quarta-feira, 20 de julho de 2011

Pessoas que ‘amam demais’ podem sofrer de ‘amor patológico’

Pessoas que ‘amam demais’ podem sofrer de ‘amor patológico’
Nem sempre os relacionamentos amorosos resultam em momentos de prazer e felicidade. As pessoas que depositam a razão de viver no ‘outro’ podem viver a chamada cegueira emocional, aponta especialista

Manaus, 13 de Julho de 2011
LEANDRO TAPAJÓS
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Brigas marcam a convivência entre alguns casais. Quando o amor se torna doentio é preciso evitar a ‘cegueira emocional’ FOTO: Reprodução

Detalhe da capa do livro ‘Escravas de Eros’, de Tatiana Ades FOTO: Reprodução

Detalhe da capa do livro ‘Hades – Homens que amam demais’, de Tatiana Ades FOTO: Reprodução
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O ciúme exagerado, a depressão, o controle excessivo e a angústia constante são os sinais apontados pela escritora, psicanalista e especialista em relacionamentos Tatiana Ades para diagnosticar o ‘amor patológico’, que deve ser combatido com a mudança de comportamento e auto-valorização.

Ela explica que esse tipo de relacionamento ocorre quando o romance deixa de ser saudável e pode levar a problemas físicos e psíquicos. “O amor patológico é aquele que não é saudável, no qual a codependência afetiva se torna presente e o outro se transforma no centro de nossas vidas, chamo esse processo de cegueira emocional”, define.

A cegueira emocional justifica certos comportamentos que não são bem vistos por pessoas externas a relação. “É um termo que eu uso para explicar atitudes que são muito óbvias para quem está de fora, mas para a pessoa envolvida não é perceptível. Por exempo, uma mulher que é espancada e continua com o marido, justificando ele, dizendo que ela é culpada por ser humilhada e agredida, dizendo que esse homem sofreu muito quando criança e apenas ela é capaz de modificá-lo, sendo a sociedade cruel em não perceber as qualidades dele”, exemplifica.

O papel dos amigos e familiares
As pessoas que passam por isso nem sempre conseguem enxergar que precisam de ajuda. Os amigos e familiares devem tentar ajudar.

“Os envolvidos indiretamente devem sugerir uma terapia ou um grupo anônimo de ajuda, caso a pessoa não queira, mas esteja em perigo de vida, é preciso retirar crianças envolvidas através da lei – uma lei que infelizmente não resolve”, afirma Tatiana Ades.

Por fim e recomeçar
Nem sempre as pessoas que vivem um relacionamento doentio tem forças para por fim nele. Por isso a ajuda de psicólogos e até mesmo, em alguns casos, psiquiatras.

“Essas pessoas sofrem quando amam e é aí que a terapia entra para entender de onde vem o sofrimento e ajudar o paciente a se libertar de um processo doentio.Ela faz a pessoa admitir sua doença, após isso é trabalhado a auto estima e a quebra de um padrão que vem lá de trás – infância . Quando a pessoa se engaja no processo terapêutico e está disposta a se ajudar, consegue chegar a cura”, disse a psicanalista.

Tatiana acrescenta que mesmo quem vive ou já viveu um ‘amor patológico’ pode ser feliz e viver outros romances ‘sadios’. “As pessoas que se curam costumam dizer o seguinte: ‘se eu soubesse disso há 20 anos atrás’. Mas, é preciso persistência e vontade de sair do vício”, explica.

Livros
Tatiana Ades é autora dos livros ‘Hades – Homens que amam demais’e ‘Escravas de Eros’. Nas publicações a escritora mostra que há várias formas de se detectar um amor doentio.
http://acritica.uol.com.br/vida/Pessoas-amam-sofrer-amor-patologico_0_516548677.html

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