De primeira
por Rosana F.
27/11/2009
O que pode e o que não pode na primeira noite de amor com ele
Vocês estão no maior vuco-vuco, corpos colados e beijos intermináveis. As evidências apontam que os próximos passos são em direção à cama. Aí bate aquela incerteza: o que pode e o que não pode rolar na primeira noite com um homem? Transar pode? Oral pode? Verbal pode? Animal pode? Entre todos os entrevistados, nem "sim", nem "não", a resposta freqüente foi "depende".
Vamos começar pelo início: pode ir pra cama no primeiro encontro? Há quem diga que sim, claro, sem problemas. E há quem diga que não, como o dentista Alexandre P., de 26 anos. "Se ela transa comigo de primeira, acho que faz a mesma coisa com todo mundo", sentencia Alexandre, assumindo que passa a ver a menina com outros olhos.
No outro extremo, tem homem que não apenas diz que pode transar na primeira noite, como garante que prefere as que topam de uma vez: "Claro que pode", diz Ednaldo Rodrigues, 29 anos, confessando ter predileção pelas que vão para a cama de primeira. "Na minha cabeça, significa que gosta muito do esporte. E isso é uma grande qualidade em uma mulher", diz ele, que não gosta quando percebe que a mulher está a fim, mas fica se segurando porque quer ser considerada uma menina pra namorar. "Não existe mais isso!", completa.
No primeiro encontro ou no décimo, topamos ir para cama. Agora a questão é outra: estando debaixo dos lençóis, o que pode e o que não pode na primeira transa do casal? Antes de responder, parece que é preciso ter muita sensibilidade para saber até onde ir na primeirona - para que não seja também a última noite.
Entre os entrevistados, as respostas mais freqüentes para o "não pode" foram: em primeiro lugar disparado, anal; em segundo lugar, bater; e em terceiro, xingar. Mas, gente, não tem cartilha, como comprova a advogada Lílian D., de 31 anos. "Logo na primeira noite, fiz de um tudo, inclusive sexo anal. Ele ficou maluco. No dia seguinte, desliguei o telefone celular e só fui atender as ligações dele alguns dias depois. Começamos a namorar e ficamos juntos três anos", lembra a advogada, que não se arrepende e faria tudo de novo.
Liberais?
Como diz o ditado, "quem tem boca fala o que quer" e os homens gostam de dizer que estão cada vez mais liberais. É o caso do consultor de informática Fabrício F., de 31anos. "Não me impressiono fácil. Só se ela fizer algo muito profissional logo na primeira transa, tipo: ter mais de duas pessoas envolvidas, usar uma lingerie ousada demais, pedir para levar uns tapas na cara, pedir por trás e por aí vai", diz ele, que faz questão de esclarecer que esses exemplos são normais entre quatro paredes, mas chamam atenção quando rolam logo na primeira vez. "Depende da idade da moça. Depois de 25 anos, pode fazer o que quiser", estabelece.
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O designer Hélio G., 33 anos, revela que transou com todas as suas namoradas na primeira noite. "Não vejo problema algum nisso", diz, acrescentando que a mulher pode até ser safada na primeira noite, mas com moderação. "A mulher pode ser sacana, mas não vulgar. A vulgaridade pega bem mais tarde, mas só quando o casal tiver um pouco mais de intimidade", diz, explicando que todo homem fantasia que a mulher tem um comportamento mais ousado exclusivamente com ele. "Se ela é muito liberada logo de primeira, aí você pensa que ela é assim com todo mundo. E eu gosto de pensar que ela ficou safada quando me conheceu, como se eu tivesse despertado o vulcão que existe dentro dela". Hélio defende que pega bem na primeira noite uma lingerie sexy. "Essencial!", diz.
Da boca pra fora
O papo liberal cai bem na mesa do bar, mas será que na cama é assim mesmo? Para a professora Adriana H., 29 anos, o que pode e o que não pode rolar variam de acordo com as intenções com o parceiro. "Se for um cara que eu esteja a fim, me seguro pra não ‘assustar' e tentar levar a uma coisa mais séria. Mas se for uma coisa casual, não me preocupo", assume.
Adri lembra que os caras são muito travados e preconceituosos na cama. "Eles se dizem liberais, mas é só da boca pra fora. Eu gosto de falar sacanagem, mas falo pouco nas primeiras vezes. Tem coisa que é preciso mais intimidade e conhecer melhor o outro pra saber se pode ou não pode", diz, acrescentando que o que não pode de jeito nenhum é virar para o lado e dormir. "Aí não dá, né? Tem que rolar um carinho, um papinho pós-sexo, que é tudo de bom", resume. Nesse ponto, minha amiga, t-o-d-a-s concordam.
Cada caso é um caso
Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, cada pessoa tem necessidades e históricos de vida diferentes. "Na média, os homens ainda pensam de modo semelhante aos nossos avós quando olham para uma mulher, se ela ‘serve para casar' ou ‘serve apenas para sexo'", afirma, frisando que há homens para os quais essa questão não é relevante. "Existem muitos que somente buscarão compromisso com mulheres com quem possam ter sexo na primeira noite. Estes homens não se incomodam com virgindade, muito pelo contrário, querem saber os limites e possibilidades que têm com a mulher para poder entender se desejam passar muitos anos e décadas da vida com ela", explica.
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Para o sexólogo, não é recomendável nem se tolir, nem extrapolar em um primeiro encontro. "Apresentar o padrão com o qual se identifica será o mais proveitoso, pois permitirá estabelecer um relacionamento de confiança", esclarece, acrescentando que a maior parte dos homens, realmente, só é liberal da boca pra fora. "Eles se dizem liberais, libertinos, e não conseguem compreender que estão muito aquém do que verbalizam. Eles não fazem tudo no sexo, nem sabem o tudo o que pode existir", finaliza.
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