24/02/2012 - 08:36
Portugal é o país com menor taxa de utilização de medicação para a Disfunção Eréctil (DE): 95% dos homens afirmam nunca terem feito nenhum tratamento, um número muito superior aos 84% registados a nível mundial.
De acordo com um estudo mundial desenvolvido pela multinacional farmacêutica Eli Lilly, apenas 5% dos portugueses recorreram a medicação para tratarem a Disfunção Eréctil. A vergonha é uma das principais causas apontadas e afecta os homens um pouco por todo o mundo, avança comunicado de imprensa.
A Disfunção Eréctil é a disfunção sexual masculina com a maior taxa de prevalência - atinge 52% por cento dos homens entre os 40 e os 70 anos. Entre casos pontuais e permanentes, com origem física ou psicológica, calcula-se que cerca de 500 mil portugueses sofram desta doença.
A DE é vista como uma fonte de tensão para o relacionamento por 80% dos inquiridos. Na maioria dos países, esta tensão é mais sentida pelos homens do que pelas mulheres – a nível global, 83% dos homens sentem que a DE causa tensão na relação vs. 77% das mulheres.
Apesar da ansiedade gerada, dados globais revelam que só 16% dos homens utilizam medicamentos para a Disfunção Eréctil. O continente americano é o mais desinibido com os EUA, o México e o Canadá a apresentarem valores de adesão na ordem dos 23%, 22% e 22%, respectivamente. Entre os Europeus, cabe à Finlândia o melhor exemplo, com 20% de procura.
No caso dos Portugueses, sabe-se que 95% nunca tomaram medicação. Há, no entanto, uma excepção quando analisamos os dados por faixa etária: os inquiridos com mais de 60 anos apresentam uma taxa de utilização deste tipo de medicamentos na ordem dos 22%.
A vergonha parece ser a principal causa para a fraca adesão à medicação, um pouco por todo o mundo – 74% do total dos inquiridos assim o afirmaram –, pelo que não é de estranhar que 20% dos inquiridos confessem ter encomendado os seus medicamentos através da Internet. Depois da vergonha, a comodidade é a principal razão apontada para a aquisição online (sobretudo nos Países Nórdicos, Suíça, E.U.A. e Áustria), bem como a não necessidade de receita médica (razão apontada no México e no Canadá).
Também foram observadas grandes diferenças culturais na abertura para discutir questões de saúde ou desempenho sexual com o médico. Estas questões são discutidas mais abertamente com o médico no continente americano – México (38%), Canadá (31%) e E.U.A. (28%).
Para pesquisarem informações sobre questões de saúde sexual, os inquiridos usam geralmente a Internet (44%). Seguem-se os livros (23%) e as revistas com 20%. Os terapeutas, os médicos e os parceiros são os recursos menos utilizados para obter informações sobre questões de saúde sexual por parte dos inquiridos (médias globais de 2%, 10% e 12% respectivamente).
“Os números são reveladores e mostram que ainda há uma grande percentagem de homens com dificuldade em assumir e expor o problema da disfunção eréctil”, refere Jorge Rocha Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia. “Não devem ter vergonha. Procurem ajuda junto do médico de família ou de um urologista. Apesar do estigma e da vergonha associados, hoje sabemos que é possível tratar com êxito quase todas as situações de disfunção eréctil. Os avanços registados nos últimos anos vieram facilitar o tratamento e, consequentemente, a vida dos homens que sofrem desta doença”, acrescenta.
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