domingo, 26 de junho de 2011

Sexo oral provoca aumento de casos de câncer de garganta

Domingo, 26 de junho de 2011 - 09h00 Última atualização, 26/06/2011 - 08h57

Sexo oral provoca aumento de casos de câncer de garganta

HPV resultou em aumento nos casos de câncer de boca e garganta entre os mais jovens
Fabio Mendes

cidades@eband.com.br
O consumo excessivo de álcool e tabaco sempre foi apontado por médicos especialistas como os maiores causadores de câncer de garganta. No entanto, nos casos de pessoas com menos de 50 anos, um fator se mostra muito mais frequente: o sexo oral. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos.

De acordo com o estudo, o vírus HPV – que pode ser transmitido por relações sexuais, inclusive sexo oral - atualmente é a principal causa da doença em pessoas com menos de 50 anos. O problema tem crescido em faixas etárias mais baixas, e dobrou nos últimos 20 anos nos Estados Unidos.

Na Europa, outras pesquisas também apontam um fenômeno semelhante. A Inglaterra identificou aumento dos casos de câncer de garganta devido ao HPV. O mesmo ocorre na Suécia, onde o índice subiu de 25% para 90% nos últimos 30 anos.

Tumores

No Brasil, não há números específicos sobre câncer de garganta, mas os casos de tumores da boca cresceram consideravelmente. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), foram registrados 14 mil novos casos em 2010.

“O aumento no número de casos de câncer de boca e garganta está ligado ao vírus HPV, sobretudo em jovens sem histórico de alcoolismo ou tabagismo”, explica Hézio Jadir Fernandes Júnior, oncologista clínico e diretor do Instituto Paulista de Cancerologia.

Segundo Fernandes, a divulgação deste tipo de pesquisa aponta uma evolução na compreensão da doença, mas não altera o conceito de tratamento e diagnóstico. “Ela é muito importante especialmente para conscientizar a população sobre os riscos de se contrair o vírus”.

Prevenção

De acordo com o médico oncologista, o método de prevenção básica é evitar ter relações sexuais de risco. “Se a pessoa frequentemente realiza sexo oral sem proteção, com vários parceiros, ela deve realizar alguns exames de avaliação. Caso seja identificada a presença do vírus, é possível realizar um tratamento antiviral”.

De acordo com Fernandes, um passo importante para o futuro seria uma campanha de vacinação massiva para meninas entrando na puberdade. “Imunizar estas pessoas, antes de elas entrarem em seu período de atividade sexual seria muito importante”.

Sintomas

Alguns sintomas podem ser identificados em pessoas que começaram a desenvolver a doença. Um deles é o surgimento de nódulos no pescoço, alteração na voz ou dificuldade para se alimentar. “Uma observação atenta da boca também é muito importante. Manchas ou sangramentos que não são curados em duas semanas podem ser um indício da doença”, explica o oncologista. “Neste caso a pessoa deve passar por uma biópsia”.
http://www.band.com.br/jornalismo/saude/conteudo.asp?ID=100000440698

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