Muito prazer
Orgasmo. Se eu posso sentir prazer, fingir por quê?
Publicado em 21.08.2011, às 16h25
Existem exercícios terapêuticos, assim como posições, que facilitam a obtenção do orgasmo através da penetração vaginal.
Por Silvana Melo
Ouvir sininhos tocando, ver estrelinhas, enxergar tudo azul... afinal, o que é o orgasmo? Muitas mulheres criam inúmeras fantasias a respeito. Algumas já tiveram, mas acham que não porque nunca viram as tais estrelinhas naquele momento. Poucas têm a consciência do que ele realmente é: contrações rítmicas acompanhadas de intenso prazer.
Na verdade, podemos dizer que o orgasmo é um evento completamente abrangente, que envolve uma série de reações em cadeia entre a mente e o corpo, entre o cérebro e os órgãos genitais. Quantas mulheres conhecem esse estado mágico? Infelizmente, um grande número delas não sabem o que ele é, simplesmente porque nunca o sentiram. E o que elas fazem, então? Fingem. Na realidade, muitas fingem durante toda a sua vida sexual. O fato é que ainda hoje a arte de atingir estados orgásticos plenamente satisfatórios permanece fora do alcance da grande maioria das mulheres.
A queixa mais frequente entre aquelas que buscam a terapia sexual é, sem dúvida alguma, a dificuldade em atingir o orgasmo. As causas podem ser orgânicas ou psicológicas; e devem ser diagnosticadas adequadamente para melhor condução do tratamento. Portanto, a disfunção orgástica tem tratamento e solução.
Na prática clínica, encontramos mulheres que nunca obtiveram orgasmo nem mesmo na masturbação. Outras, que já tiveram e hoje não têm mais. Ainda há aquelas que obtêm o gozo somente em determinadas situações ou com determinadas pessoas e com outras, não. Mas o que é extremamente comum é a queixa de não obter orgasmo por meio da penetração.
É importante esclarecer aqui que o orgasmo pode ser obtido de diversas maneiras. Aquele conceito freudiano de que existem dois tipos diferentes (o clitoridiano e o vaginal; onde o primeiro seria experimentado por mulheres imaturas e o segundo, por mulheres maduras) já não é considerado correto. No entanto deve ser valorizado o papel do clitóris nesse processo, que pode ser estimulado direta ou indiretamente.
Assim sendo, as mulheres que não conseguem obter orgasmo através da penetração não são “doentes” ou “anormais”. Mas, para aquelas que desejam obtê-lo também por essa via, devem saber que isso é possível e fácil de alcançar. Existem exercícios terapêuticos, assim como posições, que facilitam a obtenção do orgasmo através da penetração vaginal.
Outro aspecto importantíssimo a considerar é o estímulo inadequado e/ou insuficiente, isto é, quando o parceiro faz poucas carícias na mulher. Sabemos que as mulheres precisam de mais tempo durante o ato sexal do que os homens para atingir o orgasmo.
Muitas vezes, essa busca desenfreada pelo gozo pode impedi-lo de acontecer ou, no mínimo, fazer perder de vista algo fundamental para a relação, que é aquele clima de intimidade, os toques suaves e prazerosos por todo corpo, enfim, o prazer de dar e receber prazer. Wilhelm Reich ,descreveu o clímax como “a habilidade de entregar-se ao fluxo de energia sexual sem inibições”. Portanto, o segredo é relaxar, é soltar-se, é se entregar ao prazer e permitir que seu desejo e seu corpo ajam por conta própria. Portanto toda mulher tem a condição de atingir o orgasmo, mesmo aquelas que nunca o tiveram. Então, fingir por quê?
A mulher precisa conhecer seu próprio corpo e descobrir que é fonte de seu próprio prazer. Se preciso for, existe tratamento para superar bloqueios e exercícios que a levarão não só ao orgasmo, mas à condição de desfrutar uma melhor qualidade de vida sexual. Ter orgasmo e prazer sexual num clima de muito amor e carinho é um direito que cabe a toda mulher. Melhor dizendo, a todo ser humano... E que, depois do orgasmo, o casal possa permanecer enlaçado, fundido e suspirante... que o mundo possa desaparecer lá fora e só o prazer e o amor possam permanecer.
... Então, muito prazer pra vocês
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