segunda-feira, 16 de maio de 2011

Abusos sexuais: Vaticano confirma política de «tolerância zero»

Abusos sexuais: Vaticano confirma política de «tolerância zero», diz secretário da Conferência Episcopal Portuguesa
Padre Manuel Morujão refere necessidade de «normas adaptadas à cultura e às leis locais»

Lisboa, 16 mai 2011 (Ecclesia) – O secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considerou hoje que as novas indicações do Vaticano para casos de abuso sexual de menores por parte de clérigos confirmam a “lei da «tolerância zero»", num campo "tão delicado e importante”.

“Esta vontade firme da Santa Sé de combater o flagelo social da pedofilia, sem recuar nem esmorecer, parece-me sumamente exemplar e louvável”, assinala o padre Manuel Morujão.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o secretário da CEP avalia de forma positiva a nova circular da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) enviada esta segunda-feira às Conferências Episcopais para ajudar na preparação de “linhas diretrizes” para estes casos.

“Este documento mostra a vontade firme da Santa Sé a fim de que se tomem todas as medidas adequadas para prevenir e tratar os casos de abusos sexuais de menores”, assinala este responsável.

A questão dos abusos sexuais já foi debatida, anteriormente, pelo Conselho Permanente da CEP e um novo documento deverá estar pronto, segundo as indicações da Santa Sé, até ao fim de maio de 2012, com normas para a proteção de crianças e jovens.

Para Manuel Morujão, a determinação da CDF é mesmo “o ponto fundamental e original deste documento” agora apresentado.

Nesse sentido, compete às Conferências Episcopais elaborar “normas adaptadas à cultura e às leis locais para prevenir e tratar casos de abusos sexuais de menores por parte de clérigos”.

“Trata-se de uma chamada de atenção, com grande pertinência e realismo, para que os princípios gerais das normas já existentes sejam aplicados e concretizados, tendo em conta a cultura e as leis de cada país”, acrescenta o secretário da CEP, confiante de que o mesmo será feito em Portugal no prazo determinado pela Santa Sé.

Na circular da CDF, assinala o sacerdote jesuíta, “são explicitadas as principais normas vigentes no campo da prevenção (formação nos seminários, cuidados a ter na aceitação em ordenar candidatos e formação permanente do clero); da assistência às vítimas (acompanhamento espiritual e psicológico, fazendo justiça na caridade); na colaboração com as autoridades civis, usando sempre de prudência e respeitando a privacidade das pessoas implicadas”.

A ‘Carta circular’ da CDF,disponível em português, sublinha a importância de cooperar com as “autoridades civis” e a “atenção prioritária às vítimas”.

OC
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=85742

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