domingo, 3 de julho de 2011

Aceitar as diferenças

14/05/2011
Aceitar as diferenças


“Toda pessoa tem o direito de constituir família, independentemente de orientação sexual ou identidade de gênero. Não pode um estado democrático de direito conviver com o estabelecimento entre pessoas e cidadãos com base em sua sexualidade. É inconstitucional excluir essas pessoas”. Foi com essa frase que o ministro Celso de Mello, do STF, votou a favor da união homoafetiva, na última quinta.

Este posicionamento do Supremo Tribunal Federal foi uma vitória, não apenas para aqueles que estão nesta situação de não reconhecimento dos direitos de uma união estável, mas para toda a sociedade brasileira, que reconhece o Estado laico, livre das amarras do falso moralismo e da Igreja.

Pois como o próprio ministro afirmou: “A República é laica e, portanto, embora respeite todas as religiões, não se pode confundir questões jurídicas com questões de caráter moral ou religioso”.

O nosso país está caminhando para a evolução intelectual e para a dissolução de antigas amarras que só serviam para nutrir o preconceito e a violência. Aceitar não significa ser partidário, aceitar significa respeitar. O respeito é necessário na vida de todas as pessoas, o respeito está relacionado à dignidade. E hoje, o respeito à diversidade é palavra de ordem.

A palavra diversidade significa no dicionário on-line: “tudo aquilo que diferencia de algo ou de outro”. Segundo consulta à enciclopédia livre Wikipédia, diversidade é um conceito amplo, com aplicação em diferentes campos da vida humana, como na antropologia cultural: a diversidade de hábitos, costumes, comportamentos, crenças e valores, e a aceitação da diferença no outro (chamada de alteridade). No campo da política internacional, da diplomacia ou da economia: a manifestação da diversidade se dá por meio do multiculturalismo.

Na sexologia, a diversidade de manifestações sexuais, ou simplesmente “diversidade sexual”. Nos campos da biologia e do meio ambiente, a diversidade biológica ou biodiversidade.

No campo da lógica, a diversidade de soluções para um mesmo problema, usando ferramentas como a criatividade e a originalidade. Na psicologia, as ideias de heterogeneidade e de singularidade.

No campo do direito, a diversidade de decisões judiciais sobre um mesmo assunto; e no direito comparado internacional, a diversidade de legislações sobre um mesmo tema. E no campo da publicidade e da propaganda, a difusão do discurso pró-diversidade.

Portanto, se o mundo é tão diverso, em todos os âmbitos, por que não respeitar todas as diferenças e eliminar o preconceito e a ignorância de nossas vidas?

Juliana de Souza, mestre em filosofia, é professora da Universidade do Sagrado Coração.
E-mail: engenhodeideias@yahoo.com.br
Juliana de Souza
Professora da USC e mestranda em Filosofia pela UNESP-Marília, atua nas áreas de teoria crítica, ética e estética
http://www.redebomdia.com.br/Artigo/2317/Aceitar+as+diferencas

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