Disfunção erétil tem cura, mas poucos procuram ajuda médica

23/09/2011 10:00

Urologista Moacyr Vaz

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a disfunção erétil atinge – em algum grau (leve, moderada ou severa) – cerca de 50% dos homens em todo o mundo. Desses, apenas 10% procuram algum tipo de tratamento. Conforme alerta o urologista Moacyr Vaz de Almeida Junior, 40% dos homens acima dos 40 anos convive com o problema mas a maioria tem receio em procurar auxílio médico.
"Conhecida antigamente como impotência sexual, a disfunção erétil é a incapacidade de se obter ou de se manter a ereção peniana adequada para a penetração vaginal", conceituou o urologista Moacyr Vaz, coordenador científico do Serviço de Urologia da Santa Casa de Maceió com formação em São Paulo e que passou os últimos 14 anos no Rio Grande do Sul.
Mediante estímulos, as cavidades internas do pênis recebem um aporte maior de sangue, deixando-o ereto e pronto para a penetração. A disfunção erétil não deve ser confundida com problemas na ejaculação, já que se trata de patologia de outra natureza.
A disfunção erétil pode ter origem em causas emocionais, orgânicas ou em ambas. No lado emocional, o estresse, as frustrações, traços da personalidade, a qualidade do ato sexual e até transtornos psiquiátricos relacionados à ansiedade, à depressão entre outras podem afetar a ereção.
Quanto às causas orgânicas, o problema está associado a doenças arteriais, neurogênicas e congênitas. Entre elas estão o diabetes, a esclerose múltipla, a hipertensão, o alcoolismo, as lesões da medula espinhal, além de cirurgias, radioterapia pélvica etc.
"Tratando-se o problema - que pode ser com medicamentos, terapia ou, nos casos mais críticos, com próteses intrapenianas, o paciente volta a ter uma atividade sexual normal. O importante é iniciar o tratamento o mais cedo possível", finalizou Moacyr Vaz.


Mitos e verdades

É verdade que remédios para impotência sexual, como o Viagra, Cialis e outros, provocam calores?
Vários sintomas estão associados aos medicamentos vasodilatadores. Os efeitos e sua intensidade variam. O mais comum é o rubor facial e a pele quente. Outros sintomas são taquicardia, vermelhidão no olho, visão turva, congestão nasal, dor de cabeça, lombalgia etc.
Esses medicamentos trazem risco de morte?
Seu uso indiscriminado pode levar a óbito homens que tenham algum comprometimento cardíaco ou que tomem medicamentos.
Quem faz a cirurgia de próstata fica impotente (tem dificuldade de manter o pênis ereto)?
O médico terá condições de avaliar se há chances de isso ocorrer. Existe uma ligação nervosa entre a próstata e o sistema circulatório sanguíneo pélvico, o mesmo que leva o pênis a ficar ereto. Se um eventual tumor envolver essas terminações, será necessário retirá-la, associada à técnica cirúrgica realizada no momento da cirurgia, daí a importância do cirurgião ter a experiência necessária.
Próteses penianas substituem o pênis?
Não. As próteses são hastes flexíveis implantadas sob a pele do pênis e utilizadas em casos mais extremos de disfunção erétil.
http://primeiraedicao.com.br/noticia/2011/09/23/disfuncao-eretil-tem-cura-mas-poucos-procuram-ajuda-medica