Casar e continuar morando em casas separadas é uma alternativa para muitos brasileiros. Tendência reforça a ideia de respeitar os limites do outro
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A cada cinco casamentos, um acaba em separação no Brasil, segundo o Ibope. As pessoas, mesmo divorciadas, continuam acreditando na união estável. É o que mostra o número de recasamentos no país, que teve um aumento de 66% nos últimos 10 anos. "A segunda relação tem grandes chances de dar certo, pois o casal está mais maduro e as pessoas estão optando pela união porque realmente querem. Quando o casamento não é mais uma obrigação ou imposição social, o relacionamento se torna muito mais interessante", afirma Sheila Rigler, pedagoga e diretora da agência curitibana de relacionamentos Par Ideal. Hoje não convivemos apenas com a união tradicional, um homem e uma mulher sob o mesmo teto na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza. O casamento do século 21 tem muitas possibilidades. Com ou sem papel. Casais dividindo a cama, dividindo as contas, dividindo a casa sem dividir o quarto. Em casas separadas, porém, na mesma cidade. Ou mesmo vivendo em cidades distantes, comcontato diário garantido apenas pela tecnologia. A verdade é que relacionamentos não possuem uma receita, mas os casais estão buscando novas fórmulas para evitar divórcios, já que o sucesso da união de duas pessoas depende do que cada um busca para a sua vida.
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E quando a separação já ocorreu, a vontade de começar um novo relacionamento, depois de um divórcio, tem apresentado algumas mudanças. Dos homens cadastrados na Par Ideal, por exemplo, 55,8% são novos solteiros, ou seja, são separados, divorciados ou viúvos. Já as mulheres que estão buscando um novo parceiro representam 47,8% das inscritas na agência. "O número de casamentos entre solteiros está caindo nos últimos anos. Percebe-se um grande número de homens divorciados casando com mulheres solteiras" afirma Sheila. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, o número de uniões entre homens divorciados e mulheres solteiras passou de 4,6% para 7,4%, entre 1998 e 2008.
Mas quando é uma mulher divorciada que procura um novo relacionamento, a postura está um pouco diferente. "Muitas mulheres, depois de sair de um casamento e ter uma rotina estabelecida com os filhos, preferem ficar em casa com eles, sem morar junto com o novo companheiro. Esta é uma precaução para os que acreditam que casar éfácil, mas a separação é muito dolorosa", explica Sheila Rigler. Respeitando os espaços E já que um relacionamento é feito do cotidiano, das coisas boas e ruins do dia a dia, em alguns casos, a distância proporciona desfrutar os melhores momentos da relação. Esta postura garante o espaço de cada um, a liberdade dos filhos e mantém a intimidade do casal. A atitude pode ainda evitar o desenvolvimento de alguns aspectos conflituosos na relação. Depois de um tempo alguns casais acabam aderindo ao casamento tradicional e optando por morar na mesma casa, mas para muitas mulheres com filhas, esta opção acaba sendo adiada ou até deixada de lado para preservar a liberdade em casa e não afetar o relacionamento amoroso.
A pedagoga destaca que os homens geralmente estão em busca de alguém para ficar ao seu lado, durante as refeições, para assistir um filme e em outras atividades do dia a dia. "Eles ainda tem dificuldade para aceitar esta postura das mulheres, pois a maioria dos homens prefere o casamento da maneira tradicional e não em casas separadas", completa.
Mas como não existem fórmulas para os relacionamentos entre duas pessoas, um casamento no qual as pessoas preferem continuar morando cada uma na sua casa, tem vantagens e desvantagens. Os principais benefícios desta modalidade de união são: encontros mais agradáveis, sem rotina, preservando a intimidade do casal, o romantismo e a atração sexual. Mas este tipo de relacionamento não é para todos, e a distância pode gerar excesso de ciúmes, insegurança e até traições.
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