uma mesa de debate iniciada por um grupo de jornalistas e que, a cada semana, põe em discussão temas importantes e complexos como este. Reuniu promotor, delegados [um federal], defensor, deputada e outras personalidades preocupadas com esse problema que se alastra como erva daninha. É visto, até por criminosos que ocupam as penitenciárias, como hediondo e que eles mesmo castigam. Fazem com os pedófilos o que, supostamente, eles teriam feito com as crianças.

No debate muita coisa foi revelada e analisada de forma objetiva. Uma delas a força das redes sociais. O Orkut foi citado, embora não se tenha revelado projetos preventivos para o combate a esse crime. Ninguém lembrou da indústria que desperta a crianças para costumes de adultos. Parte significante de meninas – principalmente elas – entre 12 a 15 anos, já usam maquiagem e esmalte da cor da moda, com roupas nem um pouco infantis. Entre uma boneca e um estojo de maquiagem – rotulado de infantil – a garota fica com a segunda opção. A educação sexual continua sendo um tabu, mas a banalização do sexo não. Qual o pai ou mãe que hoje não diz um palavrão cabeludo [literalmente] diante de um filho menor de idade, com a simplicidade com que o beija? Quem do delegado, defensor, deputada, promotor e jornalistas que estavam no debate, não se surpreendeu ao ouvir de uma filha o palavrão mais absurdo, que aprendeu na escola?

Agora, digam aqui com sinceridade: quem não acha engraçadinho ouvir, pela primeira vez, o filhinho encher a boca e dizer: “ora porra!”? E assim vai...

Não sou uma pessoa preconceituosa e nem conservadora. Acho até que aceito bem toda essa evolução (ou involução?) comportamental. E não vejo que isso seja fruto da modernidade do século. Nos anos 30 e 40 do século passado, a maioria dos casamentos se dava aos 13 e 14 anos. Havia pedofilia quando o marido estava acima dos 20 anos? Com a normalidade da erotização, assistida pelos pais com um ar de orgulho, esse tipo de crime chega a percentuais assustadores. Os programas infantis – que chamam de desenho animado – apelam para a violência e também influenciam na formação do caráter infantil. E as danças? Como uma mãe e um pai carinhosos riem, aplaudem e se orgulham da filha que dança o “creu”! E até pedem que ela (a filha) faça uma exibição para os amigos. Qual a adolescente de 13 a 15 anos que não freqüentam festinhas e exibem a dança que “balança a bundinha”? E quem reclama? Sou de um tempo que nos cinemas havia um fiscal do juizado, que impedia menores de assistir a filmes para maiores de 18 anos. Lógico, não é tempo de existir mais isso e, em conseqüência, circulem nas noites de Aracaju e percebam a idade das garotas que se fartam de bebidas alcoólicas.

Acho a prática da pedofilia uma barbaridade. Seja praticada por homens ou mulheres, principalmente quando usam crianças que sequer deram os primeiros passos. Mas as vezes fico a me perguntar: quando essa menores erotizadas, de corpo feito, provocam maiores de 20 ou 30 anos? Responda quem puder. Fico em dúvida se, em caso do tipo, se houver o flagrante, o cara que foi provocado passa a ser pedófilo? Havia um tratamento diferenciado entre meninos e meninas, hoje nem tanto. Que bom que seja assim. Mas o aumento do crime de pedofilia tem um pouco desse pensamento vulgar em relação ao sexo e da “mulherização” de garotas. O combate à pedofilia também passa por aí, não apenas nas redes sociais, usadas para atrair menores de oito a dez anos.
http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=116345

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