quinta-feira, 19 de maio de 2011

A fórmula do amor eterno

08/01/2009 - 13:49 - ATUALIZADO EM 09/01/2009 - 16:37
A fórmula do amor eterno

Os avanços da genética e das técnicas para mapear o cérebro ajudam a explicar por que certas paixões duram e outras não
MARCELA BUSCATO E MARTHA MENDONÇA. COM DANILO CASALETTI

O segredo da paixão eterna é a ativação de um circuito na área tegmentar ventral, uma região do mesencéfalo, no meio da cabeça. Certo, não soa nem um pouco romântico, mas essa descoberta de cientistas de duas universidades americanas, noticiada na semana passada, pode ajudar a entender por que alguns relacionamentos duram tanto e outros tão pouco. A área tegmentar ventral é acionada quando algo nos dá prazer. Os pesquisadores das universidades Rutgers e Stony Brook, nos Estados Unidos, detectaram em imagens computadorizadas um pequeno ponto de luz, indicador desse circuito cerebral em atividade, nas pessoas que têm relacionamentos estáveis há pelo menos duas décadas. Pode ser a prova de que não é uma ilusão a paixão que permanece tão intensa quanto no primeiro dia.

“O contexto do início ajudou muito. Jovens, belos, isolados no Xingu, nadando seminus em rios límpidos. Éramos pura sensação, todos os sentidos aguçados no meio do nada, longe da cidade e do barulho. A química foi perfeita, o desejo irrefreável, aquela coisa que sai faísca. Mas o melhor é dizer que até hoje somos assim. Respeitamos a individualidade do outro, mas sentimos muita saudade quando um trabalho nos separa. Trocamos e-mails, pegamos avião para passar um tempo mínimo com o outro. O Ri é muito generoso, o tipo de homem doador. Cada reação dele diante de coisas grandes ou pequenas é coerente, é bonita. E temos muito tesão, sem o qual nada pode seguir adiante”

Bruna Lombardi, 56 anos, e Carlos Alberto Riccelli, 61 anos, estão juntos desde 1978. Conheceram-se gravando Aritana, novela sobre uma índia do Xingu
“É difícil falar do que mais gosto em uma mulher tão linda como a que eu tenho. Dá para dizer ‘tudo’? Na primeira vez que bati o olho, pensei, impressionado, o que qualquer homem pensaria em relação a ela. Adoro os olhos, a boca, as pernas, os pés, o jeito como ela se mexe. A lista é enorme! Mas o melhor é que não é só isso. Atrás daquilo tudo havia uma mulher inteligentíssima, brilhante, apaixonada pela vida. O começo é importante, mas para que dê certo as pessoas precisam querer continuar acertando. Não existe um segredo. As pessoas são diferentes e a interação delas também. O Universo conspira, mas precisamos fazer a nossa parte”
Casais de longa data que se dizem tão apaixonados quanto no primeiro encontro – como alguns dos que contam a ÉPOCA, nestas páginas, como encaram o amor – não estariam, portanto, se iludindo, como apregoam os céticos e os de coração calejado – ou cérebro desligado. Os pesquisadores compararam o cérebro de 17 homens e mulheres que relatavam sentir uma paixão intensa pelos companheiros de décadas com os de namorados há menos de um ano juntos. Um equipamento de ressonância magnética mostrou que, ao verem fotos do parceiro, os cérebros dos apaixonados veteranos reagiram da mesma maneira que os dos namorados recentes: a tal “área tegmentar ventral” foi ativada.

“Nós ainda não temos certeza quanto aos fatores que fazem a paixão durar tanto tempo em alguns casais”, diz o psicólogo Arthur Aron, um dos coordenadores do estudo. Mas há suspeitas de que esses motivos sejam mais uma questão de “quem” em vez de “o quê”. “É preciso escolher a pessoa certa para que a paixão seja duradoura”, diz a antropóloga Helen Fisher, outra coautora do estudo e uma das mais respeitadas especialistas nas transformações cerebrais causadas pela paixão (leia a entrevista).

