domingo, 3 de junho de 2012

Vibrador: muito mais que um brinquedinho



Antigamente, considerado um tabu entre homens e mulheres, o vibrador era um item que dificilmente era mencionado e, muito menos, comprado. Mas, como tudo o que foi inventado pelo homem evoluiu (assim como o próprio ser humano), o vibrador não poderia ficar para trás.
Ele evoluiu e muito. Principalmente nos dias atuais onde cada vez mais as mulheres buscam por formas diferentes de se satisfazer e conhecer o próprio corpo. Além de apimentar a relação na cama com o parceiro.
Atualmente os vibradores atendem aos mais diferentes gostos e formas. Desde os mais tradicionais com o clássico formato flácido de um pênis, até os mais inovadores e curiosos como é o caso da Butterfly Vibrador, que mesmo não dando ênfase a penetração, ele estimula a região clitoriana, oferecendo um único tipo de sensação: o prazer.
Eu não sou só um brinquedo
Muito mais do que um acessório para o prazer, o vibrador é um ótimo aliado para mulheres que querem descobrir sozinhas todas as sensações que o seu corpo é capaz de proporcionar quando tocado em determinadas regiões. Com isso é possível ter controle sobre o seu próprio prazer e, certamente, terá outra postura perante o sexo, uma vez que ganhará autoconfiança suficiente para surpreender seu parceiro, orientando-o sobre o que você mais gosta na hora H.
Diversão garantida para os dois
É grande o número de mulheres que precisam de mais do que o sexo para ficarem excitadas. O uso do vibrador na relação do casal funciona como um estímulo extra, tornando a relação mais completa e prazerosa para os dois. Não tenha medo de brincar enquanto o seu parceiro só observa…
Vale lembrar que o uso frequente do aparelho também é um ótimo aliado na lubrificação vaginal, pois deixa as glândulas ativadas para que elas produzam lubrificação regularmente, evitando o ressecamento.

O que mulheres e homens pensam sobre esse convidado na cama

Nós, mulheres, já queimamos sutiãs em praça pública, conquistamos direitos e também deveres, abocanhamos grande fatia do mercado de trabalho, levantamos bandeiras e encurtamos saias. Mas, na hora de comprar um simples vibrador, muitas ainda ficam com as bochechas rosadas! Conversamos com mulheres - e também com alguns homens - sobre sua relação com esse objeto tão íntimo, tido como rival para uns e melhor amigo para outras - e outros...

O primeiro a gente nunca esquece - ainda mais em se tratando de vibrador. Idealizamos, esperamos o momento certo, adiamos, desejamos, analisamos, até que... A publicitária Rejane F. comprou seu primeiro vibrador aos 23 anos. "Fui a uma sex shop com uma amiga e comprei. Era pequeno, de duas pilhas, em formato de ovinho", conta ela, que tratou de mostrar a novidade para o namorado. "Ele não curtiu: usei só uma vez com ele e depois nunca mais", lembra ela, que, logo em seguida, conheceu um rapaz que era tarado no assunto. "O cara me deu dois modelos diferentes. Um deles era uma borboleta com alças, para vestir como se fosse uma calcinha. Mas não deu certo, porque não fazia a pressão desejada", explica a publicitária.

A brincadeira deu tão certo, que logo ela veio a ganhar do mesmo moço um outro vibrador. "Foi no motel. É um ótimo momento para comprar: é só olhar no cardápio, pedir por telefone e já começar a brincadeira. Outra boa opção é comprar pela internet: bom preço e nenhum constrangimento", diz ela, que considera o objeto fundamental na cesta básica feminina. "Pra mim, ter um vibrador é mais básico do que ter um gloss", ri, mesmo sabendo que nem toda mulher gosta. "Uma vez, dei um vibrador de presente de aniversário para uma amiga. Meses depois perguntei se ela tinha gostado e ela disse que não. Achou sem graça", conta Rejane.

Parece que esse vai-não-vai é comum entre as mulheres na hora de adquirir um vibrador. Em geral, elas preferem ir ao sex shop acompanhadas da melhor amiga - mais ou menos como quando pedimos companhia para dar uma volta no shopping e comprar um vestido. A atriz Jana S. resolveu comprar seu primeiro vibrador quando uma amiga foi comprar um novo para ela. "Primeiro fomos juntas a uma sex shop. Mas acabei não comprando nada, porque fiquei em dúvida sobre qual escolher e também porque achei os preços muito altos. Depois resolvemos comprar pela internet, mas hoje sei que optei o modelo errado!", conta Jana, que comprou um que pudesse introduzir, mas agora quer um que seja só para estimular o clitóris. "Eu sempre tive orgasmo vaginal. Mas depois do vibrador, descobri o orgasmo clitoriano e fui à Lua", conta ela, que adora usar o vibrador durante o sexo. "Adoro quando o meu namorado pede para eu pegar pra ele brincar. Na primeira vez, senti que ele ficou meio tenso, porque não sabia como usar, onde exatamente colocar etc. Mas eu disse que ele tinha mandado bem e hoje em dia é normal usar o vibrador no meio da transa", diz.

