O sexo oral para as mulheres
Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr. - CRP 06/20610; Diretor do Instituto Paulista de Sexualidade
Dentre as expressões saudáveis da sexualidade no ser humana uma das mais praticadas. A possibilidade da expressão sexual variada é um dos pilares que sustentam a
Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr.
saúde sexual preconizada pela Organização Mundial da Saúde[1] e da Associação Mundial para a Saúde Sexual[2].
As atividades de estímulo sexual usando a boca existem desde antes da história na espécie humana, o que já aponta uma importância na própria existência.
Na vida das pessoas o aprendizado das atividades sexuais ocorre desde o nascimento através de comportamentos sucessivos que se associem ao bem estar e prazer e à excitação sexual, em especial genital. Ao longo de mais de uma década iniciam os namoros e as aproximações que passam a ter cunho mais sexual, e um dos comportamentos que são desenvolvidos na aproximação sexual dos namoros é a oralização genital.
Aprende-se o sexo oral antes de aprender-se o sexo coital, de penetração. Assim mais pessoas aprendem, primeiro, a sentir prazer pelo sexo oral, mantendo esta forma de obter prazer por mais tempo na vida.
Pesquisas encontraram que a satisfação sexual da mulher se associa à frequência de orgasmos (Global Sexual Wellbeing Survey, 2007). As mulheres tem orgasmos mais facilmente sob estimulação oral do que com penetração, portanto o receber sexo oral é muito importante para a satisfação sexual das mulheres.
Metade de homens e mulheres praticam sexo oral, mas ao menos 5% das mulheres gostaria que o dar sexo oral fizesse parte da vida sexual e um pouco mais não recebe sexo oral a ponto de expectar que este ato fizesse parte do cotidiano sexual. (Global Sexual Wellbeing Survey, 2007[3]).
Se compararmos as mulheres que praticam e somarmos as que gostaria de praticar, ainda nos sobrarão cerca de 40% que não aponta o sexo oral como necessidade na vida sexual.
Algumas mulheres por considerarem que o sexo oral não é sexo propriamente dito, outras por razões religiosas evitam esta forma de expressão da sexualidade, e outras por questões pessoais e outras crenças individuais que as impedem de apreciar esta forma de prazer erótico.
Existem casais que não praticam sexo oral quando um dos dois não gosta da idéia de colocar o genital na boca. A justificativa é o gosto/sabor ou de que lembra algo sujo. Outros explicam-se por não ser algo “natural” ou que genital não é para se por na boca.
Em verdade estas pessoas tem crenças inadequadas e que não querem discutir, mas adaptam-se com parceiros que podem passar sem esta forma de estimulação sexual/erótica.
A cunilíngua, ato da boca estimulando a vulva, o genital externo da mulher, produz um contato sem agressividade ou altas pressões, se compararmos com as mãos e dedos. Isto faz com que a estimulação oro-genital seja mais leve e traga menos medos de que o genital se machuque. Muitas mulheres darão preferência pensando nestas explicações.
O que ocorre fortalecendo esta preferência é o fato de que o sexo oral é aprendido e traz prazer antes da possibilidade da penetração. O sexo oral aprendido antes do coito é associado com prazer mais fácil do que com o coito, momento em que menos mulheres conseguem obter orgasmos. Assim temo s preferência.
O homem imagina-se o condutor do prazer da mulher, responsável pela mulher ter a capacidade de obter satisfação sexual no relacionamento sexual. Isto coloca os homens na busca e exercícios de atividades que considerem conduzirão a mulher ao prazer orgásmico. Primeiramente o sexo oral, depois o coital.
Este equivocado poder é procurado em todos relacionamentos e aqueles em que a mulher não obtém orgasmo produz o afastamento do homem deste relacionamento.
Se pensarmos sob a ótica da capacidade sensorial, deveríamos apontar que a boca, os lábios são mais sensíveis, tem mais terminais nervosos do que o genital de modo geral. A capacidade de sentir é maior na boca. Isto em si seria justificativa para se utilizar o sexo oral como meio de buscar e obter prazer sexual.
O mecanismo de percepção é o que produz a transformação das sensações em algo positivo e neste caso com significado sexual. Este mecanismo mental é o que conta na oral do sexo oral, pois não basta a capacidade física de captar as sensações tanto na boca quanto nos genitais.
O sexo é oral é tão prazeroso para ambas as partes por ser uma das primeiras formas através das quais se obtém o orgasmo é uma das explicações. As primeiras formas sempre marcam muito e determinam padrões de busca de satisfação sexual na maior parte das pessoas.
Embora muitas pessoas não admitam a prática do sexo oral devido a valores pessoais e morais, ou baseados em segmentos religiosos, ainda assim esta é uma prática muito útil para casais se entrosarem e atingirem prazeres e dividirem emoções importantes além de expandir o tempo da atividade sexual, favorecendo a existência do prazer da casal.
[1] http://www.paho.org/english/hcp/hca/promotionsexualhealth.pdf; http://www.who.int/reproductivehealth/publications/sexual_health/defining_sh/en/index.html
[2] http://www.worldsexology.org/sites/default/files/Working%20Definitions%20after%20WHO%20Technical%20Consultation.pdf
[3] http://www.durex.com/en-gb/sexualwellbeingsurvey/pages/default.aspx
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