Os avanços da ciência nos últimos anos podem ajudar na busca pelo parceiro ideal? Ao que tudo indica, sim. As técnicas de mapeamento do cérebro já conseguem mostrar o que acontece com ele quando estamos apaixonados. E a genética está ajudando a explicar por que nos sentimos atraídos por determinadas pessoas e por que outras que teriam tudo para nos atrair se tornarão, no máximo, bons amigos. Já são vendidos testes genéticos com a promessa de unir casais que teriam literalmente nascido um para o outro. Pode ser um pouco precipitado, considerando o estágio atual das pesquisas. Mas até que ponto a ciência pode determinar por quem nos apaixonamos? Os sintomas clássicos do surgimento da paixão – o frio no estômago e as mãos suando – poderiam ser trocados por um impessoal exame de laboratório?
Para algumas pessoas, isso já é realidade. Por US$ 1.995,95, a empresa americana ScientificMatch diz encontrar o parceiro mais compatível geneticamente com seus clientes – mas apenas entre a seleta base de usuários cadastrados em seu site, porque o exame está disponível apenas em algumas regiões dos Estados Unidos. No laboratório suíço GenePartner, um serviço semelhante custa US$ 299. Casais que queiram se certificar de que seus perfis genéticos combinam têm de desembolsar US$ 399. Sete brasileiros já solicitaram os serviços do GenePartner, segundo a bioquímica Tamara Brown, diretora-técnica do laboratório. A empresa já está negociando uma parceria com um site brasileiro. “Planejamos lançar o Enamorados até fevereiro”, diz Christina de Moura Coutinho, sócia do projeto brasileiro. Os testes genéticos devem ter preços semelhantes aos do GenePartner, porque serão feitos no laboratório suíço.

“O amor é uma vibração, algo que você sente e que não tem uma explicação lógica, racional. Quando conheci a Andréia, senti que ali existia algo a mais. Sou uma pessoa muito mística e sabia que ia conseguir conquistá-la. A paixão acontece, depois ela se acalma e o amor é o que fica. Mas a Andréia e eu sempre conseguimos, mesmo depois de tanto tempo, manter a chama acesa. A maturidade e o tempo de relação nos trouxeram algo fundamental: a capacidade de passar pelos momentos bons e ruins da vida de uma maneira muito suave. Fico feliz de ter um bom motivo para voltar para casa todos os dias”

Luigi e Andréia Baricelli, ator e empresária, ambos de 37 anos, estão juntos há 15 e têm dois filhos, de 11 e 7 anos
“Quando conheci o Luigi, ele já era ator e tive um certo receio de me envolver. Mas a insistência dele acabou me conquistando. Lembro que ele queria conhecer a minha família e eu disse que não, que era muito cedo. Certo dia, cheguei em casa e o Luigi estava lá, no sofá, conversando com minha mãe e com minha avó. No dia seguinte, ele trouxe uma mochila e um par de patins e foi ficando em casa. Com sete anos de casados, passamos por uma crise. Foi difícil superar, mas eu me empenhei. Depois disso, nossa relação ficou muito melhor, mais sincera. A cada ano que passa nos damos melhor”
Encontrar o parceiro ideal, prometem essas empresas, não exige mais produzir-se, frequentar bares e festas para solteiros ou enviar bilhetinhos amorosos. Basta passar no interior da bochecha uma haste de algodão previamente encomendada e enviar de volta, pelo correio, essa amostra de saliva e células da mucosa interna da boca. A compatibilidade genética é determinada pela análise de genes chamados MHC (sigla inglesa para “complexo principal de histocompatibilidade”). Eles controlam como o sistema de defesa do organismo reconhece e combate invasores, como fungos e bactérias. Quanto mais diferentes forem esses genes entre os parceiros, maior seria a compatibilidade. É a lógica da sobrevivência da espécie: quanto maior a diferença entre os genes MHC dos parceiros, maior a chance de produzir filhos resistentes a doenças. Parafraseando Manuel Bandeira, autor dos versos “O que tu chamas tua paixão/É tão somente curiosidade”, poderíamos dizer: “O que tu chamas tua paixão/É tão somente histocompatibilidade“.