O vibrador e eles

Sabemos que boa parte dos homens se sentem atraídos pela idéia de ter mais alguém na cama além de vocês dois. Mas, quando esse alguém chama-se vibrador, as opiniões divergem. O redator Diego C. diz que acha natural a mulher ter um vibrador e garante que não vê problema algum em usá-lo durante a transa. "O vibrador pode ser muito útil na hora de convencê-la a fazer outras coisas, como sexo anal. Estimular o clitóris com o vibrador deixa a mulher mais excitada e predisposta a aceitar o anal", diz ele. "São brinquedos, e gosto de brincar com eles e minha mulher", diz. Ponto para ele!

Só que nem todos os homens têm essa cabeça. Alguns não se sentem muito à vontade diante de um vibrador. É o caso do músico Sandro M., 32 anos, que garante não se incomodar em saber que uma mulher tem vibrador, mas deixa claro que prefere não dividir a cama com ele. "Gosto de ter as mãos livres e sentir as mãos dela livres também. Não gosto de ficar me preocupando com um objeto o tempo inteiro", reclama, admitindo ainda que o vibrador pode levar a comparações desfavoráveis.

Parece que o verdadeiro motivo da implicância com o vibrador é outro... "O problema é que eles são sempre enormes. Aí me sinto diminuído", assume, lembrando uma situação em que ficou com uma mulher comprometida e ela garantiu que o do namorado era até maior do que o vibrador. "Perdi a vontade de transar com ela, fiquei intimidado, sei lá. Acho que preferiria um vibrador que não tivesse formato de ‘pênis', porque me sentiria mais tranqüilo", cogita.

Segundo Karen Ferreira Carneiro, gerente da boutique erótica A2 Ella, as mulheres estão cada vez mais à vontade na hora de comprar um vibrador. "Hoje em dia, quem manda são elas, que querem sentir prazer, querem ser amadas e estão exigindo isso na relação sexual. Mesmo assim, existe um receio de aparecer com a sacola da loja, de mostrar que comprou alguma coisa na boutique erótica", afirma a gerente, acrescentando que o vibrador é um dos itens que mais sai.

O modelo mais procurado é ainda o famoso Rabbit, que ganhou a fama depois que Charllote, em um episódio do "Sex and The City", ficou viciada nele. "Perfeição em matéria de pênis, ele gira dentro do canal vaginal, tem esferas que massageiam a entrada da vagina, e pega no ponto G! E tem um coelhinho que massageia o clitóris com várias intensidades", descreve Karen, salientando ainda que os vibradores em formato de pênis são os que mais têm saída. "Agora nós temos modelos com carregador de tomada e à prova de água.

Além do Rabbit, chegou um pênis de cyber skin, que acumula o calor do corpo dentro de você, imitando a textura da pele humana, além de girar, como o Rabbit, dentro do canal vaginal", detalha Karen, que já viu muito homem comprar vibrador para suas namoradas. "Eles gostam de mexer no controle remoto e, principalmente, gostam de ver suas mulheres muito excitadas", afirma.

O psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues afirma que, embora o uso de vibradores no Brasil tenha crescido, ainda não é tão comum quanto na Inglaterra, onde 50% das mulheres tem um ou dois. "O vibrador ou o pênis artificial ainda não tem um lugar de importância na erótica feminina ou do casal, pois as finalidades reprodutivas ainda são fortes para muitos em nossa cultura", explica ele, acrescentando que o vibrador pode ajudar a mulher a conhecer seu corpo, mas, por outro lado, pode restringir a forma de obter prazer à vibração, que não ocorrerá com a manipulação pelo parceiro ou com a penetração.

Sobre a reação dos homens diante da possibilidade de usar o vibrador durante o sexo, Oswaldo Rodrigues destaca que muitos homens podem se sentir mal. "Pois carregam crenças irracionais e inadequadas que os farão sofrer, pensando no vibrador como um rival. Muitos homens sentem-se diminuídos, pois, inseguros, acreditam que a mulher prefere o vibrador a ele. Outros gostarão da novidade e se erotizarão com segurança no relacionamento", explica.

Caso o parceiro se mostre incomodado, o psicoterapeuta sugere que o casal converse e discuta como poderão usar o acessório nas próximas oportunidades sexuais. "Medos e inseguranças precisarão ser sanadas e isso não ocorrerá na primeira situação em que o homem for apresentado ao vibrador. O casal precisa discutir e conversar para que o homem possa dar o próximo passo e erotizar-se junto com a mulher e este desejo sexual", finaliza.

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