domingo, 28 de agosto de 2011

Caminhos do prazer

Caminhos do prazer

Marcia Atik


Apesar do senso comum e de sabermos que todos desejam, amam, sofrem e tem prazer, falar desses assuntos ainda gera uma variedade de reações. Mas a intenção hoje é de trazer a reflexão sobre as nossas inúmeras possibilidades de ser feliz.

Assuntos ligados a sexo, sexualidade, prazer e desejos são contaminados por mitos e preconceitos, apesar de ser o sexo o que nos diferencia de todas espécies animais, pois essa vivência não está apenas atrelada unicamente ao ato biológico, mas está sim permeando pensamentos, sentimentos e as ações humanas de modo geral.

Os conceitos de sexo e sexualidade se confundem, mas sabemos que um não tem que necessariamente vir acompanhando do outro. Cabe-nos a decisão e a percepção de como ou de que modo podemos explorar a nossa capacidade desejosa.

Gostaria de me deter mais nos aspectos de desenvolvimento de nossa sexualidade. Não que o sexo não seja importante — muito pelo contrário — mas só podemos usufruir totalmente de nossos encontros sexuais se formos capazes de identificar e reconhecer o que nos dá prazer ou não.
Para tanto, precisamos de um mínimo de autoconhecimento para que desse modo as faltas sejam supridas e os desejos reconhecidos.

Sabemos que um dos maiores males da civilização atual é a formatação de desejos e, por consequência, o embotamento de verdades íntimas e pessoais.

As doenças psicossomáticas estão aí para nos alertar quando não nos permitimos fluir em nossa essência, nas nossas verdadeiras emoções, nem todas aceitas e valorizadas. Algumas são fonte de aflição, mas muitas outras, quando reconhecidas, são ponto de partida para a autodescoberta e criação pessoal.

Emoções que podem ser percebidas na vivência do dia a dia, nas lembranças que, às vezes, provocam sensações contraditórias.Temos direito e obrigação de sermos mais sensíveis com as nossas necessidades. Isso é evoluir como pessoa, reconhecer a totalidade de nossas emoções e não apenas aquelas valorizadas a partir de aspectos externos a nós.

A cada dia que nasce, temos uma nova chance, pois o futuro começa hoje, e não deixar a vida passar em análises conceituais, mas aproveitando, costurando-a, às vezes, com tecido novo e colorido, outras vezes remendando velhos retalhos, mas sempre conseguindo o efeito belo e colorido pelo conjunto da obra e nessa obra nem todos os retalhos são de cores alegres, de tecidos nobres, pois entre os vermelhos e os cinzas várias matizes se unem para dar beleza ao trabalho final.

Quero valorizar aqui chamando a atenção para a transcendência de sentir, perder o controle e, por isso , oxigenar a alma com a sensibilidade do arrepio, do medo, da surpresa... Da luz e da sombra.

Tendo um olhar realista para as perdas é importante ativar o desejo e desfrutar de um projeto de vida pessoal que utilize a excelência de sua própria experiência num viver criativo e prazeroso.

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