domingo, 5 de junho de 2011

Vaginismo e Dispareunia

Oswaldo M. Rodrigues Jr.; Fátima Protti; Visette Galiardi Silva
Instituto Paulista de Sexualidade – GEPIPS – Grupro de Estudos e Pesquisas do InPaSex
Com o objetivo de conhecer, na população brasileira, a ocorrência e preocupação com o vaginismo e com a dispareunia os autores se propuseram a elaborar um questionário especial e aplicá-lo. O questionário foi aplicado em 246 mulheres com idades entre 12 e 65 anos (média de idade = 27). Foram recebidos 34 questionários em branco (13,82%). Tinham parceiro sexual 81% das questionadas. As dores na relação sexual foram referidas em 27% na tentativa de penetração, 11% depois de terem começado os movimentos de entrada e saída do pênis. Em 10% existe excitação mas existem dores. Houve procura do médico em 8% e se sentem curadas. A impossibilidade de penetração foi referida em 1,89% devido às dores e pela falta de lubrificação em 5,66% (0,94% não conseguia mesmo com lubrificação), existe a evitação da penetração em 5,19%.

A ansiedade na relação sexual foi percebida por 32% das questionadas, e 37% referiu calma nas situações sexuais. A tensão foi percebida existente em 15% e a inibição diante da situação sexual foi referida por 16%. O medo de que possa acontecer algo ao corpo ocorre em 6,61%, o de ser rejeitada pelo parceiro após a relação sexual em 8% e o de ser violentada sexualmente e, 4%.

O medo da reprovação social acontece em 9%, a culpa pelo pecado para 4% e por sentir o sexo sujo em 2%, por sentir-se uma mulher vulgar em 4%, por considerar que sexo é para procriação em 3%, e por não se previnir contra gravidez ou doenças em 6%. A insegurança em relação ao parceiro apareceu em 11% e por não se sentir preparada par o sexo em 8%. A angústia foi referida em 7% das questionadas e 15% pedem ao parceiro que seja paciente e carinhoso. No total as dores nas relações sexuais ocorrem em 60% das mulheres.

Já tiveram dores e superam este problema 12% das mulheres. A impossibilidade de penetração é referida por 12,74%. Apenas 6 mulheres (3%) afirmaram não sentir dores e deixando a questão em branco. A dispareunia atinge uma fração grande da população feminina e o vaginismo impede uma pequena, mas importante parcela desta mesma população.

Os termos vaginismo e dispareunia não foram reconhecidos pela população estudada. Numa sociedade exigente sobre o coito, uma grande parte das mulheres fica sob pressão e sofrimento sem encontrarem caminhos que amenizem estas dificuldades de modo adequado.

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