domingo, 11 de setembro de 2011 0:00
Da Redação
Conversa dentro de casa pode evitar gravidez e até mesmo dooenças
Nem mesmo todos os avanços tecnológicos
proporcionados à sociedade moderna mudaram tabus quando o assunto é
sexualidade. O tema, que deve ser debatido dentro de casa segundo
especialistas, muitas vezes é deixado de lado pela falta de conhecimento ou
preconceito dos pais. Entre as consequências disso estão os índices de doenças
sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada nos jovens.
De acordo com César Marinelli, médico assistente de
Urologia da Faculdade de Medicina do ABC, é dever dos pais conversarem com os
filhos, principalmente quando a criança entra na puberdade. “A criança começa a
sentir desejos novos e os pais têm de aconselhar para que ela possa exercer a
sexualidade da melhor maneira possível”, explica.
Prova da ausência do assunto, que abrange muito
mais fatores do que pura e simplesmente o sexo, é a falta de conhecimento da
especialização médica chamada hebiatra, que é o médico e o terapeuta
especializados em adolescentes. “Muitas desconhecem o hebiatra. Outro exemplo é
a inexistência de meninos nos consultórios do urologista”, defende Marinelli.
Para Oswaldo Rodrigues, psicólogo e terapeuta
sexual do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), discutir o assunto é
maneira correta de ensinar aos filhos como construir futuros relacionamentos
saudáveis. “Não estamos nos referindo a fazer sexo, mas como desenvolver
ligações emocionais entre homens e mulheres com objetivo de formar uma família
baseada em afetos amorosos”, explica. (Colaborou Larissa Marçal)
Cultura ainda é principal barreira
Existem inúmeros motivos que levam os pais a não discutirem a sexualidade com os filhos, mas a questão cultural é o principal deles. De acordo com Rodrigues, é quase uma regra na cultura ocidental não discutir sexualidade dentro de casa. “Somente nos últimos 60 anos é que se percebeu que o assunto deveria ser direcionado, debatido constantemente”, aponta.
Existem inúmeros motivos que levam os pais a não discutirem a sexualidade com os filhos, mas a questão cultural é o principal deles. De acordo com Rodrigues, é quase uma regra na cultura ocidental não discutir sexualidade dentro de casa. “Somente nos últimos 60 anos é que se percebeu que o assunto deveria ser direcionado, debatido constantemente”, aponta.
Conscientizar sobre as mudanças do corpo e as
psicológicas é maneira de introduzir o assunto. Marinelli explica que os pais
devem tratar o assunto da maneira mais natural possível. “A sexualidade é tão
explorada pela televisão que a criança vê com naturalidade”, explica.
Para tratar sobre sexualidade não existe idade
fixa. O urologista ensina que entre 10 e 11 anos já é possível conversar com as
meninas, já com os meninos o tema deve ser abordado um pouco mais tarde. “Eles
costumam demorar um pouco mais para amadurecer”, explica.
A discussão sadia, iniciada em casa, pode evitar a
transmissão de doenças sexualmente transmissíveis e até mesmo uma futura
gravidez indesejada.
“Adolescentes que recebem educação sexual afetiva,
vinda dos próprios pais, tendem a postergar o início da vida sexual, porque
eles aprendem, realmente, como utilizar processos de contracepção e compreendem
a razão para não engravidar sem planejamento para o futuro da vida”, pontua
Rodrigues. (LM)
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