terça-feira, 2 de agosto de 2011

Homem também sofre de depressão pós-parto

Homem também sofre de depressão pós-parto
O problema pode aparecer nos primeiros três meses de vida da criança. Ajuda de familiares e amigos é fundamental
Heloisa Noronha

As alegrias com o nascimento de um bebê são imensas, assim como as mudanças que sua chegada impõem à vida do casal. E como nessa fase a ligação entre a mãe e o bebê é mais forte do que nunca, principalmente por causa da amamentação, é natural que o homem, em algum momento, se sinta excluído. Alguns encaram esse vínculo como algo particular e intransponível e, apesar do ciuminho, assumem numa boa as tarefas corriqueiras e o papel de pai. Outros, no entanto, se sentem irritados o tempo todo e ficam mais angustiados ainda por conta da culpa pela irritação.
Fadiga extrema (além da esperada), pessimismo, desânimo, insônia, lapsos de memória... A depressão pós-parto masculina surge sem pedir licença, comprometendo a vida em família, as atividades do dia a dia e até o desempenho profissional. “A doença é caracterizada por uma tristeza profunda que pode aparecer nos três primeiros meses pós-parto e é mais comum em pais de primeira viagem”, explica Dorit Verea, diretora da Clínica Prisma – Centro de Tratamento Intensivo para Transtornos Emocionais, de São Paulo.

O transtorno pode ser reflexo da ansiedade e do medo de não conseguir educar uma criança e cuidar da família, principalmente no aspecto financeiro. “Filho é para sempre e a sensação inicial é que nunca mais a preocupação vai lhe deixar em paz. O tempo ajuda a entender que não é bem assim”, destaca a psicóloga e consultora motivacional Roseana Ribeiro, do Rio de Janeiro. Certas situações, entretanto, predispõem ao problema. “Nos casais em que a mulher é acometida da depressão pós-parto, existe maior chance do homem reagir com o mesmo problema”, afirma o psicólogo e terapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Martins Jr., diretor do Instituto Paulista de Sexualidade (Inpasex).

Outro sinal comum é a fuga – o homem com DPP investe em múltiplas atividades com a finalidade inconsciente de escapar da vida doméstica, como trabalhar, assistir TV ou esporte em excesso. O apoio da mulher soma vários pontos, mas vale lembrar que os cuidados com o bebê ocupam boa parte de seu tempo. Portanto, amigos e parentes são fundamentais nessa hora, assim como, é claro, a busca por ajuda especializada. Uma psicoterapia focada e de breve período, com duas consultas semanais, é o ideal. O uso de medicação depende das características individuais e psiquiátricas de cada paciente, assim como a duração do tratamento.
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI253769-10511,00-HOMEM+TAMBEM+SOFRE+DE+DEPRESSAO+POSPARTO.html

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