sábado, 2 de julho de 2011

Diminuição do desejo sexual feminino deve ser investigada

22/12/2010 -- 10h51
Diminuição do desejo sexual feminino deve ser investigada
Queixa muito comum nos consultórios de ginecologia, a diminuição progressiva do desejo sexual atinge cerca de 10% das mulheres

A falta de desejo sexual é um problema de saúde relacionado a algumas causas orgânicas e outras situacionais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a satisfação sexual como um índice de qualidade de vida, estimulando, assim, a prática sexual segura e prazerosa. Ainda assim, falar sobre o relacionamento sexual continua sendo tabu para muita gente. Pesquisas apontam que aproximadamente 10% das mulheres admitem possuir diminuição progressiva do desejo sexual, mas especialistas revelam que esses números podem ser bem maiores. "Inúmeras pacientes não se sentem à vontade de comentar sobre sua sexualidade com o ginecologista ou por não terem sido sequer questionadas a respeito ou por não terem conhecimentos sobre o assunto, acostumando-se a situações de falta de desejo", afirma Flávia Fairbanks, ginecologista especializada em sexualidade humana.

O mais comum e temido problema que afeta as mulheres neste caso é o Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH). "Trata-se de um problema de saúde relacionado a múltiplas causas, algumas orgânicas, como redução dos níveis dos androgênios, como a testosterona; outras situacionais ou ligadas a problemas no relacionamento conjugal. É fundamental que se faça a distinção entre problemas de relacionamento conjugal e TDSH, sendo esse último considerado uma disfunção sexual", revela Flávia.

A ginecologista informa que quando a paciente diz não ser mais capaz de sentir desejo ou de se excitar por nada, nem pelo parceiro, nem por outros indivíduos, nem mesmo aos estímulos da mídia, filmes, entre outros artifícios, estamos frente ao diagnóstico de TDSH. "Por outro lado, se a queixa for de que ‘aquele’ relacionamento já não a estimula mais, porém os outros tipos de estímulos anteriormente mencionados são suficientes e capazes de promoverem sua excitação, provavelmente se trate de um problema de relacionamento, que pode ser solucionado, caso haja interesse, através de psicoterapia individual ou do casal", conclui.

Tratamentos

Os tratamentos possíveis para o TDSH são dependentes da fase da vida em que a mulher se encontra. "Nas jovens, que ainda menstruam regularmente, não devemos pensar em associar hormônios, exceto se uma grave disfunção hormonal for encontrada. Nos casos mais comuns, o melhor é a psicoterapia individualizada focada na sexualidade. Quando a mulher está no climatério, podemos diagnosticar problemas hormonais com maior freqüência, tanto pela redução dos estrogênios próprios da menopausa, quanto dos androgênios. Nessa situação, o melhor é associar a reposição androgênica e estrogênica com a psicoterapia sexual, tudo após minuciosa avaliação do caso, realização de exames complementares e certeza de que não há contra-indicações para a administração dos hormônios", declara a ginecologista.

Por fim, a médica ressalta a importância de um diagnóstico correto para o TDSH e o manejo adequado de seu tratamento por profissionais especializados. "Um erro inicial pode implicar em tratamentos desnecessários ou equivocados com grandes prejuízos futuros para a autoestima da mulher e para seu relacionamento conjugal", finaliza.
http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-34--52-20101222&tit=diminuicao+do+desejo+sexual+feminino+deve+ser+investigada

Um comentário:

  1. Oi, Oswaldo!

    Tenho 30 anos e descobri que tenho uma baixa hormonal (testosterona), mas até eu decobrir isso, as consequências no meu relacionamento de oito anos já haviam sido sérias demais (perdi um grande amor...). Infelizmente os ginecologistas não dão a devida importância às queixas de origem sexual, e quando descobrimos, às vezes já é tarde demais.

    Beijos!

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