Disfunção erétil vira negócio lucrativo nas ruas de Bangcoc
27 de agosto de 2011 • 10h03 • atualizado às 10h48
Os frascos com o rótulo dos mais requisitados medicamentos contra disfunção erétil fazem parte da variada oferta de souvenirs vendidos nos camelôs de Bangcoc.
Uma das imagens típicas da capital da Tailândia é o caos que se estende em suas estreitas calçadas pelas quais o turista abre passagem com dificuldade entre uma fusão de aromas e uma infinidade de barraquinhas, inclusive as que contêm caixas com o logotipo de conhecidos remédios como Viagra, Prozac e Valium, vendidos sem receita médica.
Apesar de não ter necessidade de apresentar receita para comprar qualquer um desses medicamentos de procedência questionável, é preciso destreza para pechinchar no preço e, principalmente, bastante insensatez na hora de tomar uma dessas pílulas.
O fato de essas barraquinhas permanecerem em seus pontos todos os dias, é sinal de que o negócio funciona graças aos turistas.
Com um sorriso amarelo, os vendedores chamam os homens estrangeiros para oferecer as cápsulas e garantem que as mesmas são garantia de uma "grande noite".
Pode parecer hipocrisia, mas na Tailândia, um dos principais destinos do circuito mundial do turismo sexual, a prostituição é proibida e as leis condenam a prática, inclusive a venda de artigos eróticos.
Qualquer "bairro vermelho" de Bangcoc está infestado desse tipo de comércio onde, além de conterem caixas como as do famoso Viagra, estão repletos de outros medicamentos que têm a mesma finalidade como Cialis, Levita e Kamagra, conhecidos vasodilatadores que permitem a ativação dos órgãos sexuais masculinos.
Os camelôs relataram à Agência Efe que as marcas dos produtos que vendem, sem ser, aparentemente, importunados pela Polícia, são "originais" e até sustentam que já "testaram" e obtiveram resultado mais do que satisfatório.
A falsa simpatia dos vendedores acaba rapidinho quando aparece um curioso querendo fotografar a barraquinha e com isso, acaba espantando algum cliente.
Além dos populares estimulantes sexuais, em alguns desses postos é possível adquirir outros medicamentos suspeitos que têm componentes viciantes e acabar causando síndrome de abstinência em seus consumidores.
O laboratório de uma farmácia convencional perto de uma das fileiras de barracas de comércio de rua explica que todos estes produtos rotulados como remédios que podem ser encontrados nas ruas são "falsificados", já que a lei estabelece a venda somente com prescrição médica e adverte que seu consumo pode fazer mal à saúde.
A Tailândia se transformou em um dos maiores produtores de remédios falsificados contra disfunções sexuais, sendo que a maior parte é enviada para meio mundo por meio de procedimentos ilegais e propagandas online.
"As pessoas não vão às farmácias para comprar estes remédios porque têm vergonha", disse à Efe Clemence Gautier, advogada do escritório Tilleke & Guibbins, com sede em Bangcoc.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 50% dos medicamentos comercializados em sites ilegais são falsos. Na melhor das hipóteses, o produto comprado não contém nada, mas existem falsificações que podem incluir componentes tóxicos e causar graves complicações ao usuário.
Estes remédios, que na maioria dos países só podem ser adquiridos com prescrição médica, têm uma grande demanda como os outros da notável indústria do sexo.
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