quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pro-Paz Integrado alerta para violência sexual contra crianças e adolescentes

Pro-Paz Integrado alerta para violência sexual contra crianças e adolescentes

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, comemorado em 18 de maio, será lembrado pelo Pró-Paz Integrado com palestras, exibição de vídeos, distribuição de materiais informativos - nas escolas Frei Daniel, no bairro do Guamá, e Brigadeiro Fontenelle, na Terra Firme -, além de ações de sensibilização da população nos três principais shoppings da cidade.

O Pró-Paz Integrado, que funciona na Fundação Santa Casa de Misericórdia, já recebeu, desde a sua criação, em 2004, cerca de seis mil denúncias. Sómente nestes cinco primeiros meses do ano, o núcleo registrou 452 casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes, sendo 15% em meninos e 85% em meninas, o que corresponde a cinco casos/dia.

Eugênia Fonseca, assistente social e coordenadora do Pró-Paz Integrado na Santa Casa, explica que o abuso sexual se configura pela exposição de uma criança ou adolescente a práticas sexuais impróprias para sua idade, seu nível de desenvolvimento psicossocial e seu papel na família. Quando a criança é forçada fisicamente ou ameaçada verbalmente a participar da relação sem ter, necessariamente, capacidade de consentir ou julgar o que está acontecendo. “O abuso sexual pode ser cometido por homens e mulheres de qualquer classe social, membros de nossa família, pessoas que conhecem bem a criança, de confiança e amigos íntimos”, ressalta Eugenia.

A criança abusada sexualmente pode experimentar um profundo sentimento de solidão e abandono, torna-se muito retraída, perde a confiança em adultos, quer fugir de casa e pode até pensar em suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que a abusa usar de violência. Eugenia ressalta, ainda, que a criança fica aterrorizada, confusa e com medo de revelar o abuso. Com frequência permanece silenciosa por ter sido ameaçada pelo abusador e por medo de ser considerada culpada ou mesmo de ser castigada. Uma das ameaças mais comuns é a de que, caso a criança conte o “segredo especial”, a família será desfeita.
“É importante lembrar que muitos abusadores oferecem recompensas, brinquedos e presentes, ou utilizam de 'brincadeiras' e 'jogos' para transmitir à criança a falsa idéia de que o abuso sexual é algo especial e divertido”, declara.

Prevenção
A coordenadora do Pró-Paz Integrado da Santa Casa afirma que o abuso sexual é um tipo de violência que geralmente os pais não querem sequer considerar que possa acontecer na sua família. Entretanto, é um assunto que precisam discutir com os filhos, de maneira clara, objetiva e frequente, assim como as orientações para atravessar uma rua ou se afastar de um animal feroz.

Para a assistente social do Pró-Paz é fundamental conversar com a criança utilizando a linguagem que ela entende pra mostrar que se alguém tentar tocar ou mexer em seu corpo ou fazer alguma coisa que a faça sentir incomodada, ela deve se afastar da pessoa e contar imediatamente o que aconteceu. “Reafirme que a criança não será castigada por falar sobre o assunto. Ensine a não aceitar dinheiro, balas, doces ou qualquer coisa de pessoas próximas ou estranhos em troca da permissão para tocá-la e também a pedir ajuda, caso perceba intenções ruins de pessoas desconhecidas ou mesmo íntimas”, orienta a assistente.

O que fazer
Segundo a assistente social, muitos pais se sentem totalmente despreparados e geralmente são pegos de surpresa diante de uma suspeita de abuso sexual. As reações emocionais da família serão muito importantes neste momento, os pais ou responsáveis nunca devem responsabilizar ou culpar a criança, muito menos aplicar punições pelo que ela está revelando. Nunca diga que ela está mentindo, não grite, não pressione ou obrigue a criança a falar a verdade", orienta.

Se as suspeitas produzirem um relato da criança, os pais devem procurar, sem constrangimentos, o atendimento do Pró-paz Integrado da Santa Casa (4009-2268/3223-2412), o Pró-Paz Integrado/CPC Renato Chaves (4009-6000), o Conselho Tutelar ou a delegacia de polícia mais próxima. Nesses locais existem profissionais especializados que irão orientar os familiares sobre como devem proceder diante deste tipo de crime. Em casos de denúncia, o cidadão pode entrar em contato com os telefones 100/181.
Alessandro Borges - Ascom/Fundação Santa Casa
http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=77102

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