Estudos sugerem que os MHC influenciam o odor e a saliva. Isso explicaria por que os parceiros mais “compatíveis” conosco (ou seja, aqueles com genes MHC mais díspares) teriam um beijo bom e um cheiro irresistível, enquanto entre aqueles com perfil genético parecido “a química não rola”. O psicólogo Gordon Gallup, da Universidade Estadual de Nova York, concluiu que 59% dos homens e 66% das mulheres que participaram de uma pesquisa perderam o interesse no pretendente depois do primeiro beijo. Ele acredita que eles teriam percebido pela saliva ter um sistema de defesa muito parecido com o do parceiro. Já se tornou um clássico o Estudo da Camiseta Suada, realizado em 1995 pelo cientista suíço Claus Wedekind. Ele pediu a um grupo de homens que vestissem a mesma camiseta por dois dias. Depois, pediu a um grupo de mulheres que cheirassem as camisas e apontassem quais as deixaram mais atraídas sexualmente. Wedekind descobriu que elas preferiam o cheiro dos homens com mais genes MHC diferentes. Em 2005, um estudo da Universidade Federal do Paraná obteve resultados semelhantes quando mulheres avaliaram o odor de homens – mas não quando os homens cheiraram amostras de suor feminino.

Assim como essas pesquisas abrem a possibilidade de testes de DNA para a escolha do parceiro, já há estudos que levantam a hipótese de um determinismo genético também na traição. Cientistas do respeitado Instituto Karolinska, na Suécia, publicaram em setembro um estudo que assustou muitos homens. Eles estudaram 552 pares de gêmeos e suas mulheres e constataram que os homens com duas cópias de determinado gene tinham mais chances de se separar, de não estar casados oficialmente ou de ter um relacionamento em que suas parceiras não estivessem satisfeitas. O pedaço de DNA em questão ganhou logo dois apelidos – “gene do bom marido” e “gene do divórcio” (conforme o ponto de vista). Os próprios autores do estudo se apressaram a dizer que é muito cedo para falar em um exame genético que avalie a probabilidade de sucesso de um relacionamento. Afinal, inúmeros outros fatores estão relacionados ao sucesso de uma união além da simples presença ou ausência de um gene. Falta descobrir muito sobre o genoma humano, mas já se sabe que são raras as situações em que um só gene é o único responsável por determinada característica. Nossa aparência, nossa saúde e o funcionamento da nossa mente são em geral determinados por um complicado quebra-cabeça, que envolve não apenas vários genes, mas também a poderosa contribuição do ambiente em que vivemos.

“Eu sempre via o Carlos num bar que eu frequentava e gostava do que via. Ele usava um cabelo curtinho, com franjinha, tipo romano. Olhos puxados, que são meu ponto fraco. Sempre de short e tênis pretos. Difícil não reparar. Quando fomos apresentados, ele me cumprimentou abraçando minha cintura. Aí não teve mais jeito”

André Piva (à esq.), arquiteto, 39 anos, e Carlos Tufvesson, estilista, 40 anos, estão juntos há 13 anos
“Conheci o André porque fui convidado para o aniversário dele por um amigo em comum. De cara bateu uma atração. Braço forte, cara de matutão, jeito de gente do bem, traços italianos, olhos verdes. Encontrei a minha cara-metade, oportunidade que poucas pessoas têm na vida. Hoje em dia lutamos para que nossa relação possa ser legalizada”
É por esse motivo que nem as empresas que vendem os testes genéticos garantem 100% de acerto em seus testes. Elas não recomendam terminar um relacionamento só porque o exame indicou pouca compatibilidade. Há casais que são ligados por hobbies, religião ou outros interesses em comum. A combinação biológica não é necessariamente o fator preponderante. Embora esses testes tendam a se tornar mais precisos com a evolução dos conhecimentos sobre a química do amor, devem ser encarados como um simples indicador, entre vários outros.

