segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Depois da Revolução Sexual, jovens optam pela castidade no namoro


  • Pauline Almeida


O final do século XX foi marcado pela vontade da juventude de se libertar sexualmente e ter domínio do próprio corpo. A onda da "Revolução Sexual" envolvia o desnudamento dos corpos, principalmente os femininos, e a vontade de transformar os costumes tendo como base a efervescência cultural, ideológica e política. Hoje, na segunda década do século XXI, já é visto um movimento inverso.
Preocupados com a banalização da sexualidade, movimentos, em especial os religiosos, tentam retomar a vivência da castidade e preservação do ser virgem até o casamento. Em Londrina, estão sendo distribuídas nas paróquias a cartilha "O verdadeiro Amor espera" da Comissão de Defesa da Vida da arquidiocese.
Membro do grupo desde 2004, o advogado Carlos Augusto Costa, conta que a iniciativa surgiu depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, concedeu uma liminar dando a uma mulher o direito de abortar um bebê anencéfalo. Em Londrina, seis mil pessoas apoiaram um abaixo-assinado contra a decisão, que foi enviado ao STF, mostrando a desaprovação.
Em uma reflexão contínua de sete anos, a comissão sabe que o aborto deve ser prevenido e crê na castidade como resposta. "O sexo é a coisa mais linda e maravilhosa que Deus criou, mas houve uma desestruturação. Aquilo que foi criado para unir o homem e a mulher e transformá-los em família, acabou sendo utilizado para o simples gozo", comentou.
Costa acredita que os jovens precisam ser informados da opção pela castidade. "Eles estão sendo vítimas de desinformação, pois ninguém fala a eles sobre o benefício de ser casto. Eles vêem apenas que se pode fazer sexo com camisinha. Eu já dei mais de dez palestras na Escola Estadual Nilo Peçanha e sempre pergunto aos meninos se eles gostariam de casar com uma menina que já esteve com dois, três homens e a resposta é unânime. Aí eu digo para as meninas: eles querem brincar com vocês, mas para casar eles querem uma virgem", contou.
E no namoro?
Em uma época de hormônios explodindo e da maturação do corpo, viver a castidade em um namoro pode ser difícil, como confirma o casal de namorados, Júlia Martins, 20 anos, e Rodolfo Carvalho, 19. Participantes da Juventude Apostólica de Schoenstatt e juntos há um ano e cinco meses, escolheram se casar virgens.
"A minha decisão surgiu da vontade de se guardar para aquela pessoa que realmente me merece, que vai me amar e ficar comigo para o resto da vida. O sexo não pode ser banalizado, pois não é como beber água, mas é um ato de amor", disse Júlia.
Para Rodolfo, a castidade vinha como um desejo interno de dar um presente à futura esposa. "Eu me imaginava com a pessoa certa e sabia que poderia ser uma ofensa à companheira, caso tivesse uma outra experiência sexual", contou.
Para os jovens, a castidade só poder ser vivida com muito diálogo. "Tem que ter cumplicidade, companheirismo e amizade", colocou Júlia. "Você não pode manter a sexualidade como um assunto fechado porque pode virar uma bomba. Mas tem que conversar e crescer junto, porque apesar das dificuldades, o namoro se aprofunda", defendeu Rodolfo.
http://londrina.odiario.com/londrina/noticia/523494/depois-da-revolucao-sexual-jovens-optam-pela-castidade-no-namoro/
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