terça-feira, 31 de maio de 2011

A chama apagou de vez, como fazer a fogueira do desejo reacender

A chama apagou de vez, como fazer a fogueira do desejo reacender

No início, era um fogo de botar inveja nas amigas. Com o tempo, a relação deu uma esfriada e você pensou que era assim mesmo, normal, "é só uma fase". Até que chegou o dia em que a chama apagou de vez e agora você nem se lembra da última vez que fez sexo com ele. Acalme-se porque o seu caso não é o único. E, por mais que pareça difícil, ainda dá para botar lenha nessa fogueira e voltar a aquecer a cama do casal.

Quanto tempo um casal pode ficar sem transar? Um mês? Um ano? A usuária do Bolsa de Mulher Adrekm tem namorado, mas não sabe o que é sexo há 5 meses. "Eu acho um absurdo, mas ele diz que é normal e que outros amigos dele passam pela mesma situação", conta ela, que considera natural que, com o tempo, haja uma diminuição da frequência sexual desde que essa alteração não signifique uma seca total e absoluta, como é o caso.

"Acho que o que ele sente por mim é um amor fraternal. Só que, ao mesmo tempo, ele jura que me ama, e me faz prometer que vou casar com ele e passar o resto da minha vida com ele", conta, sem saber como agir, uma vez que o seu desejo também parece ter diminuído. "Estou triste, mas tenho certeza que de alguma forma isso será solucionado", diz Adrekm.
As vezes, o casal faz uma maratona sexual com o intuito de engravidar. Só que, depois que o bebê nasce, vem uma temporada sem sexo. A usuária do Bolsa de Mulher Lika tem um bebê de dois meses e, entre fraldas e chupetas, não sabe onde foi parar a sua libido. "Não sinto vontade de fazer sexo, pois estou tão cansada, tenho que dar atenção para a bebê, para as coisas de casa, para o marido, tenho que amamentar, não durmo direito", conta.

Na hora de deitar, Lika só pensa em dormir. E o marido como é que fica? "Ele não diz nada. Acho que ele está me vendo como mãe, mas ao mesmo tempo tem vontade sim de fazer sexo. É complicado essa fase que nós mulheres estamos passando, os nossos maridos têm que ser mais compreensivos, pois é tudo novo para nós", diz ela.

Crise econômica-sexual

A usuária Soraia está casada há 16 anos e já passou por várias fases, inclusive a da seca sexual. "Uma crise financeira acaba acarretando em uma série de outras, pois sem dinheiro é muito mais difícil da mulher se cuidar. Fora o stress, a preocupação com as contas a pagar. Aí aconteceu essa ausência do meu companheiro", lembra.

Soraia tentou entender o lado do marido, que considera muito responsável: "Na época, não dava pra pensar em carinho, nem sexo. Infelizmente a cabeça fica mais focada em resolver as pendências financeiras". Mesmo se sentindo carente, deu forças ao marido até a situação se estabilizar.

"Tudo passa quando se tem amor e respeito pelo outro. Acho que o melhor a fazer nesse momento é se dar um tempo: se ele esfriou, mas você gosta mesmo dele e da sua vida em família, se priorize. Vá a luta", sugere ela, que conseguiu superar a fase de abstinência e viu a temperatura no seu quarto voltar a subir.

Frequência sexual


Segundo o sexólogo Oswaldo Rodrigues, a frequência sexual depende de uma série de fatores, como por exemplo, ansiedade e depressão, que trazem disfunções e inibições do desejo sexual. "Cada indivíduo tem suas próprias necessidades e formas de administrar suas satisfações. A razão pela qual desejaram se casar será um ponto muito importante sobre quando a frequência coital irá diminuir. Para as mulheres, o fator filhos é um forte determinante: depois de ter o bebê desejado, não será mais necessário ter sexo!", explica Oswaldo Rodrigues, lembrando que tais razões não precisam ser conscientes, e podem ser regras absorvidas desde infância e que se realizam na vida adulta sem que se perceba.

O sexólogo afirma que é comum haver diminuição do número de relações sexuais quando do nascimento dos filhos. "A chegada do bebê exige atenção e diminui a disponibilidade emocional e física, principalmente, da mulher", afirma ele, salientando que o que deveria durar apenas um par de meses acaba se estendendo, principalmente quando o casal decide aumentar ainda mais a família.

Amante ou enfermeira?

Além disso, problemas de saúde podem influenciar na vida sexual do casal. "Um momento de doenças crônicas de um dos cônjuges é claramente determinante de diminuição coital. Se o papel de um deles sair de amante para cuidador, o desejo sexual estará fadado à diminuição, embora o laço afetivo positivo continue", explica.

Tem volta?

Se você está há um tempão sem chegar aos finalmentes com o seu marido ou namorado, é melhor manter a calma porque esse não é um problema que se resolve do dia para a noite. "Um casal que passa uma fase sem atividades sexuais precisa de alguma elaboração para que o sexo retorne. O passo inicial é que cada qual saiba o que quer e possa expressar isso verbalmente. O segundo passo exige paciência: retomar o namoro e as aproximações físicas sensuais e eróticas de modo vagaroso e sobreposto. Assim ambos administram os limites existentes, não entram em ansiedades e não se submetem a novas emoções negativas que postergariam ainda mais o sexo", explica.

Parem de falar mal da rotina

Para finalizar, Oswaldo Rodrigues afirma que a rotina em si não é não é um inibidor do desejo sexual. "Nossa cultura tem criado este mito como uma forma de justificar o que não se compreende. Para a maioria das pessoas o conhecido é sempre desejável, e não o contrário. A rotina é ruim para pessoas impulsivas e sem controle sobre as emoções", conclui.
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