Onde mora a paixão duradoura
Esqueça o coração. Estas são, segundo os cientistas, as áreas do cérebro ativas em quem se diz “intensamente apaixonado” após 20 anos de relação

Mesmo que encarássemos a escolha do parceiro ideal como um processo puramente “científico”, a compatibilidade entre genes MHC seria apenas um dos critérios. Do ponto de vista evolutivo, a meta de cada indivíduo é conquistar um companheiro saudável (garantia de bons genes) e com características psicológicas que revelem disposição para ajudar a criar os descendentes (o que asseguraria a sobrevivência da prole). “Como herdeiros de ancestrais que tiveram sucesso ao se reproduzir, cada um de nós carrega essas estratégias de conquista”, afirma o psicólogo americano David Buss, professor da Universidade do Texas e autor de um estudo com 9.400 pessoas, de 37 culturas, que confirmou a universalidade dos atributos buscados em um companheiro.

As características físicas, sem surpresa, parecem ser os estímulos iniciais da paixão. “Elas são bons indicadores de saúde e vigor”, afirma César Ades, pesquisador da Universidade de São Paulo e especialista em comportamento animal. As mulheres prestariam mais atenção ao rosto dos homens do que ao corpo porque a face mostra sinais de virilidade, como maxilares largos e lábios finos. Como eles são esculpidos pela ação da testosterona, um hormônio determinante nos homens, seriam sinais inequívocos de masculinidade. No caso dos homens, cintura fina e quadris largos estariam entre as características mais observadas e desejadas nas mulheres. Um estudo da Universidade do Texas apontou que a cintura (a esbelta, claro) foi a parte do corpo feminino mais citada em obras da literatura inglesa entre os séculos XVI e XVIII, da poesia chinesa do século IV ao século VI e de dois clássicos da literatura indiana entre os séculos I e III da era cristã. A falta da cintura bem marcada denunciaria gordurinhas abdominais, que, segundo alguns estudos, estariam relacionadas à infertilidade. O tamanho ideal da cintura feminina seria 70% da circunferência do quadril.

Ainda é difícil explicar como as dicas da genética e as características físicas e comportamentais consideradas atraentes se transformam em um sentimento arrebatador. Capaz de fazer o coração disparar, a mente não parar de pensar em alguém e que torna um encontro uma necessidade. Mas a ciência já sabe como o cérebro se comporta de acordo com cada emoção. Inclusive o cérebro dos gays. Usando imagens de ressonância magnética, a pesquisadora Ivanka Savic, do Instituto Karolinska, concluiu que o cérebro de mulheres homossexuais apresenta o mesmo padrão de funcionamento de homens heterossexuais. O mesmo vale para mulheres hétero e homens gays. Ao sentir o cheiro de hormônios masculinos, o hipotálamo é acionado no cérebro das mulheres e dos homens gays. Em seu estudo mais recente, Ivanka descobriu que a amígdala, uma região do cérebro associada às emoções, é ativada da mesma maneira tanto nos homens quanto nas lésbicas.
A descoberta das alterações químicas no cérebro causadas pela paixão abre uma nova possibilidade: criar no futuro drogas que possam agir sobre esses circuitos cerebrais e ajudar a aplacar a dor de um rompimento ou até, quem sabe, fazer alguém se apaixonar. A hipótese foi levantada na última semana em um artigo na revista científica Nature do bioquímico Larry Young, pesquisador de genética comportamental da Universidade Emory, nos Estados Unidos. “Drogas que manipulem os sistemas cerebrais para aumentar ou diminuir o amor podem não estar distantes”, escreve. Young lembra que medicamentos como o Viagra, usado para tratar disfunção erétil masculina, e o antidepressivo Prozac já atuam sobre algumas das substâncias também envolvidas no amor e na paixão. E se pergunta se alguém acharia ruim contar com drogas que manipulem esses sentimentos. “Afinal, o amor é insanidade”, escreve.

