quarta-feira, 13 de julho de 2011

Juiz proíbe paquera em praça principal de cidade do Mato Grosso do Sul

13/07/2011 - 15h40
Juiz proíbe paquera em praça principal de cidade do Mato Grosso do Sul
Celso Bejarano
Especial para o UOL Notícias
Em Campo Grande

Desde a última terça-feira (12), os moradores de Itaporã (277 km de Campo Grande) não podem mais namorar na principal praça da cidade. A decisão partiu do juiz Adriano da Rosa Bastos, titular do fórum municipal.
“A partir desta data [12] fica expressamente proibida a ocorrência da paquera nos finais de semana na praça central São José de Itaporã, devendo isto ser entendido como toda forma de aglomeração de adolescentes e adultos munidos de bebidas alcoólicas e fazendo uso de aparelhos de som em alto volume”, diz trecho da portaria 034/2011 do magistrado.
O juiz se refere ao evento festivo Paquera na Avenida, realizado todos os domingos nos últimos 15 anos na praça principal da cidade por Antonino Rebeque, diretor do presídio semiaberto de Dourados (27 km de Itaporã). Rebeque era autorizado pela prefeitura para promover a festa. Ele não quer cometar a decisão do magistrado
O Paquera na Avenida atraía cerca de 300 pessoas por domingo, segundo a Polícia Militar. Na praça, que fica em frente à principal igreja do município e o prédio da prefeitura, tocavam músicas em alto volume e ali também se apresentavam artistas da cidade. Barracas vendiam comidas e bebidas, incluindo alcoólicas. A festa começava às 19h e acabava por volta das 23h.
Um policial militar que preferiu não se identificar disse ao UOL Notícias, por telefone, que o principal problema da “Paquera na Avenida” não eram os casais, mas as brigas entre gangues no final da noite.
De dois anos para cá, segundo o policial, morreram duas pessoas durante o evento, um deles no último domingo. Um rapaz de 21 anos de idade matou com tiro de garrucha um desafeto antigo, de 23 anos. Os dois já tinham duelado com faca, segundo a polícia local.
Um comerciante que mora perto da praça, que também não autorizou a publicação de seu nome, disse ter ficado “triste” com a portaria. “A violência amedronta, sim, mas acabar com a festa por causa dos encrenqueiros é uma forma de pouparmos o poder público. Acho que devia ter mais policiais nas ruas, essa seria uma decisão mais sensata”, disse ele, que mora há 20 anos na cidade.
Itaporã possui 21 mil habitantes, e a segurança pública é cuidada por 14 policiais militares e dois policiais civis.
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/07/13/juiz-proibe-paquera-em-praca-principal-de-cidade-do-mato-gosso-do-sul.jhtm

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