Doenças do coração e sexualidade
Publicado em junho 4, 2011 por Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psic. Oswaldo Martins Rodrigues Júnior (Instituto Paulista de Sexualidade)
inpasex.com.br
Dois assuntos são de grande importância para o ser humano: o sexo (a fonte da vida) e a morte (o fim da vida). Sem a conservação da vida não pode, naturalmente, haver sexo. Desta forma temos que o sex o pode ficar em segundo plano quando há o risco de vida. Dentre as situações que podem causar o cessar da vida estão os problemas do coração. Não, não se trata de falar de romances e paixões. Não são estes os problema do coração a que nos re ferimos. São os problemas cardíacos. Problemas que conduzem quem os tem a deixar para segundo plano outras necessidades da vida para tentar mantê-las. O sexo muitas vezes fica de lado, deixa de ser tão importante quanto era, e muitas vezes traz medo. Por ém sua falta incomoda. Se não incomoda, já trouxe uma patologia psicológica: a falta de desejo sexual, que é um distúrbio muito comum na população brasileira, mas que continua sendo uma disfunção sexual! Com os problemas do coração, muitos distúrbios na esfera sexual costumam ocorrer. As pesquisas em sexualidade mostram que ocorre uma diminuição global de orgasmos (sensação de prazer sexual) nos primeiros seis me ses ap s um infarto do coração em um de cada quatro homens. Outras pesquisas mais pessimistas mostraram um quadro pior: 62% dos pacientes infartados acusaram sensível diminuição da frequência das relações sexuais, sendo que 19% deixaram de ter quaisquer atividades sexuais após o infarto do mio càrdio por um longo período.
Junto aos ataques do coração, também ocorrem a diminuição do desejo sexual, a depressão, a ansiedade, o desinteresse pela esposa, o medo de um novo ataque, o medo da morte, a fadiga mais constante, a angina… Todas situações que podem produzir uma famigerada disfunção sexual que aterroriza muito o homem brasileiro: a impotência sexual.
Muito se fala da associação entre a relação sexual e os ataques cardíacos. Muita gente conta estórias de homens que teriam morrido durante a atividade sexual. No entanto as pesquisas não revelam esta situação como verda de : das pessoas com problemas cardíacos, nem ao menos 1% chegou a morrer em decorrência de atividades sexuais! As situações em que cardíacos cheg a ram a falecer em atividades sexuais eram, geralmente rela ções extra-conjugais, com mulheres jovens, mais excitantes, ap s terem bebido grande quantidade de àlcool ou comida, e com sentimentos de culpa e com a ver gonha de falar sobre as dores e disconfortos e de falar que a atividade sexual est i vesse se tornando cansativa! Assim não é possível qualquer ser humano desempenhar satisfatoriamente sua atividade sexual! Também, o medo da reincidência do infarto afasta o homem de tentar atividades sexuais. Em condições normais, sem ansiedade e sem medo ou culpa não há razões para que ninguém se preo cupe com o esforço do coração durante a relação sexual. Os estudos demonstraram que o exercícios físicos são importantes para que o coronariano tenha uma vida melhor. Os exercícios físicos melhoram a vida se xual dos homens que já tiveram problemas cardíacos sérios. Com o ataque cardíaco, a pessoa te n de a imaginar que não pode isto ou aquilo. Fantasia, e no entanto tem certeza, que se fizer sexo como antes terà ou tro ataque cardíaco. Naturalmente, a retomada das atividades sexuais deverà ser orientada pelo cardiologista que esteja acompanhando o homem que teve o ataque cardíaco. Esta retomada não terá problemas se o paciente tem um casamento (ou relacionamento) estável, e se o relacionamento sexual anterior ao infarto era satisfat rio com a mulher. Estes pontos são importantes, pois um dos dois pode estar procurando uma desculpa para não mais ter relações sexuais com o companheiro. Se este for o caso devem-se encontrar as causas: possivelmente dificuldades sexuais anteriores, tanto da mulher quanto do homem (o que é bem comum!); continuar doente pode ser melhor para obter as atenções que desejar; pode ter acabado o amor, mesmo que muito carinho tenha res tado; pode acabar o desejo sexual ou a afinidade entre am bos… Cada caso de impedimento é um caso, e para cada caso deve-se encontrar um saída adequada. Devemos lembrar que o homem que tem problemas car díacos, os tem a partir da quarta década de vida. Nestes anos ocorre o que chamamos a “idade do lobo”. Uma fase da vida do homem em que há modificações importan tes tanto biológicas quanto psicológicas. O homem sente que está envelhecendo, perdendo a juventude. Com a perda da juventude, sente que está acontecendo um declínio sexual e a insegurança pessoal tomando conta. Quer aproveitar o que lhe resta da vida sexual. Para estes homens qualquer perío do de abstinência sexual poderá se torn ar trágico, intransponível! Os sentimentos de abandono e a redução da autoestima que ocorrem precisam ser evitados no cardíaco. Desta forma a saúde sexual precisa ser restabelecida para que possa o cardíaco se inserir adequadamente em seu próprio papel e se sentir quem sente que é. Devemos considerar vários fatores para a retomada das atividades sexuais pelo cardíaco:
- 1 Como o paciente está recuperando a saúde geral;
- 2 Como eram as atividades sexuais anteriormente ao problema do coração;
- 3 Desgaste fisiológico da atividade sexual;
- 4 Características e estado emocional do paciente;
- 5 O papel do cônjuge ou parceiro(a) sexual para o reinício das atividades sexuais;
Algumas considerações devem se feitas a respeito de condições fisiológicas e comportamentais:
- o relacionamento sexual deve ser proibido durante o período do ataque agudo e nas semanas subsequentes.
- normalmente o paciente leva de 8 a 12 semanas para retornar às atividades rotineiras.
- a retomada das ativiadades sexuais deve ser lenta e gradual, assim como qualquer atividade rotineira!
- a convalescença do paciente deve ser avaliada pelo médico e pelo prprio paciente, a partir de da capacidade de desempenhar tarefas cujo custo energético seja baixo.
- as atividades sexuais devem ser retomadas quando o paciente puder caminhar 3.200 metros por hora, ou puder subir e descer de um degrau 24 vezes em um minuto… situações que serão mensuradas pelo cardiologista, que apontará a possibilidade de retomar o dia-a-dia normal. Este será o momento adequado para a vida sexual voltar ao normal! O médico poderà indicar medicamen tos para as dores leves que incomodem a atividade sexual, mas o mais sensato é de que se está incomodando, deixemos o ato sexual para o dia seguinte, sem forçar a máquina. Se a retomada das atividades sexuais está difícil, então é hora de buscar um terapeuta sexual. Este profissional é um psicólogo especializado a orientar pessoas a superarem dificuldades sexuais e com certeza auxiliarão na retomada das atividades sexuais. Esta determinação também é real para a existência de disfunções sexuais que venham a ocorrer com o problema cardíaco. Claro que o terapeuta sexual deve ser chamado se já existiam problemas sexuais antes do problema cardíaco surgir…
Há uma porcentagem de homens e mulheres que apresentam dificuldades sexuais após o infarto do miocárdio: impotência, frigidez, inibição do desejo se xual… Nestes casos a solução ainda é procurar um profissional que possa ajudar adequadamente a achar o caminho de volta para a normalidade, saúde e felicidade sexuais.
http://oswrod1.wordpress.com/2011/06/04/doencas-do-coracao-e-sexualidade/
Nenhum comentário:
Postar um comentário