sábado, 23 de julho de 2011

Os últimos românticos

Os últimos românticos
Pesquisa americana sugere que são os homens os mais românticos em uma relação

Por Ilana Ramos
Data de Publicação: 18/7/2011 11:19:00
Esqueça tudo que você já ouviu sobre relacionamentos entre homem e mulher. Que os homens gostam de ter várias parceiras, que as mulheres são mais carinhosas, que eles não gostam de ficar casados por muitos anos. Um estudo encomendado pelo Instituto Kinsey de Sexualidade Humana, dos Estados Unidos, revelou que os homens, mais que as mulheres, preferem relacionamentos longos e estáveis e que são elas que dão mais valor à satisfação sexual do que afetiva.
O estudo envolveu mais de mil casais de cinco países diferentes: Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos e Japão. A idade dos envolvidos na pesquisa variou de 40 até 70 anos de idade, estando juntos por um tempo médio de 25 anos. Os casais tiveram que responder questionários específicos para cada gênero, com perguntas sobre a frequência com que faziam carinho no parceiro ou o grau de felicidade no casamento. E os resultados foram impressionantes.

Beijos e abraços foram mencionados mais pelos homens do que pelas mulheres como precursores da felicidade. Eles também revelaram que eram mais felizes do que as mulheres em relacionamentos longos. Em contrapartida, foram as mulheres que se mostraram mais satisfeitas sexualmente. Outro estereótipo surpreendente foi quebrado com a pesquisa: homens que tiveram maior número de parceiras sexuais ao longo da vida foram os que declararam estarem menos felizes na cama. Com relação aos países, os casais que se declararam mais felizes no casamento foram os japoneses, enquanto que os menos felizes foram os brasileiros e espanhóis. Sexualmente, as mulheres japonesas também saem na frente no quesito satisfação, acompanhadas de perto pelas brasileiras.

Resultados como esses impressionaram até especialistas da área. A terapeuta sexual do Instituto Paulista de Sexualidade (INPASEX) Juliana Bonetti Simão gostou do resultado. “Acho a pesquisa surpreendente, pois mostra resultados diferentes dos que são difundidos no senso comum. A pesquisa mostrou que o homem é mais feliz quanto mais tempo permanece com uma parceira. Cabe dizer então, aquele velho clichê que foi reforçado pelo estudo em questão: ‘O que importa não é a quantidade de relações e sim a qualidade das mesmas’. Outro item importante que foi evidenciado e que chama a minha atenção refere-se ao fato de que o Brasil apresentou o maior índice de insatisfação com o casamento dentre todos os países pesquisados. A questão levantada por mim em relação a isso é a de que o Brasil sempre foi conhecido por ser um país tropical em que a sexualidade e a afetividade são vividas de maneira mais tranquila que se comparado a outros países. Acho a pesquisa importante por trabalhar com quebra de crenças e mitos a partir de resultado concretos”, disse.

A cultura de cada país é um fator-chave para a definição dos níveis de felicidade e satisfação nos casamentos. Juliana avalia que “um país oriental como o Japão possui valores ancestrais a respeito do casamento. Creio que há toda uma educação voltada para o fortalecimento dessa instituição. A cultura oriental, em geral, tem barreiras fortalecidas no que se refere à entrada de novos valores de culturas diferentes. Possivelmente, há um investimento emocional nessas relações, da parceria, para que elas consigam ter tanta felicidade no matrimônio”.

Os estereótipos não são bem vistos aos olhos dos especialistas e a quebra de alguns deles pode ser positiva tanto para o profissional quanto para o paciente. “Gosto quando mitos e crenças são quebrados. Uma crença trazida por alguém em consultório muitas vezes pode ser causa de disfunção. Acho que o homem sofre muito com o mito construído em torno de si. Corresponder ao que lhe é exigido pode lhe custar caro. O resultado da pesquisa mostra o outro lado da questão, que por mais que o homem tenha que seguir esse arquétipo do machão, no seu íntimo eles também necessitam serem compreendidos de outras maneiras”, diz a especialista.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=8351

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