12 de abril, 2007 - 20h20 GMT (17h20 Brasília)
Escolas que promovem abstinência sexual podem colocar jovens em risco, diz relatório
Jovens estariam buscando mais informações em revistas
Um relatório divulgado pelo órgão do governo britânico que fiscaliza a educação, a Ofsted, indica que escolas que promovem a abstinência sexual na Grã-Bretanha podem estar colocando seus alunos em risco.
Segundo o documento, isso pode estar acontecendo porque essas escolas não estariam fornecendo aos jovens informações sobre métodos contraceptivos, o que por sua vez aumentaria o risco de gravidez e de contrair doenças sexualmente transmissíveis.
"Não há nenhuma evidência de que programas baseados somente na abstinência como a única ferramenta de educação possam reduzir o índice de gravidez entre as jovens ou melhorar a saúde sexual dos adolescentes", diz o relatório.
O documento diz também que "não há indícios que sustentem a alegação de que ensinar sobre contracepção leva a uma maior atividade sexual (por parte dos alunos)".
Em casa
O levantamento da Ofsted, feito com base em informações coletadas em 350 escolas britânicas, também revela que os alunos acham que muitos pais e professores não têm muita habilidade para falar com eles sobre assuntos delicados, como o sexo.
"Os jovens vivem em um mundo muito distante daquele em que viveram seus pais quando eram adolescentes", diz o documento, explicando a dificuldade de diálogo entre as duas gerações.
Os jovens vivem em um mundo muito distante daquele em que viveram seus pais quando eram adolescentes
Trecho do relatório
Isso faz com que muitos jovens recorram a revistas para buscar informações.
"O aumento no número de revistas voltadas para jovens do sexo masculino, embora às vezes incentive atitudes sexistas, tem ajudado a corrigir o desequilíbrio de conselhos destinados a jovens", diz o documento.
Um outro empecilho seria a "ausência de um código moral" em casa, o que também força as escolas a assumirem mais responsabilidade sobre a educação dos jovens.
Tabaco e álcool
A Ofsted também aborda o impacto daqueles que foram identificados no relatório como os principais fatores de risco à saúde dos jovens britânicos – o tabaco e o álcool.
Os dados mostram 34% das garotas de 16 anos e 28% dos garotos da mesma idade admitiram se embriagar uma vez por semana e que "aqueles que bebem estão tomando muito mais do que no passado".
O número de jovens fumantes, particularmente do sexo masculino, caiu desde os anos 90. Mas o órgão identifica como "causa de preocupação" um aumento do tabagismo entre as jovens.
O relatório alerta ainda que há sinais de que mais jovens do ensino médio estão dizendo não às drogas, mas recomenda que as escolas primárias aprimorem suas estratégias para combater o problema desde cedo.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070412_abstinencia_britanicarg.shtml
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