04.09.2011 | 03h35
Terra
Mulheres têm cada vez mais dificuldades em encontrar a cara-metade
Você fica chateada quando vê todas as suas amigas casando, namorando sério ou saindo com alguém e só a sua vida afetiva parece não mudar? Pois é, nessas horas, sempre vem a pergunta: porque eu continuo sozinha? Uma forma muito comum de lidar com essa situação é colocando a culpa na escassa oferta de homens ou na falta de tempo.
Mas especialistas costumam dizer que esses argumentos não passam de desculpas esfarrapadas e que o problema pode estar na própria mulher. "Há mulheres que distorcem a realidade e alegam que estão sozinhas por serem exigentes demais. Esta, na verdade, é uma saída para transferir a responsabilidade e não solucionar o problema que está diante dela", opina o psicoterapeuta sexual Dr. Oswaldo Martins Rodrigues Jr., também diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.
E alerta: "Essa exigência pode tornar a mulher neurótica, que passa a fazer uso de desculpas como ‘não tem mais homem no mundo’ e ‘homem é tudo sem vergonha’. Esses pensamentos estereotipados e extremados tornam os caminhos para o amor mais difíceis e podem gerar ansiedades e outras emoções negativas", afirma.
Dr. Oswaldo enumerou outros problemas que impedem a mulher de encontrar a cara-metade:
- Tudo ou nada - Se o outro não for do jeito que ela quer, não serve. Isto revela a grande dificuldade da mulher em lidar com o diferente e com as nuances entre extremos.
- Responsabilidade alheia - A mulher acha que o homem é que tem que se responsabilizar por ela. Se ele não pagar as contas desde o primeiro dia, não serve. Este mecanismo de dependência sempre tem um custo: o da subserviência.
- Um relacionamento é para toda a vida - Pode ser, desde que ambos trabalhem para isso juntos e caminhem na mesma direção. Se considerarmos as responsabilidades individuais, teremos o resultado esperado. Caso contrário, o fim do relacionamento já é previsto. Erramos planejando o fim!
- Sem amor não vai dar certo - A expectativa do relacionamento apenas baseado na emoção raramente dará certo. E quando parece que dá certo traz sofrimentos (a exemplo das literaturas clássicas sobre o amor: Tristão e Isolda, Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa). O relacionamento precisa se basear na capacidade dos indivíduos em lidar com o cotidiano, com a rotina necessária para a vida dar certo e um planejamento de futuro existir.
O psicoterapeuta lembra que quanto mais velha uma pessoa fica, mais cristalizada a personalidade. Ou seja, com o tempo nossos defeitos ficam maiores e piores. Portanto, quanto mais uma mulher exigir da outra pessoa para estabelecer um relacionamento, mais difícil será ela alcançar seu objetivo.
Quem pretende deixar de lado a condição de solteira deve inicialmente conhecer as suas próprias motivações pessoais, individuais e emocionais e o que tem feito para satisfazê-las. Compreendendo estes mecanismos, poderá descobrir os motivos pelos quais não atinge os objetivos que considera importantes.
"Depois é hora de a mulher ter bem clara a imagem do que pretende ser e viver nas próximas décadas e o que está disponível para fazer em prol deste futuro", explica Dr. Oswaldo. Feito isso, deve expressar essas necessidades e planos para que o outro possa compreendê-los. E claro, a mulher precisa estar disposta a negociar. "Nessa fase, ela vai descobrir o que poderá conseguir e o quanto poderá deixar de lado, ceder ou admitir que não alcançará, lidando melhor com a frustração que certamente virá", diz Dr. Oswaldo.
O ideal é que a mulher não se acostume a ficar sozinha e administre a vida desta maneira. "O mundo não se modifica apenas por desejarmos que se modifique. Obviamente que querer mudar é apenas o primeiro passo e é necessário tentar! Se não conseguir sozinha, procure ajuda de um profissional", orienta o psicoterapeuta.
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