terça-feira, 13 de setembro de 2011

Disfunção erétil pode ser associada a risco de infarto?

12/09/2011 -- 15h42
Estudo mostra que antes de serem internados por infarto, pacientes apresentavam algum grau de disfunção erétil
Pesquisas demonstram que de 40% a 60% dos pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva por infarto agudo do miocárdio já apresentavam algum grau de disfunção erétil meses antes da obstrução das artérias do coração.

Em outro estudo com 440 pacientes com dificuldades de ereção, 97% apresentavam pelo menos dois fatores de risco para doenças arteriais (diabetes, tabagismo, hiperlipidemia ou hipertensão arterial). Ou seja, a presença de disfunção erétil pode ser um sinal de risco para doenças cardiovasculares.

A obesidade, hipercolesterolemia, diabetes, tabagismo e hipertensão arterial tornam doentes as células que revestem nossos vasos sanguíneos. Essas células são chamadas de endoteliais e estão localizadas nos corpos cavernosos penianos e são mais sensíveis que as coronarianas. Entre as várias funções dessa camada de células está a de relaxar a musculatura lisa que regula a entrada de sangue no pênis.

A gordura acumulada, principalmente no abdome, produz liberação de substâncias que inflamam cronicamente essas células, promovendo surgimento de aterosclerose e dificuldade de relaxamento da musculatura lisa. Como consequência, menor entrada de sangue no pênis, ereção menos rígida e sabidamente, quanto menor a rigidez obtida, menor será a satisfação sexual, a auto-estima e a autoconfiança.

Estou escrevendo e imaginando você, leitor, lendo esse texto e pensando: mais um médico dizendo para eu fazer exercícios, perder peso, comer com moderação etc.

É exatamente isso! A mudança no estilo de vida: abolir o tabagismo, reduzir o álcool, evitar alimentação muito calórica e gordurosa e realizar atividades físicas regularmente reduz a massa de gordura corporal central, proporcionando melhora da ereção em 30% dos homens com disfunção erétil.

Em resumo, com um estilo de vida saudável você provavelmente viverá mais tempo. E esse tempo que você viver com certeza será mais feliz, pela melhor qualidade de sua vida sexual.

Sílvio Henrique Maia de Almeida - sócio-titular da Sociedade Brasileira de Urologia e professor de Urologia da UEL

Nenhum comentário:

Postar um comentário