sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ele não faz oral

Ele não faz oral
por Rosana F.
05/11/2009
Ele quer ganhar, mas não quer fazer sexo oral em você. E agora?
Quando o assunto é sexo oral, todo mundo quer ganhar. Já oferecer... Tem muito namorado por aí fazendo corpo mole e deixando a desejar. Se por um motivo ou por outro ele não faz sexo oral, pode estar na hora de chamar ele na chincha.
Vocês se beijam, se abraçam e se enroscam como dois adolescentes. A temperatura aumenta e é roupa para todo lado. Você não pensa duas vezes: se abaixa e lhe faz um sexo oral no capricho. Quando pensa que chegou a sua vez de ganhar: neca de pitibiriba. "Ele finge que não está entendendo o que eu quero e faz outra coisa", reclama a fisioterapeuta Andréa, de 28 anos. Na cama dela, os direitos não são iguais: ele ganha sexo oral, mas não costuma dar.
"Poxa, fico chateada, peço com todas as letras e ele acaba fazendo. Mas perde a metade da graça, né? Porque fica evidente que faz por obrigação e não por prazer", reclama Andréa, sem saber como resolver a situação. "Às vezes, faço chantagem do tipo ‘só faço se você me der em troca' e funciona. Mas é chato, porque o problema de achar que ele não está gostando se mantém", constata.
Qual o seu apelo sexual? Faça o teste!
Quando um homem se nega a fazer sexo oral em sua mulher, é natural que ela fique insegura e queira saber o motivo. Foi o que aconteceu com Silvana, de 30 anos, advogada, que ficou preocupada com seus odores. "Primeiro, fiz uma depilação especial, para não haver a desculpa do pêlo. Aí fui ao ginecologista e fiz um check up - deu uma inflamação boba, que tratei imediatamente. Ele até que passou a fazer com mais freqüência, mas virei escrava da depilação, por exigência dele", conta Silvana, certa de que o sacrifício vale a pena. Ela não deixou barato: "Pedi para ele tirar o excesso de pelos dele também. É claro que ele não depila, mas passa máquina um e fica realmente bem mais agradável para mim", diz.
O que eles dizem
A maioria dos homens com quem conversamos se disse fã incondicional do sexo oral e jura que ama fazer o tempo todo, 24 horas por dia, o fim de semana inteirinho. "Adoro!", diz o redator Luciano A., "quem não gosta deve ser bicha", completa. O arquiteto Alexandre F. vai além: "Se o cara não faz, troque de namorado!", sugere. Encostado na parede, Alexandre disse que só não comparece quando há pelos demais ou cheiro forte. "Aí não é culpa do cara", esquiva-se.
Segundo a ginecologista Dra. Juracy Ghiaroni, água e sabão bastam para garantir a higiene íntima da mulher. "Ela deve se lavar toda vez que for ao banheiro: com água e sabão quando evacuar e somente água quando urinar", afirma, lembrando que os sabonetes especiais, desodorantes íntimos e lencinhos umedecidos são absolutamente desnecessários. "Podem até ser prejudiciais à saúde da mulher uma vez que alteram a flora vaginal e podem provocar alergias", explica ela.
Sobre a depilação, a doutora lembra que os pêlos protegem a vulva. "A recomendação é aparar para facilitar a higienização. Mas a mulher pode, sim, depilar se não apresentar alergia ou inflamação de repetição", afirma a doutora, salientando que se houver mau cheiro, secreção diferente do normal ou coceira, a mulher deve procurar um médico.
E quando se está toda cheirosa e depilada e, mesmo assim, o namorado nada? O jornalista Guilherme L. levanta a hipótese: "É egoísmo masculino puro e simples". É, gente, o sexo oral sem dúvida é um momento de grande doação na relação sexual, quando um fica paradinho só tendo prazer enquanto o outro tem todo o trabalho. O economista Valério abre o jogo: "Às vezes tenho preguiça de fazer porque sei que ela vai demorar até chegar ao orgasmo".
Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, o homem não foi socialmente treinado, educado e socializado para dedicar-se à excitação sexual da mulher. "O homem aprende, através de demonstrações e até de verbalizações que não tem que servir à mulher, pois é ela quem deve servir ao homem", afirma.
Oswaldo lembra que a cunilíngua (sexo oral nas mulheres) já equivaleu-se à demonstração de submissão à mulher, a exemplo de uma imperatriz chinesa que obrigava quem fosse falar com ela em audiência, primeiramente, a lhe fazer sexo oral para só depois, em troca, ser ouvido. "Há homens que não desejam fazer sexo oral por não considerarem algo moralmente adequado", ressalta.
É conversando que se chega lá
Perguntado sobre a chantagem do tipo "só faço em você se você fizer em mim", o psicoterapeuta é taxativo: "Nestes casos, estaremos favorecendo mecanismos neuróticos que permitem manipulação, gerarão raiva e, provavelmente, impedirão a continuidade do relacionamento", alerta.
Uma boa conversa é sempre a melhor opção. "O caminho mais seguro é combinar o que se pode fazer, questionar e ouvir os motivos do homem não desejar fazer cunilíngua. Com a aproximação adequada e sem exigência, permitir que o homem possa reconhecer que o que ele pensava não era o correto", sugere Oswaldo.
Na opinião do psicanalista, mesmo com conversa haverá quem não deseje e quem não faça sexo oro-genital (seja felação, seja cunilíngua). "Pelo menos o casal pode tentar compreender os limites de cada um para poder medir a falta do ato. Desta forma, não culparão o outro, nem desenvolverão mal-estar e raiva", conclui.

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