Os estudos que retratam o funcionamento do cérebro confirmam a aura de “sentimento que foge à razão” conferida à paixão. A antropóloga Helen Fisher, a autora do estudo com os apaixonados de longa data, diz que a paixão pode ser comparada a um vício. Ela ativa partes do cérebro que integram os “circuitos de recompensa”, aqueles que nos incentivam a conseguir o que causa prazer, sejam doces, jogos de azar ou a pessoa amada. São os mesmos circuitos acionados durante o consumo de drogas. É por isso que romper um relacionamento pode causar uma espécie de crise de abstinência análoga à provocada pela falta de droga no corpo de um adicto.

“Fizemos um teste juntos no teatro, era década de 50. Quando a vi, ela usava uma boininha azul e fumava muito. Os movimentos da Nicete sempre me impressionaram, ela é muito feminina, glamourosa. Até hoje adoro os gestos dela, o sorriso, o olhar. Ela tem um romantismo que se mantém sempre atual, uma afetividade à flor da pele, mas, ao mesmo tempo, uma seriedade e uma preocupação consciente com tudo o que a cerca. Sabemos, juntos, que o mundo não parou, e é isso que nos mantém felizes”

Nicete Bruno e Paulo Goulart, 76 (os dois), atores, estão casados há 54 anos, têm três filhos, sete netos e dois bisnetos
“Quando começamos a namorar, eu tinha 18 anos e só pensava no meu trabalho. Mas de cara achei o Paulo bonitinho. Ele era o galã da companhia de teatro. Ele me conquistou declamando um poema chamado “Único amor”. A voz dele é linda, e isso me marcou muito. Ele também dança muito bem. Adoramos dançar juntos até hoje. Meu marido sempre me passou a ideia de franqueza, confiabilidade, generosidade”
As transformações químicas causadas pela paixão em geral não duram muito, a não ser em casais especiais, como os estudados recentemente por Helen Fisher. Os cientistas estimam que essas alterações persistam por dois anos. Enzo Emanuele, da Universidade de Pavia, na Itália, mediu o nível dos hormônios relacionados à paixão no sangue de 39 casais juntos há dois anos. E confirmou que eles apresentavam uma concentração menor do que pessoas que declararam estar intensamente apaixonadas. Mas isso não significa que a relação esteja fadada a acabar. É nesse momento que ela pode se transformar em amor, um sentimento mais pleno e menos urgente do que a paixão.

No estudo de Helen Fisher, em parceiros de longa data foram ativadas as regiões do cérebro relacionadas à sensação de calma, enquanto áreas ligadas a sentimentos obsessivos e à ansiedade eram acionadas apenas nos casais recentes. Uma pesquisa da psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa, chegou a comparar a paixão ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), caracterizado por comportamentos repetitivos e manias. Quando comparados às demais pessoas, os níveis de serotonina, uma substância com efeito calmante, são até 40% mais baixos em quem sofre de TOC. Ou de paixão.

O amor estaria mais relacionado ao tipo de apego que há entre mãe e filho. “O amor maternal e aquele em que homem e mulher compartilham circuitos cerebrais são muito semelhantes”, afirma o neurocientista Jorge Moll Neto, coordenador da Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental da Rede D’Or de hospitais e laboratórios privados, no Rio de Janeiro. Ambos são moderados pelo hormônio oxitocina, o mesmo liberado em grandes quantidades quando as mulheres amamentam e que cria um laço tão profundo entre mães e filhos. Em uma relação entre homem e mulher, a oxitocina é liberada com o orgasmo. Essa mudança química seria a maneira que a evolução “encontrou” para manter os parceiros que procriaram focados em criar os filhos. Após essa etapa, eles estariam livres de novo para se apaixonar, amar e gerar mais descendentes.

Por enquanto, conhecer a fisiologia das emoções ainda não garante a eficácia dos testes genéticos para encontrar o companheiro ideal nem o desenvolvimento de uma poção do amor. Mas ajuda a entender que é normal a paixão esfriar. Que a dor de um rompimento vai passar assim que a química cerebral acabar. E que estaremos com o coração – e o cérebro – livre para olhar para outro homem de maxilar largo ou para outra mulher de cintura fina. É a nossa natureza.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20951-15257,00-A+FORMULA+DO+AMOR+ETERNO.html

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