sábado, 23 de julho de 2011

Ejaculação precoce: falta de controle ou de conhecimento?

Ejaculação precoce: falta de controle ou de conhecimento?
Autoria: Maria Cristina Romualdo Galati*
23 de julho de 2011

A ejaculação precoce vem sendo estudada há muitas décadas. Vários pesquisadores procuram, desde então, explicar o que acontece com o homem que não consegue um controle satisfatório sobre sua ejaculação, mas até hoje não se chegou a uma definição amplamente aceita.

Atualmente, a conceituação mais utilizada é a que apresenta essa disfunção como “ejaculação persistente ou recorrente com estimulação sexual mínimaantes, durante ou logo depois da penetração e antes que o homem a deseje” (APA, 1995). Contudo, por utilizar critérios de difícil mensuração, pois dependem das percepções subjetivas, tanto do tempo quanto da satisfação sexual relatadas pelo próprio homem ou por sua parceira, não auxiliam no diagnóstico preciso dessa problemática sexual. As causas da ejaculação precoce são, em sua imensa maioria, de origem psicológica. Entre elas podemos citar a falta de informações claras e objetivas sobre funcionamento sexual, originando uma série de falsas concepções sobre a sexualidade e expectativas inatingíveis sobre o desempenho masculino.

Homens que temem o fracasso sexual, que apresentam ansiedade quanto ao seu desempenho e temem as conseqüências negativas, caso não desempenhem o papel que julgam ser adequado podem ter dificuldades para o controle da ejaculação. Aliado a isto, as recentes mudanças culturais, notadamente, no que se refere aos papéis sexuais masculinos e femininos, ainda não foram completamente assimiladas. O comportamento sexual anterior foi questionado e não serve mais,contudo um novo padrão não foi estabelecido e homens e mulheres não sabem como devem se comportar sexualmente, o que traz insegurança frente ao outro, durante o encontro sexual.

Tal situação pode ser diferente de acordo com o tipo de vínculo que o vivido. Homens que não tem parceiras fixas podem apresentar ansiedade diante do desconhecido, por não saberem quais as expectativas de sua nova parceira sobre a relação sexual. Isso pode gerar ansiedade frente ao seu próprio desempenho e desencadear a ejaculação precoce. Em relacionamentos estáveis, quando questões associadas ao vínculo conjugal são a causa ou o agente mantenedor dessa disfunção é imprescindível que o casal seja tratado, pois somente com o tratamento de ambos, a problemática sexual poderá ser sanada.

Muitos profissionais da área da sexualidade afirmam que a falta de controle ejaculatório de um adolescente não pode ser diagnosticada como uma disfunção, pois está associado às características inerentes dessa fase do desenvolvimento, ou seja, a inexperiência, imaturidade e uma grande energia sexual. Nessa fase, a masturbação é uma prática muito comum, como uma forma de dar vazão ao impulso sexual, à descoberta tanto das sensações de prazer que o corpo propicia, tanto quanto do desejo sexual.

Para alguns estudiosos, a masturbação pode, dependendo de como é ou foi praticada, levar o homem a apresentar tal disfunção. Por outro lado, quando o homem se permite,através da masturbação, conhecer seu próprio corpo, como ele reage à estimulação sexual, como ocorre o processo de excitação, ele poderá utilizar tal conhecimento a seu favor, ou seja, aprendendo a controlar suas reações, de sua excitação e, consequentemente, ter controle de sua ejaculação podendo usufruir do prazer desencadeado pela mesma.

Maria Cristina Romualdo Galati* é psicóloga, terapeuta sexual e supervisora do Instituto Kaplan.
http://www.odebate.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=16723&Itemid=28

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