19/09/2011
No homem a redução dos hormônios sexuais ocorre de maneira muito mais sutil que na mulher. Não há uma queda tão definida dos hormônios nem um fenômeno tão marcante quanto a última menstruação. O que sabemos é que neles, a testosterona, o principal hormônio masculino, começa a cair por volta dos 40 anos de idade e daí por diante a perda pode alcançar 1 a 2% da produção hormonal masculina anualmente.
Os sintomas também não são nada característicos como na mulher. Nelas, as ondas de calor não deixam dúvidas de que o climatério chegou. Neles, o declínio dos hormônios sexuais masculinos, a chamada andropausa, ainda não é aceita por muitos estudiosos no assunto. Isso porque seus sintomas lembram muito mais o processo de envelhecer e não ocorrem como um fenômeno fisiológico em todos os homens.
A disfunção erétil e a redução da libido talvez sejam os sintomas mais característicos da andropausa e que mais afligem o homem com declínio hormonal. Mesmo assim, a sexualidade pode sofrer influências de muitas outras causas orgânicas e psíquicas e que nada tem a ver com o declínio do hormônio masculino. Por isso, o diagnóstico deve sempre ter a comprovação das dosagens desse hormônio, além dos sintomas.
Além das alterações da esfera sexual, os demais sintomas que acompanham a redução da testosterona são ainda menos específicos de disfunção hormonal e mais parecidos com o envelhecimento. Redução da massa muscular e óssea, fadiga crônica e desânimo são queixas de muitos homens após os 50 anos e a maioria deles não tem a queda de testosterona que nos permite fazer o diagnóstico de andropausa. Talvez o stress da vida moderna, as demandas profissionais e familiares e a própria expectativa masculina possam estar atuando com mais força do que o declínio hormonal.
Uma vez estabelecido o diagnóstico, a reposição do hormônio masculino pode ser realizada desde que não haja contra-indicações. As mais importantes são as doenças da próstata ou até as alterações inespecíficas do PSA. A reposição pode ser feita através de várias preparações do hormônio masculino, que podem ser administradas por via oral, injetável ou por soluções aplicadas à pele sob a forma de gel ou adesivo. Seus benefícios são comprovados em melhorar a libido, a ereção, a massa muscular e óssea.
Há, entretanto, riscos que devem ser monitorados, principalmente devido ao potencial da testosterona em agravar a tendência do aumento da próstata que ocorre com a idade e em estimular uma doença prostática não diagnosticada, entre elas, o próprio câncer de próstata. É bem certo que o hormônio masculino não causa o câncer de próstata, mas também é definitivo o conhecimento de que ele pode ser o gatilho para o crescimento de um tumor maligno até então quiescente. Outras complicações do uso crônico do hormônio masculino são a retenção de líquidos e aumento de glóbulos vermelhos que podem trazer risco de sobrecarga cardiovascular, desenvolvimento de mamas e até apneia do sono.
Como a reposição hormonal feminina, aqui também cada caso deve ser minuciosamente investigado e o tratamento instituído individualmente e monitorado com rigor.
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