Primeira noite: tudo ou nada?
por Rosana F.
31/07/2009
Até aonde ir na primeira vez? Existem limites? O que eles pensam
Corpos colados e beijos intermináveis. As evidências apontam que os próximos passos são em direção à cama. Aí bate aquela incerteza: o que pode e o que não pode rolar na primeira noite com um homem? Transar pode? Oral pode? Verbal pode? Animal pode?
Vamos começar pelo início: pode ir pra cama no primeiro encontro? Há quem diga que sim, pode, claro, sem problemas. E há quem diga que não, não pode, é melhor não, como o dentista Alexandre P., de 26 anos. "Se ela transa comigo de primeira, acho que ela faz a mesma coisa com todo mundo", sentencia Alexandre, assumindo que passa a ver a menina com outros olhos.
“A mulher pode ser sacana, mas não vulgar. A vulgaridade até pega bem mais tarde, mas só quando o casal tiver um pouco mais de intimidade”
No outro extremo, tem homem não apenas diz que pode transar na primeira noite como prefere as que topam de uma vez: "Claro que pode", diz Ednaldo Rodrigues, 29 anos, garantindo ter predileção pelas que vão para a cama de primeira. "Na minha cabeça, significa que ela gosta muito do esporte. E isso é uma grande qualidade em uma mulher", diz ele, que não gosta quando percebe que a mulher está a fim, mas fica se segurando porque quer ser considerada uma menina pra namorar. "Não existe mais isso!", garante. No primeiro encontro ou no décimo segundo, pronto: topamos ir para cama. Agora a questão é outra: estando debaixo dos lençóis, o que pode e o que não pode na primeira transa do casal? Antes de responder, parece que é preciso ter muita sensibilidade para saber até aonde ir na estreia - até para que ela não seja também a única. Entre os entrevistados, as respostas mais freqüentes para o "não pode" foram: em primeiro lugar disparado, anal; em segundo lugar, bater; e em terceiro, xingar.
Mas, gente, olha só, não tem cartilha, como comprova a advogada Lílian D., de 31 anos. "Logo na primeira noite, fiz de um tudo, inclusive sexo anal. Ele ficou maluco. No dia seguinte, desliguei o telefone celular e só fui atender as ligações dele alguns dias depois. Começamos a namorar e ficamos juntos três anos", lembra a advogada, que não se arrepende e faria tudo de novo.
Liberais?
Como diz o ditado, quem tem boca fala que quer e os homens gostam de dizer que estão cada vez mais liberais. É o caso do consultor de informática Fabrício F., 31anos. "Não me impressiono fácil. Só se ela fizer algo muito profissional logo na primeira transa, tipo: ter mais de duas pessoas envolvidas, usar uma lingerie ousada demais, pedir para levar uns tapas na cara, pedir por trás e por aí vai", diz ele, que faz questão de esclarecer que esses exemplos são normais entre quatro paredes, mas chamam atenção quando rolam logo na primeira vez. "Depende da idade da moça também. Depois de 25 anos, pode fazer o que quiser", estabelece.
O designer Hélio G., 33 anos, revela que transou com todas as suas namoradas na primeira noite. "Não vejo problema algum nisso", diz ele, para quem a mulher pode até ser safada na primeira noite, mas com moderação. "A mulher pode ser sacana, mas não vulgar. A vulgaridade até pega bem mais tarde, mas só quando o casal tiver um pouco mais de intimidade", diz, acrescentando que todo homem fantasia que as mulheres têm um comportamento mais ousado exclusivamente com ele. "Se ela é muito liberada logo de primeira, aí você pensa que ela é assim com todo mundo. E eu gosto de pensar que ela ficou safada quando me conheceu, como se eu tivesse despertado o vulcão que existe dentro dela", sugere ele, para quem o que pega bem na primeira noite é uma lingerie sexy. "Essencial!", diz.
O papo liberal cai bem na mesa do bar, mas será que na cama é assim mesmo? Para a professora Adriana H., 29 anos, o que pode e o que não pode rolar variam de acordo com as intenções com o parceiro. "Se for um cara que eu esteja a fim, me seguro muito pra não ‘assustar' e tentar levar a uma coisa mais séria. Mas se for uma coisa casual, não me preocupo", assume, lembrando que até hoje os caras são muito travados e preconceituosos na cama.
“Porém, na média, os homens ainda pensam de modo semelhante aos nossos avós, quando olham para uma mulher e pensam se esta mulher ‘serve para casar' , ou ‘serve apenas para sexo”
"Eles se dizem liberais, mas é só da boca pra fora. Eu gosto de falar sacanagem, mas falo pouco nas primeiras vezes. Tem coisa que acho que tem que ter mais intimidade e conhecer melhor o outro pra saber se pode ou não pode", diz, acrescentando que o que não pode de jeito nenhum é virar para o lado e dormir. "Aí não dá, né? Tem que rolar um carinho, um papinho pós-sexo, que é tudo de bom", resume. Nesse ponto, minha amiga, t-o-d-a-s concordam.
Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, cada pessoa tem necessidades e históricos de vida diferentes. A velha história: cada caso é um caso. "Porém, na média, os homens ainda pensam de modo semelhante aos nossos avós, quando olham para uma mulher e pensam se esta mulher ‘serve para casar' , ou ‘serve apenas para sexo'", afirma ele, frisando que há também homens para os quais essa questão não é relevante.
"Existem muitos homens que somente buscarão compromisso com mulheres com quem possam ter sexo na primeira noite. Esses homens não se incomodam com virgindade, muito ao contrário, querem saber os limites e possibilidades que têm com a mulher que conheceram para poder entender se com ela podem passar muitos anos da vida", explica.
Para o sexólogo, não é recomendável nem se tolir nem extrapolar em um primeiro encontro. "Apresentar o padrão com o qual se identifica será o mais proveitoso, pois permitirá estabelecer um relacionamento de confiança", esclarece, acrescentando que a maior parte dos homens, realmente, só é liberal da boca pra fora. "Eles se dizem liberais, querendo dizer-se libertinos, e não conseguem compreender que estão muito aquém do que verbalizam. Eles não fazem tudo no sexo, nem sabem o tudo o que pode existir", sentencia.
E aí, o que você acha? Concorda que os homens falam bem mais que realmente fazem na cama?
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