O aparelho foi inventado inicialmente para outro propósito: o de tratar a histeria feminina
Se você acha que, assim como os filmes pornográficos, o vibrador também não tem história, está enganada! Ele tem sim uma longa e interessante história que mostra inclusive como foi a evolução do comportamento da medicina ao tratar de problemas femininos ditos “incuráveis”.
O aparelho largamente utilizado por milhares de mulheres do mundo inteiro para proporcionar prazer foi criado originalmente para tratar aquelas que sofriam de “histeria”: doença que os antigos (nos idos de 1800) nomearam e que acometia as moças com algum tipo de distúrbio do sistema nervoso ou de cunho psiquiátrico e que eram tratados com massagens nos órgãos sexuais para acalmar as pacientes.
Talvez, em algumas ocasiões, esses supostos distúrbios nada mais eram do que crises de TPM ou ansiedade. Mas, para as pessoas da época, qualquer vacilo fora do comportamento de obediência e disciplina era considerado um caso grave e digno de tratamento, que podia ser feito até com choques elétricos para depois seguir para outro sistema, muito mais eficaz e bem mais prazeroso.
Uma história vibrante
Tudo começa com a “grave” doença que antigamente era relacionada a quase todos os problemas do comportamento feminino: a histeria. Também chamada de doença do ventre, desde a época dos pensadores, acreditava-se que o útero era como um pequeno ser dentro do corpo feminino e algumas vezes ele se tornava agitado e fazia as mulheres enlouquecerem, precisando de algo para apaziguá-lo.
Como a vulva era considerada uma extensão do útero, os antigos achavam que ao massageá-la havia uma boa resposta para acalmar o órgão e a mulher se sentir mais tranquila por um tempo. Eles observaram que, ao fazer a massagem, havia um certo descontrole na mulher, seguida de uma febre, contrações e aí uma onda de bem-estar. Mal sabiam eles que essa calma e serenidade vinham na verdade de um bom orgasmo.
No entanto, foi no século XVIII que as técnicas foram se aprimorando. Inicialmente, os médicos utilizavam massagem manual nos órgãos genitais das suas pacientes para tratá-las. Isso mesmo, o que eles faziam era masturbar as moças incansavelmente até elas chegarem ao êxtase e ficarem tranquilinhas e relaxadas, mandando para longe a tal da histeria. Pode parecer um sonho para muitos homens, mas o trabalho não era visto com olhos maliciosos e sim com objetivo puramente técnico. Além disso, não era nada fácil, pois os médicos passavam horas realizando as massagens em mulheres de todos os tipos: fossem elas bonitas ou não.
A máquina revolucionária
A fim de acabar com o trabalho cansativo dos profissionais, foi inventada uma nova técnica: a hidroterapia. Esse tratamento consistia em lançar jatos de água na vulva da paciente até ela sofrer os tais “espasmos da cura” e se acalmar. Porém, logo essa técnica teve fim e foi substituída por uma geringonça muito promissora e que fazia as mulheres terem “sucesso” no tratamento de forma muito mais rápida.
Foi um médico inglês que colocou no mundo o primeiro vibrador: era como uma máquina grande que ficava num suporte e fazia a alegria dos outros especialistas que puderam descansar os braços das infinitas massagens e também, é claro, das mulheres que se curavam mais rápido de seus “males”. No entanto, a doença da histeria ia e voltava... E as mulheres começaram a querer cada vez mais a cura vibrante do aparelho.
Então, no início do século XX, mais precisamente em 1902, a empresa americana Hamilton Beach patenteou o primeiro vibrador elétrico, criado por Kelsey Stinner e que era indicado como ótimo para a saúde. Assim, com essa ótima desculpa para encobrir sua verdadeira finalidade, o produto vendeu igual água. A partir daí foi só evolução: novos aparelhos surgiram e eram anunciados em revistas como um apetrecho usual da mulher ao lado de matérias de culinária, corte e costura.
Porém, com o passar das décadas, o vibrador foi se tornando um acessório mais luxuriante entre as mulheres, pensado somente para o prazer sexual. Ele ganhou destaque em filmes eróticos e foi desaparecendo das revistas dadas como “respeitosas” e dos consultórios médicos.
Hoje ele ganha a cada dia novas formas, cores, tamanhos e temas que fazem sucesso nas sexshops e já não é mais visto como um objeto de vulgaridade e sim de prazer e independência da mulher moderna. Aproveite e confira aqui no TodaEla uma galeria de brinquedinhos da atualidade!
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